Pausa para o café

Um soco e uma viagem

- Hanaé, me desculpa! Não tive a inten...- Dei outro tapa

- Não ouse abrir a boca para falar meu nome novamente , você teve intenção sim, você é o típico cara bonito , mas que precisa de alguém para validar sua beleza , você no fundo é um mimado, saia da minha casa agora, por favor.

Ele pegou as coisas e saiu, eu gritei, não por ele , mas por eu ter lembrado daquela ferida que tanto tentava esquecer. Meu pai era meu herói, se eu não tivesse entrado em pânico ou chorado, talvez ele estivesse vivo até hoje. Me odeio por isso, mas so atraio isso pra minha vida, pessoas vazias, que nunca vão me amar é uma karma sem fim. Levanto do chão e sigo até o banheiro e lavo meu rosto, me olho no espelho e decido não me abalar mais, não posso me abater por esse idiota, ele já me atingiu muito com suas palavras , ontem eu baixei a guarda, não irá se repetir. Decido retomar minha lição com o Julio, eu dei a chance de ir , mas ele voltou , agora vou até o fim.

Ele não veio para faculdade dois dias seguidos, mas na quarta ele reapareceu, estava com uma caixa na mão quando apareceu na loja.

Me entregou a caixa , dentro tinha um livro.

Olhei para ele e devolvi o livro.

- Você vai gostar do livro, abra na página setenta. - abrir e tinha uma carta. - Leia no seu intervalo. - Joguei o livro num canto da loja e guardei a carta no bolso ele foi embora em seguida, nesse momento a Bruna volta do banheiro.

- Aquele foi o Julio ? - Perguntou sem entender - Foi, bom eu dei a chance de ele ir embora, mas ele ja voltou duas vezes.

- Amigo, você sabe que isso vai doer mais em você no que nele, né? Dá pra ver que está começando a gostar dele, mas se voce der inicio a essa aposta maluca pode perder ele caso realmente goste de você.

- Tá vai lá!

Tirei o avental e corri até a mesa mais próxima e me sentei , abrir a carta.

Sei que não posso mudar nada sobre a aposta ou das coisas horríveis que te falei, só sei que perto de você me sinto vulnerável e isso me assusta, sinto muito pelo que você passou na infância, queria que não tivesse passado por isso, você não tem culpa de nada no que aconteceu, espero que me perdoei pelas minhas babaquices, você é uma pessoa incrível e única, sei que você não confia mais em em mim, porém farei o meu melhor para ter sua amizade de volta. Estarei aqui as dez .

Peguei o celular e liguei para o Henrique, o menino que sempre me cobre quando tenho imprevistos. - Tá ocupado? Dá para você vir aqui hoje, fica tranquilo pago o dia normal, até daqui a pouco. - Se ele tá achando que vou ficar esperando por ele tá muito enganado. O Henrique chegou e passei as instruções a ele, falei com a Bruna e fui embora. Decidir ir para praia pensar um pouco , então eu passei na casa da minha mãe, peguei o carro dela emprestado e fui para casa pegar umas coisas, tomei um banho e arrumei a mala. Saíe coloquei as coisas no carro, entrei. Quando dei partida alguém abre a porta do carro e entra, no susto acabo reagindo sem ver quem era e era o Júlio.

- Droga, você entrar assim do nada, eu poderia ter te matado.

-A culpa foi minha, ai , você tem um soco forte. -Falou enquanto gemia de dor .

- Deixa eu ver se quebrei seu nariz- Falei e desliguei o carro, ele tirou a mão com cuidado e ainda sentindo dor, saia um pouco de sangue, mas pegou mais no rosto do que no nariz. - Não quebrou, mas vai precisar de gelo, fica aí , já volto. - Entrei em casa , peguei o gelo no congelador , coloquei numa toalha e voltei.

- Aqui, põem aí. - Vou te deixar em casa.

- Para onde você está indo ? - perguntou curioso - Não é da sua conta. Como sabia que eu estava aqui?

- Eu sabia que você não ia me esperar, então vim aqui quando vir outra pessoa na loja.

- Muito esperto você, já tá virando perseguição.

Me passa seu endereço!

- Não, vou .

- Passa logo!

- Não- Falou me provocando

- Então tá bom, depois não reclame . - Dei partida no carro e seguir viagem , depois de trinta minutos ele já começou a se questionar. - Para onde estamos indo? Perguntou preocupado

- O certo é para onde eu estou indo. Não estamos tão longe do centro da para você descer e pegar um ônibus, a viagem vai ser longa.

- Bom, duvido que seja tão longa assim.

Não falei nada, apenas liguei o som e coloquei flora cash para tocar e seguir viajem, ele dormiu a maior parte do tempo, acordou depois de duas horas perguntando se já chegamos.

- Falei que ia ser longa, ainda falta umas duas horas ou três, estou indo para o litoral norte. - Se você disser que está indo para o Guarujá eu vou ficar irritado.

- Credo, não, minha praia favorita é de maranduba.

- Sério, eu amo aquele lugar, meus pais tem uma casa lá.

- Também tenho seu exibido.

- Sério, onde?

-Do lado de uma pousada de frente para praia, era do meu pai.

- Nossa, já gostei. Você tá cansado quer que eu dirija?

- Bom, fazer o que. - Diminuir a velocidade e parei no acostamento trocando de lugar com ele , não ia ser orgulhoso e causar um acidente, retornamos a viajem e peguei no sono muito rápido.

PART - Júlio

Ele estava tão cansado que não demorou cinco minutos para dormir, sei que devem está pensando que sou um babaca, é complicado, sou muito impulsivo acabo reagindo dessa forma e o Hanaé me deixa vulnerável também, ele é um enigma e isso me intriga, no início eu só queria brincar com ele, espero que ele não descubra toda verdade, se não ele vai se afastar de vez , quero conhecer ele mais, ele falou sobre o seu pior fardo e eu fui egocêntrico e babaca.

Tem muito que não sei sobre ele, eu ia seguir a minha vida, pensei que ele só topou enganar o Gustavo pelo dinheiro e para ter uma transa comigo, mas acho que não foi só isso , ele estava testando meu caráter, tratei ele como um objeto de sexo, nem como ser humano foi, vou me esforçar para evoluir e merecer a amizade dele. A Bruna me avisou que não era para me aproximar do amigo dela, mas algo nele me prende , aquela noite que dormir bêbado na casa dele , ver ele chorando de manhã me partiu ao meio, só que sou assim, sempre digo merda nos momentos mais terríveis, ele tem os olhos castanhos mais lindo que já vi, ele já dormiu por duas horas, tão silencioso.

Volto a atenção para estrada e percebo que estamos chegando, resolvo acordar ele.

Parte Julio- Fim.