somos foguetes apontados para as estrelas

51 5 0
                                    

Rúben não conseguia dizer o que o havia atraído até a jovem com a camisa do Chelsea naquele dia, no entanto, a resposta para isso não demorou a aparecer. Durante os passeios pela cidade, o jogador reparava cuidadosamente em cada detalhe da morena. Ela era muito bonita e ele não negava isso, mas o que o deixou intrigado foi a forma como ela o tratava. Celina exalava confiança em cada movimento, ela era extremamente educada com todos ao seu redor, sempre tinha um comentário a acrescentar em algo que eles estavam conversando.

Depois de um dia cheio de descobertas, Rúben decidiu mostrar a Celina um lugar especial.

— O que acha de conhecermos o Etihad Stadium? — perguntou Rúben, com um sorriso maroto. — É a casa do Manchester City, e acho que vai gostar de ver por dentro.

Celina riu e balançou a cabeça.

— Eu sabia que você ia sugerir isso em algum momento. Mas saiba que, mesmo indo lá, eu jamais vestiria a camisa do Manchester City!

Rúben riu junto.

— Veremos sobre isso — disse ele, desafiador.

Quando chegaram ao Etihad Stadium, o jogador fez questão de mostrar cada canto do estádio. Celina ficou impressionada com a grandiosidade e modernidade do local. Ele a levou até o campo, onde ela pôde sentir a emoção de estar em um estádio de primeira classe.

— Ok, tenho que admitir, é incrível — disse Celina, olhando ao redor. — Mas meu coração ainda é azul do Chelsea.

Rúben sorriu, claramente encantado pela sinceridade dela.

— Eu respeito isso. Mas um dia ainda vou te ver vestindo a camisa do City — disse ele, piscando.

Depois do passeio pelo estádio, Celina convidou Rúben para seu apartamento, onde ela prepararia comida mexicana como forma de agradecimento.

— É sério? Comida mexicana? Estou dentro! — disse Rúben, animado.

No apartamento de Celina, o ambiente era acolhedor e decorado com toques pessoais que mostravam um pouco de sua personalidade. O apartamento não era grande, mas estava perfeitamente arrumado. Celina parecia ter pensado minimamente em cada detalhe, a decoração era moderna, mas repleta de coisas que deixavam o lugar mais autêntico. Rúben logo notou que ela tinha uma obsessão por livros, visto que sua casa parecia ser uma biblioteca. A sacada mostrava a vista de um bairro mais tranquilo da cidade, a vista era ampla e de tirar o fôlego.

Na cozinha, Celine se movimentava com facilidade, demonstrando que sabia o que estava fazendo.

— Você gosta de cozinhar? — perguntou Rúben, observando-a preparar os ingredientes.

— Adoro. Cozinhar me relaxa e me lembra de casa — respondeu Celina. — Espero que você goste de comida picante.

— Eu gosto de desafios — disse Rúben, sorrindo.

Enquanto Celina cozinhava, Rúben ajudava com pequenas tarefas, cortando legumes e preparando acompanhamentos. A conversa entre eles fluía naturalmente, cheia de risos e histórias.

— Então, como você decidiu vir para Manchester? — perguntou Rúben, curioso.

— Sempre quis estudar no exterior e quando surgiu a oportunidade, agarrei. A cidade tem uma energia única, apesar do clima — disse Celina, enquanto mexia na panela.

— E está gostando da vida aqui? — continuou Rúben.

— Muito. As pessoas são amigáveis, e agora que tenho um guia turístico particular, está sendo ainda melhor — brincou ela, olhando para Rúben com um sorriso.

— Eu gostaria de ter tido um quando cheguei, minha adaptação não foi fácil, então gosto de ajudar quem passa por isso.

— Você morava aonde? Sabe, antes de ir para o Manchester City.

— Nasci em Amadora, mas cresci em Lisboa, porque jogava pelo Benfica. Você já conheceu Portugal? — perguntou ele, alcançando a ela os tomates picados.

— Não, nunca conheci. E sem ofensas, mas não é um país que me interessa muito.

— O que? Por que? — Celine riu da cara de espanto de Rúben e sua reação.

— Culpe seus colonizadores.

— Acho que além de te converter ao City também terei que te mostrar o quanto Portugal é incrível.

Depois de algum tempo, a comida estava pronta e eles se sentaram à mesa. Celina havia preparado tacos, guacamole, e uma variedade de molhos picantes.

— Uau, isso parece incrível — disse Rúben, provando um taco. — E está delicioso!

— Fico feliz que goste — disse Celina, sorrindo.

A noite seguiu agradável, cheia de boa comida e companhia. Entre risos e conversas, eles perceberam que a conexão entre eles estava crescendo cada vez mais.

— Obrigado por hoje, Rúben. Significou muito para mim — disse Celina, sinceramente.

— O prazer foi meu. Estou gostando de te conhecer cada vez mais — respondeu Rúben, com um olhar caloroso.

Eles brindaram com suas bebidas, celebrando não apenas a boa comida, mas também a nova amizade que estava se formando. Ambos sabiam que aquele era apenas o começo de algo especial, cheio de possibilidades e aventuras futuras.

Por que ali, naquele pequeno apartamento se iniciou uma conexão de anos que estava predestinada a acontecer. Celina era tudo que Rúben precisava, alguém que o tratasse como um ser humano normal, que ele pudesse debater qualquer outra coisa que não fosse sua dieta ou suas estatísticas em campo. Enquanto para Celina, Rúben era alguém com quem contar e para mostrá-la que a vida poderia ser mais, muito mais, do que viver pelo reconhecimento acadêmico.

A relação deles era conectada pela natureza de serem quem são. Dentro daquele apartamento, entre a amizade dos dois, não havia julgamentos, apenas trocas de conversas normais e corriqueiras.

Assim, com o tempo, uma rotina foi estabelecida. Rúben ia ao apartamento de Celine nas quartas e sextas-feiras à noite, nos dias em que ela não tinha aula e ele não tinha jogos, e às vezes aos finais de semana.

A conexão de almas em amizade é um vínculo profundo e significativo, que transcende o mero contato cotidiano e se enraíza na compreensão mútua e no apoio incondicional. Para essas duas pessoas, a companhia uma da outra era essencial, oferecendo um refúgio seguro onde podiam ser verdadeiramente elas mesmas. A amizade delas era uma fonte de alegria e conforto, um laço que permitia que se vissem e se compreendessem de maneiras que ninguém mais poderia. A presença constante e o suporte recíproco transformavam cada momento compartilhado em uma experiência preciosa, mostrando o quanto suas vidas estavam entrelaçadas e como a importância de sua conexão era inestimável.

Voltar para Casa - Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora