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A visita ao hospital não durou muito.

Felizmente Louis foi atendido rapidamente e Harry não precisou morrer de tédio enquanto esperava.

O mais velho estava notoriamente nervoso por estar num ambiente desconfortável e pela dor em seu braço, então quando ele fazia gracinhas para se distrair, Harry apenas entrava na onda.

Ao sair de lá, Louis parecia um garotinho animado com seu "gesso super legal", ele mandava mensagens de texto para todos os seus amigos em seu celular (com dificuldade por estar digitando apenas com a mão esquerda) e tirando fotos dele mesmo e da feição emburrada de um Harry incomodado com os flashes.

"Dê um sorriso, Harry Styles", ele dizia e o mais alto dava o maior e mais contrariado sorriso de todos. Depois disso, Louis ameaçou imprimir as fotos e espalhar pelo quarteirão.

— Quer assinar?

— Não.

— Pensa bem, vai ser o primeiríssimo. É um privilégio para poucos. Quero dizer, para apenas um. Tem certeza?

— Err... — Harry fingiu pensar sobre o assunto. — Não.

— Vai, assina! É uma oportunidade rara.

— Na verdade não, pessoas quebram o braço o tempo todo. — Deu de ombros.

— Mas eu não! Pode escrever o que quiser, só não desenha um pênis.

— Eu não ia desenhar um pênis, eu não sou você — Harry disse e Louis deu de ombros.  Culpado.

— Isso quer dizer que pretendia desenhar algo?

— Absolutamente não.

Depois da resposta de Harry, um silêncio constrangedor se instalou no carro. Uma música pop qualquer tocava no rádio e Louis batucava com os dedos bons em sua perna.

Styles até considerou acelerar o máximo que o carro pudesse aguentar e deixar o seu rival são e salvo na casa dele (ou só abrir a porta, empurrar ele para fora e fugir do país, quem sabe), mas ele já estava indo o mais rápido que as placas ao lado da estrada permitiam.

Com um bufo, ele disse de repente:

— Tá, eu assino!

— Yay! — Talvez eu tire fotos do gesso e diga que você até assinou a sua confissão do crime.

— Ha! Ha! Primeiro... — Harry começou a enumerar enquanto levantava os dedos de acordo com a contagem. — Eu não cometi crime algum. E segundo, ninguém acreditaria em você.

— E por que não? Tecnicamente, somos inimigos, você seria o primeiro suspeito.

— Não mesmo, Jasmine seria a primeira suspeita. É a sua namorada. Os parceiros sempre são os principais suspeitos.

— Quando não se tem inimigos... E eu tenho você.

— O médico me defenderia, por que eu levaria minha vítima ao hospital?

— Porque se sentiu culpado. O que é verdade, você estava quase chorando. "Ah, Louis! Não morra! Eu não sobreviveria sem você!" — O imitação péssima e nada precisa fez Harry rolar os olhos. Ele nunca reagiria assim.

— Não, eu não estava. E cala a boca, pelo amor de Deus. 

— Tadinho, ficou sem argumentos... Pode ficar tranquilo, eu to seguro agora.

— Tem alguma canetinha aí? —Harry mudou de assunto apontando para o porta luvas em frente a Louis, que abriu o compartimento e então negou com a cabeça.

—Eu tenho várias lá em casa.

— Bom plano, mas não vai ser tão fácil me trancar no seu cativeiro.

— Você é tão criativo, Styles.

Ao chegar na casa de Louis, Harry se sentia estranho, era esquisito estar ali sem ser por causa de Jasmine.

— Seu sofá é muito feio — ele comentou para quebrar a tensão que dominava a sala enquanto Louis buscava as suas canetinhas em uma gaveta no canto do cômodo apertado.

— Me lembra você.

— Idiota.

— Achei! Aqui, assine.

Harry pegou a canetinha em sua mão direita, exibindo o bem estar de seu braço dominante para Louis, e começou a pensar.
Ele poderia escrever qualquer coisa ali, era muito poder em suas mãos.

Mas ele se satisfez com algo simples e que deixasse um recado, sem contar que provavelmente incomodaria o Tomlinson.
Então ele apenas escreveu "Harry Styles é o melhor!" em letra cursiva enquanto esbanjava um sorriso travesso no rosto.

Louis fingiu estar extremamente bravo e o mais novo gargalhou diabolicamente.

— Espertinho! — O mais velho ralhou apontando para o cacheado, que não conseguiu evitar uma última risadinha.

O clima entre eles nunca esteve tão amigável, e era até que legal. Harry nunca admitiria, mas se Louis não tivesse vacilado com ele quando se conheceram, talvez fossem melhores amigos.

— Hm, vem cá. — Louis sinalizou com a cabeça para a cozinha e foi para lá, Harry o seguiu.

Quando entrou no cômodo, viu o mais baixo carregando com dificuldade uma caixa com alguns cupcakes decorados com glacê cor-de-rosa e sorrisos desenhados com azul bebê.

Havia pelo menos uma dúzia dos bolinhos ali, e eles pareciam deliciosos.

— São para as garotas Rose, sabe, mas você vai ganhar três desses. Elas não vão sentir falta — Louis falava rapidamente enquanto separava quais ficariam na caixa e quais iriam com Harry, analisando cada um deles. — Aqui estão os mais feios e deformados.

O braço bom de Louis estava esticado com os três cupcakes equilibrados encima de um prato. E eles eram feios de fato, mas eram fofos.

Louis os balançava impaciente, como se fazer um agrado para Harry fosse doloroso, como se ele mesmo não tivesse os oferecido.

— São horríveis mesmo. — O mais novo sorriu para ele quando os segurou em suas mãos. Era um presente muito legal, mas ele nunca admitiria para o seu maior rival, com quem ele compete para pagar suas contas no final do mês.

— São a sua cara, agora fuja e não volte à cena do crime — Louis disse e apontou para o seu braço enfaixado com o grande "Harry Styles é o melhor!" escrito.

Ao passar pela porta do garoto, ele olhou na direção uma última vez parando bem perto dele.

— Obrigado. Aposto que apesar de feios, estão gostosos.

— Ou envenenados — Louis disse com um sorrisinho e seus olhos pareciam tão intensos que poderiam afogar Harry.

Mas então ele nadou contra a correnteza e foi para a sua própria casa para se empanturrar com seus cupcakes.

Babysitters 𖹭 ls [mpreg]Onde histórias criam vida. Descubra agora