Negócios e abraços

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Fui direto para o chuveiro fiquei traçando uma meta de negócio, para que minha tia entendesse em termos leigos, me arrumei e o chato quis ir comigo, fomos conversando sobre e me surpreende por esse lado inteligente dele, me deixou irritado e fascinado. Chegamos no restaurante e estava até movimentado , mas o atendimento não estava muito legal, porém acabei adiando a reunião para quando o movimento passasse, Júlio me ajudou o tempo todo , ele não era bom com bandejas, então ficou retirando os pedidos, enquanto eu os entregava , percebi que minha tia ficou nos olhando do caixa e sorrindo, resolvi ir até ela depois que acabaram os pedidos.

- O que a senhora tanto fica olhando ? - Falei provocando

- Vocês dois tem uma boa sincronia !

- Tia! -A repreendi

-Eba! Ainda são uma e meia da tarde, espero que der tempo.

- Vai dar sim- avisto minha tia com a papelada , aproveito e vou no carro pegar as caixas e coloco na mesa.

- Tá aqui Hanaé! - Falou cansada.

- Tia, visto a isso vou mandar para o contador ,mas iremos começar tudo do zero a partir de amanhã. Segunda e terça vocês abrem ? - Sim- Falou tranquila e prestando atenção.

- Vende quanto nesses dias?

- Não chega a duzentos reais, o movimento só começa da quarta em diante.

- Pronto, então vamos abrir de quarta a domingo a noite inclusive os almoços . - Como vamos vender se não abrir !

- Tia, sua comida é maravilhosa e sua pizza também, posso dizer que a melhor de Ubatuba, porém tá muito disponível, quero testar esse métodos de abrir de sábado a domingo para ver como as pessoas irão reagir, como está o salário do pessoal ?

- Pago por dia, por que ainda dá pra fazer.

- Vamos assinar a carteira de todos , quero dois na cozinha, um no caixa e três no atendimento , vamos ajustar os salários e colocar benefícios para todos , não quero que seja um lugar cansativo ou exaustivo , quero ver assim como os clientes os funcionários satisfeitos. Essas caixas , é o computador da empresa , tem três celulares para o atendimento, amanhã quero uma reunião com todos da equipe primeiro vai ser em conjunto e depois individualmente, irei treiná-los e adaptá-los ao sistema.

- Posso falar- interrompeu  o chato.

- Pode criar metas também para incentivar , mas tipo uma viajem ou assistência em algo. - E algo válido, vou pensar e trabalhar nisso. sexta, sábado e domingo, vamos colocar música ao vivo. E colocar umas cervejas artesanais, quero triplicar nosso faturamento nessa temporada de verão, para quando chegar a baixa termos um fluxo de caixa vantajoso. Quero focar no público jovem , mas na família também , criar um ambiente legal para a comunidade Igbtqia+ , fazer um terraço e espaço para fumantes, já fiz os cálculos , vamos ter que investir dez mil basicamente, porém preciso disso para ontem , fechei por quinze.

Passei o resto do dia explicando processos comi lidar com certas situações e diferentes formas de adaptar um colaborador. ele me lembrou de falar da logística, olho no relógio e já são três e cinco , me lembro da empolgação que ele estava, encerro a reunião e o chamo para i r, os dele brilham e logo fala que quer dirigir. - Tenho algo para te mostrar por isso quero dirigir .

- Você tá agindo estranho, tá me incomodando. Não estou acostumado a ser tratado desse jeito me incomoda, fico com medo de baixar a guarda , talvez seja isso que ele quer.

- Você tem medo de se apaixonar por mim, por isso esta incomodado.

- Se você diz ! Agora presta atenção na estrada. -Sim, senhor!

- Realmente valeu a pena esses um quilômetro e meio de caminhada. - Falei impressionado - Não falei, vamos . - Falou se jogando na cachoeira

- Fazer o que né? - Me jogo na água

Passamos quase uma hora e meia na cachoeira, estava cansado e resolvi sentar nas pedras, Júlio veio sentar ao meu lado.

- Não vou esquecer esse dia nunca - Disse ele - Cala essa boca , até parece que vai morrer, eu em. - Dei um soco leve no seu ombro - Ai- Ele fez drama

- Obrigado por me trazer aqui, eu adorei. - Falei e ele me abraçou

- Eu queria muito vir aqui com você. - Disse tranquilo ainda me abraçando.

ele pegou a pedra e trouxe até mim - Desculpa cobra, mas não tenho nada para por você e vou precisar te identificar. -Acertei a pedra na cabeça dela , na primeira ela se tremeu toda e bati mais uma vez e a segurei.

- Ela ia me picar e você entrou na frente, você é louco ? Ela te picou ?- Mostro o braço sangrando

- Precisamos ir agora , se ela for verdadeira, logo irei ficar paralisado e não conseguirei respirar.

- Se apoia em mim, vamos- Falou pegando as coisas .

Andamos até certo ponto , mas eu estava me sentindo cansado.

- Júlio, não consigo mais .- Falei sentindo falta de ar

- Você não vai morrer aqui

Escuto o Julio me chamar desesperado , simplesmente apago e a última coisa que penso é nele.

Sinto o ar nos pulmões e meu corpo reiniciando, estava frio e aquele cheiro eu já sabia onde estava , abro os olhos e vejo o Julio, cochilando do meu lado.

- Água, por favor !

- Você acordou , ta perae! - Me abraçou e levantou para pegar a água.

- Me tira daqui ! Não gosto de hospitais. - Calma o médico já vai te dar alta , era uma coral falsa, achamos que você teve uma crise de ansiedade por conta do ocorrido e apagou por isso, precisei te carregar .

- Desculpa!

- Não peça desculpas, você se arriscou por mim. Poderia ter morrido se fosse verdadeira, vou chamar o médico. - Ele saiu e demorou uns dez minutos, tirei o soro e já estava vestindo minha roupa quando o médico entrou.

- Hanaé, você poderia ter se machucado tirando o soro por conta própria.

- Desculpa doutor , não tenho um bom relacionamento com hospitais.

- Tudo bem, o pior já passou , seu namorado estava chorando muito quando vocês chegaram, por sorte era falsa, aqui costuma ter muitas cobras pelas cachoeiras e nas proximidades das

praias, tratamos a picada e aplicamos antibióticos por conta das bactérias e germes. Parei de ouvir quando ele disse que o Júlio era o meu namorado.

- Eu vou cuidar dele doutor, pode deixar!

- Obrigado, doutor! Podemos ir ?

- Claro! Só passe na recepção para assinar uns papéis.

- Já sinto como se fosse

-Ah tá, eu fiz o que qualquer um faria. - Sei, vamos para casa. - Ligou o carro e deu partida

Seguimos para casa bem rápido, cheguei, tomei banho e Deitei, o Julio fez miojo e trouxe para mim.

- Foi o que deu pra fazer, imaginei que estaria com fome. - Falou preocupado

- Relaxa, estou bem. Vamos comer juntos senta aí. - Ok.

Comemos o miojo e assistimos um pouco, olhei no relógio e era oito da noite, estava com frio e não passava.

- Você não está com febre , mas voce tá tremendo muito.

- Me abraça, por favor. - Pedi com medo

Pausa para o caféOnde histórias criam vida. Descubra agora