Naquele dia, Harry acordou excepcionalmente cedo. Colocou roupas confortáveis e quentinhas — pois o outono já estava bem presente, com o vento frio e as folhas secando nas árvores — e saiu para dar uma caminhada.
No caminho, comprou pão quentinho para seu café da manhã e algumas guloseimas.
Céus, nos últimos dias ele estava sempre morrendo de vontade de comer doces. Há poucos dias, por exemplo, ele poderia matar por um croissant de chocolate.
Mas, é claro, por maior que fosse a sua vontade, em pouco tempo um enjôo dominava seu corpo e ele vomitava tudo.
Isso estava deixando ele muito irritado. A sua gripe já tinha ido embora, por que esse mal estar persistiu? Não fazia sentido.
Antes de voltar para casa, ele passou em uma farmácia à procura de um remédio que pusesse fim ao seu sofrimento. O estabelecimento era pequenininho e Harry era muito grato pelo aquecedor potente ali dentro, estava vazio pois provavelmente recém abrira e um funcionário transitava pelo corredor principal repondo alguns produtos.
Vendo Harry entrar, ainda mexendo na caixa ele o cumprimentou.
— Bom dia, posso ajudar?
— Bom dia, eu preciso de um remédio para enjôo.
— Ah, claro, me acompanhe.
O homem deixou o que organizava de lado e se levantou. Quando Harry olhou de relance, eram testes de gravidez. Encarou as embalagens por um milésimo de segundo antes de seguir o homem que se prontificou a ajudá-lo.
Apenas aquela breve olhada o deixou com uma pulga atrás da orelha pelo resto do dia. Ele pensava na possibilidade e seu estômago se agitava em ansiedade. É só paranóia, ele se convencia.
Decidido a ignorar, ele foi para casa sem pressa. Mais tarde, se arrumou e foi trabalhar.
Cuidar de Lizzie sempre o animava, a bebê estava cada dia mais esperta e sempre o surpreendia com seu jeitinho adorável.
Mas como se o mundo estivesse em seu desfavor, quando chegou à mansão de Jackey, ele nunca amaldiçoou tanto a mulher por ser tão atenciosa.
— Bom dia, Harry. Como está? Melhorou?
— Sim, era só uma gripe passageira. Só estou um pouco enjoado ainda.
— Ah, enjôos são os piores! Sem bem como é, quando eu engravidei de Lizzie, eu tive os piores enjôos.
Sorrindo sem graça, Harry acabou mudando de assunto. Que momento inconveniente para se falar de gravidez. Por um instante, Harry desejou que os bebês viessem das cegonhas e ele não tivesse chance alguma de carregar um.
Durante a tarde, enquanto auxiliava Lizzie a ficar de pezinho e algumas vezes a deixando sem seu apoio para que ela treinasse seu equilíbrio, Harry se pegou pensando como seria um bebê em sua casa.
A mansão de Jackey certamente era muito bem adaptada para ser adequada para a bebezinha sapeca que gostava de engatinhar para lá e para cá.
Mas seu apartamento... É para adultos.
É cheio de tralhas que, ou quebram, ou são pequenas e um bebê facilmente colocaria na boca e se engasgaria. Será que ele ficaria mais cheio por causa dos brinquedos? Ele teria que comprar aquelas portinhas para que a cozinha ficasse fora de alcance? Teria que se livrar de sua bagunça?
Eram tantas coisas a se considerar. Tanto financeiramente quanto emocionalmente.
Quer dizer, emocionalmente ele se sentia okay. Quão diferente poderia ser cuidar de um filho seu? Ele já tomou conta de dezenas de crianças, de diversas idades, e às vezes por dias, quando os pais faziam alguma viagem.
Não seria tão difícil, né?
Ou seria...?
Harry foi trazido de volta para a realidade quando Lizzie começou a chorar. Ele se preocupou que ela pudesse ter se machucado enquanto ele estava distraído, mas ela só queria colo. Estava na hora de sua soneca mesmo.
Enquanto ninava ela em seus braços, ele se acalmou.
Ele não estava grávido.
É isso. Deveria esquecer essa paranoia inconveniente.
O dia se passou lento e torturante, mas passou. À noite, quando Harry chegou em casa exausto e ligou a televisão para assistir à alguma porcaria, estava passando algum seriado antigo que ele não conhecia. Ele aumentou o volume e deixou passando na TV enquanto fazia seu jantar, quando voltou com o prato de macarrão em mãos, já mastigando ao que tentava entender o que acontecia na trama, ele viu a personagem principal festejar com seu marido a sua primeira gravidez.
O enjôo de Harry voltou imediatamente.
Ele deixou o prato praticamente cheio e foi para o banheiro vomitar. Ali no chão mesmo, todo acabado, ele mandou uma mensagem para sua melhor amiga.
“SOS, acho que estou amaldiçoado”
“O que houve?”
“Vem aqui”
Ela chega rapidamente no apartamento de Harry, vestido pijamas e pantufa e preocupada. Ele se sente um pouco mal por tê-la chamado assim do nada, mas era o tipo de situação onde ele precisava do apoio de sua melhor amiga.
Nessas horas ele também sentia falta de Jasmine.
Harry se sentia dividido entre desejar que ela estivesse ali e extremamente culpado por estar dormindo com o ex namorado dela (de quem ele sempre falou mal, resultando até mesmo no termino de seu relacionamento). Se ela estivesse ali, ele nunca estaria passando por isso. Mas ele se arrependia, apesar da culpa? Não saberia dizer.
— O que houve, Hazz? — A pergunta dela fez com que ele desabasse em choro.
— Acho que tenho um problemão, Cat.
— É muito grave?
Ele assentiu.
— Do tipo que é pra vida toda...
— Não entendi, Hazz — ela disse inclinando a cabeça confusa.
— Um bebê, Cat... Acho que vou ter um bebê...
— Ai, meu Deus! Você tem certeza? Já fez um teste?
— Ainda não.
— Você quer que eu busque um? — ela ofereceu. — Acho que a farmácia aqui perto ainda está aberta. Eu vou lá rapidinho e você faz o teste, sim?
Ele concordou com a cabeça, que a este ponto já doía. Eram tantas coisas se passsndo pela mente de Harry.
Será que ele só estava sendo paranóico? Conviver tanto com um bebê o deixou confuso? Ou...
Será que ele estava certo?
Catherine não demorou muito, Harry não duvidava que ela tivesse corrido até lá. Ela era desse tipo de ótima amiga que não se pode perder.
Quando ela voltou, ele rapidamente pegou a sacola que ela o alcançou correu ansioso para o banheiro. Ele não sabia o que esperar.
Os amigos esperaram os minutos de espera para o resultado nervosos, roendo as unhas e batendo os pés freneticamente no chão.
Até que...
Positivo.
Harry teria um bebê... De Louis...
Ele estava ferrado.
.
Sumi. Foi mal.
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Babysitters 𖹭 ls [mpreg]
FanfictionHarry Styles é babá. Ele é conhecido por todas as mães e os pais da sua vizinhança por sua habilidade com os pequenos, além de cozinhar para as crianças e ler as melhores historinhas para eles dormirem. Mas acontece que Louis Tomlinson também. E e...