História para boi dormir

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Comecei a notar uma coisa estranha, acho que esta nascendo um rabo emmim. Bem em cima do meu rego. No lugar exato onde teria que estar orabo se todo mundo tivesse um. Notei uma dia quando sentei paracagar. Minha bunda não encaixava direito na proteção do vaso. Ocotoco que tava pulando para fora não aguentava o peso do corpo ecomeçou a doer. Passei a mão e achei que era alguma coisa inchando,minha próstata explodindo, um Alien, sei lá. Mas o médico foilacônico: "É um rabo. E ele esta se desenvolvendo." Como assimse desenvolvendo, porra? E rabo agora se desenvolve? "Especula-seque um dia o homem já teve rabo, mas a teoria da evolução diz quecomo o ser humano não precisava dele aos poucos ele foidesaparecendo. Novas pesquisas científicas apontam que fumantes demaconha crônicos tem tendência ao desenvolvimento do rabo, é umtipo de efeito colateral, e é exatamente o que esta acontecendo como Senhor." Vai se foder! Então eu sou a porra de uma anomaliagenética mutante completa agora? "Não exatamente. O Senhor aindanão esta doente, e podemos remover este incômodo com umprocedimento simples. Não é preciso nem dormir no hospital. Depoisbasta o Senhor não fumar maconha nunca mais." Que? Parar de fumarmaconha?.......ninguém vai tocar no meu rabo, porra!


Sendo meu rabo uma extensão do meu corpo ele respondia a estímulos.Quando estava feliz e animado ele ficava balançando de um lado parao outro como o rabo de um boxer que sente o cheiro de carne frescanuma sacola de supermercado. Se era um dia triste ele ficava meiocaído, molenga, as vezes até esquecia que ele estava lá, sópercebia quando ia sentar e sentia alguma coisa na minha bunda. Seestava com tesão ele ficava reto e duro igual pedra, pronto paraatacar. Como não tirei ele de lá, meu rabo crescia junto comigo.Ninguém percebia, e eu sempre usava uma calça jeans mais larga paraesconder aquela aberração. Quando me olhava no espelho parecia quenão tinha nada errado comigo, mas quando saia para a rua e via asoutras pessoas, e nenhuma delas com rabo, me sentia uma anomaliacompleta. Além de ter sido o mais burro da escola, agora tinha umrabo, prova definitiva que sou um animal. Durante um tempo foi fácilesconder ele dentro da calça. Aprendi a evitar vestiários, colavacom fita crepe para ele não ficar mexendo toda hora, e até tinha umdiscurso preparado para as garotas com quem transava. "Não toca naminha bunda!"


Em menos de um ano meu rabo já tinha mais de trinta centímetros.Não dava para fingir que era normal e esquecer dele na maior partedo tempo. Ele balançava por vontade própria e a grudar ele não eramais eficiente. Sempre que sentava sentia algo entrando no meio daminha bunda. Além do que já estava ficando difícil disfarçar. Nãoera confortável, não era legal. Então decidi voltar para o médicoe fazer o tal procedimento para remover o problema. "Não é maispossível realizar o procedimento de remoção do membro." Comonão?! "Ele cresceu muito, esta completamente ligado a sua coluna,e o estágio dois já esta em desenvolvimento. Se tirarmos ele vocêmorre." Que porra de estágio dois é este? "Você esta começandoa se tornar um cachorro. Em pouco tempo você vai ter focinho."Não, não, não! "Mas existe uma solução parcial." Qual, qual,qual? "Podemos cortar uma parte dele, só deixar um cotoquinho deuns dez centímetro." Isso, isso, isso. Dez centímetros da paraesconder. "Mas tem um problema." Não, não tem nenhum problema.Porque tem sempre que ter um problema, porra! "Não é maispossível reverter o processo de mutação depois de iniciado oestágio dois, isso só vai atrasar o desenvolvimento de seus membroscaninos por um tempo." Então deixa o meu rabo aí, porra!


Depois de me conformar parece que o tal estágio dois começou aavançar cada vez mais rápido. Primeiro ficava alisando me raboenquanto assistia televisão deitado. As vezes, por causa do tédio,ficava brincando de tentar morder ele dando volta em círculos. Osegredo é se mexer rápido o suficiente para formar um rodamoinho devento em volta de si que impulsiona ele para a boca. Nunca consegui.Mas no fim estava ficando divertido ter um rabo. Até que acordeisentindo um cheiro estranho. Era um pedaço de presunto estragado nageladeira do vizinho. Não parecia tão ruim, mas era forte. Entãoquando passei pelo espelho do banheiro, antes da minha cagadamatinal, percebi que meu nariz estava se transformando em um focinho.Passei a mão e senti que o nariz tinha achatado um pouco, e a bocaestava afunilando e se fundindo ao queixo. A primeira coisa quepensei foi que se crescesse um pouco mais ia finalmente conseguirmorder o rabo. Depois senti o cheiro de uma cadela no cio passando narua e meu rabo disparou como um louco para todos os lado, e meu pauficou duraço.


Antes que pudesse perceber a comida já não tinha o mesmo gosto e euestava revirando lixo pelas latas da cidade. As pessoas começaram adesviar de mim na rua. Não tinha como esconder um focinho. Depois deum tempo passei a não ligar mais. Minha maior preocupação era nãoter comida. Ficava espreitando restaurantes a espera de alguma sobra.As pessoas se levantavam e eu afanava tudo que tinha sobrado na mesa.Notei que minha língua estava crescendo quando comecei a lamber meupróprio sovaco. Não era gostoso, mas espantava as sarnas queficavam escondidas lá. Nesta fase alguns idiotas já me chutavamquando eu chegava muito perto. Aos poucos passei a andar meiocurvado, o que deduzi que era o inicio do estágio final, queacabaria comigo de quatro. Meus dedos começaram a se juntar e, ospés primeiros, em seguida as mãos, começaram e se parecer mais compatas. Então um dia um barulho muito estranho começou a me deixarlouco. Queria gritar para aquele tormento parar de qualquer jeito,mas só conseguia latir. Comecei a correr na direção dele com todoódio que consegui juntar dentro de mim para cravar os caninos nomeio dele. Era um ônibus. Mordi o pneu com toda força que tinha. Obastardo ficou com raiva e passou por cima de mim.

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