Babysitters 𖹭 ls [mpreg]

8

Antes que o filme terminasse e os créditos subissem na tela, Louis já estava dormindo. Estava com os braços cruzados e a cabeça estava um pouco inclinada para o lado, no encosto do sofá.

Harry estava aliviado, seu sono parecia tranquilo e era bom que Louis descansasse. Estar triste é cansativo mesmo. Então o cacheado só o cobriu melhor com o cobertor e desligou a televisão.

O ventilador fazia o cabelo bagunçado dele voar para todos os lados e suas pálpebras tremerem um pouco, então Harry diminuiu a intensidade do vento.

Após ajeitar Louis no sofá do modo mais confortável que era possível, ele recebeu uma ligação.

Era Jasmine.

Ele foi ao corredor, se sentou por ali mesmo e atendeu o telefone.

— Alô?

"Oi, Hazz, tudo bem?"

— Aqui nos Estados Unidos está tranquilo, e aí no Canadá?

"Ele te contou?" Ela suspirou.

Harry murmurou em concordância.

"Caramba, ele foi rápido"

— Por que foi embora sem falar nada?

"Olha, eu sei que não foi exatamente o que você e Cat me aconselharam a fazer mas..."

No meio da fala dela, Harry ouviu o barulho do sofá rangendo um pouquinho na sala. Ele espiou de onde estava, tentando ver se tinha acordado Louis, mas ele só parecia ter se virado no móvel.

"Eu até ia tentar... E então eu percebi que eu não poderia mudar ele. Só... Sei lá. Eu sou mais velha que ele, tenho quase trinta, não posso esperar que um moleque aja como um adulto."

— Ei! — Harry disse ofendido, ele era mais novo que Louis, logo estava sendo chamado de moleque também.

"Caramba, Hazz, vocês são parecidos demais! Toda vez que tento insulta-lo um pouquinho, você sai ofendido."

A garota bufou divertida do outro lado da linha e Harry riu um pouquinho. Por que ela tinha que ter ido embora? Ele iria sentir falta de rir pessoalmente com ela.

Harry notou que tinha uma sujeirinha de massa de bolo em sua camiseta, então conferiu mais uma vez se Louis parecia estar dormindo (parecia, tudo certo) e colocou o telefone no viva-voz enquanto ia até o banheiro limpar sua roupa.

O cômodo fazia um pouco de eco, mas não era suficiente para acordar alguém.

"No fim, você estava certo. Eu percebi que Louis não seria o pai dos meus bebês."

— Não distorça o que eu disse — ele respondeu enquanto tirava a camiseta e a depositava na pia.

"Mas foi o que você disse."

— Não foi bem assim, e mais, te ofereci um plano perfeito — Harry falava sobre sua sujestão de cuidar de crianças juntos, que sua amiga aparentemente descartou.

"É... Mas eu estive falando com a minha mãe, ela me apoiou, vou ficar um pouco aqui com ela até planejar melhor o que fazer."

— Sim, sim. Que bom que ela está te apoiando.

Ele tirou do viva-voz e apoiou o celular no ombro.

"Uma pena que ela gostava de Louis, disse que eu deveria ter tentado, como você disse."

— "Como eu disse"... Como é bom estar certo. É claro que sua mãe estaria do meu lado — Harry se vangloriou. — Como foi o vôo?

"Foi tranquilo. É curto demais para ser ruim."

— Fez o que eu sempre digo?

"O quê?"

— O que eu disse sobre os assentos de avião, para ajusta-los e não piorar as suas dores nas costas.

"Uau, eu nem lembrava disso, faz um tempão! Na verdade eu não segui a sua dica, esqueci totalmente e agora estou com dor."

— Bom, eu estou cansado e imagino que você também esteja, eu vou me deitar. Até mais, boa sorte no Canadá e não se esqueça de nós, seus amigos.

"Tchau, Hazz, não vou esquecer vocês. Beijos."

Quando ele estava indo em direção ao seu quarto, pronto para finalmente descansar depois de um longo dia cheio de preguiça, ele ouviu passos na sala e a porta se abrindo.

Harry correu para lá, com medo que fosse um ladrão ou algo do tipo, mas era Louis indo embora com seus tênis na sua mão boa.

— O que houve? Onde está indo? — O mais alto perguntou.

— Vai se foder. Estou indo pra minha casa.

Louis parecia tão aborrecido, que Harry até se assustou. Mas o seguiu.

— Mas por quê? Está tudo bem?

— Isso por acaso é engraçado pra você? — Louis perguntou ao largar os seus sapatos no chão e apontar para o seu rosto inchado, tanto pelas lágrimas quanto pelo breve sono que ele teve no sofá. — Mentir pra mim e me ter chorando no seu sofá é divertido pra você? Seu maluco sádico.

— O quê?! Claro que não, por que seria?

— Styles, você até deu dicas para para a porra do assento do avião! Como ela disse? Disse que eu não seria o pai dos bebês dela... Onde é que isso é dizer para alguém tentar com outra pessoa?

— Não foi bem assim... — Harry tentou se explicar mas Louis estava irado.

— Foi como então? — O mais velho perguntou, mas pelo jeito retoricamente, já que não deu tempo para Harry responde-lo. — Olha, eu espero que você se engasgue na sua receita super especial, seu filho de uma puta, e nunca mais olha na minha cara.

E antes que Harry tivesse a oportunidade de fazer qualquer coisa, Louis pegou seus sapatos de volta e entrou no seu apartamento, batendo a porta forte demais para o horário em que estavam.

Era frustante. A facilidade de Louis para desconfiar de Harry e ignorar as suas tentativas de resolver as coisas frustrava ele.

O que ele ouviu era ruim, muito ruim. Louis não deveria estar acordado.

Quando Harry disse para Jasmine que talvez ela quem não quisesse ter filhos com o Tomlinson, era uma brincadeira, uma provocação boba entre amigos sobre namorados, ele não esperava que ela levasse a sério. E muito menos que falasse sobre isso quando Louis estava ouvindo, mesmo que ambos não tivessem consciência de tal ato dele.

Então quando ele entrou para o seu apartamento e se jogou em sua cama, tudo que lhe restou foi o pensamento que, talvez, agora Louis realmente o odiasse. Mais do que antes.

Lembrou dele falando mais cedo que a richa deles era divertida, e não era, claro que não, Harry pensou, repetindo isso para si mesmo numa tentativa de se convencer. Mas também não era sério, não era algo que faria Louis bater portas e chorar durante uma madrugada. Não era mesmo.

E isso deixava Harry confuso. Porque ele não gostava de Louis, suas conversas não passavam de provocações quando conseguiam um trabalho antes do outro, mas ele também não era um monstro.

Apesar do que Tomlinson pensava, ele não gostava de ver ninguém chorar no seu sofá. Ele não enganava pessoas de coração partido por diversão. Claro que não.

Um pouco antes de adormecer, ele decidiu que tentaria falar com Louis no outro dia. Quando, quem sabe, ele estivesse mais calmo e disposto a ouvi-lo. Isso. É o que ele faria.