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Certa tarde, Harry e Catherine estavam esticados no sofá grande da garota enquanto assistiam filmes de terror.

Estava muito calor, o sol não dava trégua para ninguém e abafava todo o cômodo com a sua quentura, fazendo todos ficarem um pouco preguiçosos.

Harry vestia apenas uma blusa soltinha e uma bermuda, e Catherine um vestidinho roxo leve, mas mesmo assim reclamavam o tempo todo da temperatura alta que o ventilador de teto não dava conta de amenizar.

Jasmine não estava inclusa na mini confraternização, pois estava com o namorado.

Os dois amigos estavam jogados no móvel, tentando não se encostar, pois segundo eles, suas peles grudariam se as fizessem.

— Louis Tomlinson é o pior, se não fosse por ele, Jas estaria aqui. — Harry resmungou preguiçosamente do seu lado do sofá e Catherine acenou do outro.

— Ela adora Pânico... Podia estar se divertindo conosco.

— É.

— A gente devia sair, só nós três, ir em algum lugar legal. Sem namorados. — A garota propôs.

— Exatamente!

Mas seus planos para festejar foram interrompidos por uma batida na porta de madeira.

Catherine e Harry se olharam franzindo o cenho, não haviam convidado mais ninguém. Quem será que os interrompia?
Considerando a sua contínua falta de sorte, Harry apenas fechou os olhos e cruzou os dedos, torcendo para que não fosse Louis Tomlinson batendo na porta.

Para a sorte dele, era Jasmine.

Catherine abriu a porta para a loira e Harry ajustou sua posição no sofá que não era muito espaçoso. Todas os apartamentos do prédio eram um pouco apertados na sala de estar, então todos os moradores contavam com a criatividade para dar o seu toque especial nesse cômodo em específico.

O apartamento de Catherine era ainda mais comprimido, pois a garota adorava tralhas e colecionava as mais inúteis diversas coisinhas.

Diferentemente de Jasmine, que um dia ouviu dizerem que o conceito minimalista era sofisticado e se convenceu de que era verdade. Então certa tarde, ela apareceu no apartamento de Harry com vários caixas perguntando se ele queria algumas de suas besteiras. Ele queria todas, obrigado.

Então, sim, o apartamento dele é mais como o de Catherine. Lotado de coisas. Mas sem arrependimentos.

Quando Jasmine se sentou ao lado de Harry, ele e Catherine trocaram um olhar, a canadense parecia zangada.

— Louis e eu brigamos — foi só o que ela disse, cruzando os braços e fazendo um bico.

Harry se esforçou para não pensar: "normal, também faço isso. O tempo todo", mas ele não pode evitar. Entretanto, é claro, ele não disse em voz alta.

— Sinto muito, Jas. O que ele fez? — Catherine perguntou ao abraçar a amiga de lado, já presumindo que o errado era o namorado dela.

— Na verdade é minha culpa... Sei que estou sendo injusta com ele, mas eu quero um futuro.

— Como assim? — Harry perguntou com um tom manso para não chatea-la com a sua curiosidade.

— Ele faz uma faculdade legal, engenharia é legal. Mas parece que ele não pensa a frente, está confortável como babá- Sem ofensa, Hazz...

— Não se preocupe.

— ... Ele fala que não quer sair daqui do prédio, ele fica jogando aqueles malditos jogos no computador, e disse que não queria se casar ou ter filhos por agora. E eu gostaria de ter em breve, sabem? — A voz da garota ficava cada vez mais afoita, como se o que falasse a deixasse chateada. Os amigos apenas acenavam com a cabeça, mostrando estar acompanhando o raciocínio. — Estamos juntos há um ano, quase dois, e a esse ponto, meus pais, por exemplo, já estavam pensando em filhos. Enquanto isso, nós sequer moramos juntos e ele sai quebrando o braço por aí como um adolescente inconsequente.

Harry engole seco e se sente um pouco culpado. Talvez ele devesse parar com sua richa com Louis, pelo bem do relacionamento dele com Jasmine. Quem sabe assim ele melhorasse. O cacheado se sentia um pouco responsável pelas travessuras de Louis, já que na maioria das ocasiões ele estava envolvido.

— Mas você disse isso para ele? — Catherine perguntou e Jasmine acenou. — E o que ele disse?

— Que cuida de várias crianças por semana e que eu estava subestimando o trabalho que elas dão, blá, blá, blá.

Harry, mais do que qualquer um, entende o ponto de Louis, mas obviamente ficou do lado de Jasmine.

— Por que não faz um teste? Cuide de alguma criança da vizinhança com ele, veja o que acha, tanto de como ele é com os pequenos quanto como você se sente com a experiência. — Harry sugeriu. — Veja se vocês têm sintonia.

Ele e Catherine olharam apreensivos à amiga, que pareceu esperançosa de repente. O brilho dos olhos grandes e azuis voltaram para onde pertenciam e um sorriso grande dominou a face dela, mas então a feição murchou de novo.

— Mas como isso vai fazer ele querer ter bebês comigo?

— É bonitinho como você confia nas habilidades dele, pode ser que você desista de ter filhos com ele. — Harry não conseguiu segurar a língua.

Hazz — Catherine repreendeu.

— Desculpa. Só... Dê tempo ao tempo, cuide de pestinhas juntos, convença a ele como é legal tomar conta deles juntos e como um bebê de vocês seria... Essas coisas.

Jasmine pareceu mais alegre com a sugestão, e sorriu para os amigos. Catherine sugeriu uma celebração em nome dos futuros bebês loirinhos da amiga.

Eles voltaram a assistir O Pânico depois de Jasmine ir buscar um ventilador extra e mais potente na casa dela.

A tarde se foi preguiçosamente, com direito a muitas reclamações sobre o verão e o seu calor escaldante.

E sobre Louis também. Harry não conseguia se controlar.

Babysitters 𖹭 ls [mpreg]Onde histórias criam vida. Descubra agora