quando você vai embora, eu ainda te vejo

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Rúben Dias estava em seu apartamento, relaxando após um dia exaustivo de treinos e compromissos. Ele se acomodou no sofá, com uma xícara de café ao seu lado, e se preparou para uma noite tranquila. No entanto, a tranquilidade foi interrompida pelo toque do seu telefone. Era uma chamada de sua mãe.

Rúben atendeu com um sorriso, antecipando a típica conversa familiar.

— Oi, mãe! — disse ele, tentando soar descontraído. — Como você está?

— Rúben, querido! Finalmente! — a voz de sua mãe soou animada do outro lado da linha. — Eu estava tentando te ligar o dia todo. Temos que falar sobre as suas férias de verão.

Rúben suspirou internamente. A conversa sobre férias era sempre um tópico carregado de expectativas e pressões, principalmente quando se tratava de sua mãe.

— Claro, mãe. Sobre o que você queria falar?

— Bem, já estamos planejando a nossa viagem para Lisboa para o Natal e o Ano Novo. E eu queria saber se você já decidiu com quem vai vir — disse ela, com um tom que deixava claro que tinha uma expectativa específica.

Rúben franziu a testa. A pressão para encontrar uma namorada e levá-la para a família sempre foi uma constante em suas conversas. Ele já sabia o que estava por vir.

— Ah, é verdade, eu me lembro. Mas ainda não decidi nada. Estou tão ocupado com o trabalho e os treinos que não tenho pensado muito nisso.

Houve uma pausa do outro lado da linha, e Rúben podia imaginar sua mãe suspirando.

— Rúben, você sabe como sua avó e todos os parentes estão ansiosos para te ver. E eles sempre perguntam sobre sua vida amorosa. Eu não estou dizendo que você precisa de uma namorada agora, mas seria tão bom se você pudesse trazer alguém para nos apresentar. O que acha?

Rúben sabia que estava encurralado. Sua mãe tinha uma maneira especial de transformar uma simples conversa em uma pressão sutil, mas efetiva.

— Mãe, eu entendo, realmente entendo. É só que— — Rúben hesitou, procurando por uma forma de escapar da situação.

— Rúben, por favor, não me diga que você não consegue arranjar alguém. — A voz dela era uma mistura de preocupação e expectativa. — Eu sei que você é um jovem atraente e bem-sucedido. Não deve ser tão difícil encontrar alguém. E você já està com vinte e sete anos.

Rúben olhou para o teto, tentando reunir os pensamentos. Ele sabia que precisava de uma solução rápida. Sua mãe não desistiria facilmente, e a ideia de desiludi-la não era algo que ele queria enfrentar.

— Mamãe! — seu irmão Ivan apareceu por trás o tomando seu celular. — Ele vai levar alguém sim, não se preocupe, tem um tempo que ele demora para chegar às quartas e sextas principalmente.

Rúben bufou e tirou o celular da mão de seu irmão mais velho.

— Que notícia boa! Suas tias vão adorar saber disso!

— Está bem, mãe. Eu vou ver o que posso fazer — cedeu ele, resignado. — Eu prometo que vou tentar.

A conversa continuou por mais alguns minutos, com sua mãe detalhando os planos para a viagem e expressando sua empolgação. Rúben terminou a ligação sentindo um peso nos ombros. Ele precisava encontrar alguém para levar a Lisboa, e não tinha muita ideia de como fazer isso rapidamente.

A ideia de arranjar uma namorada temporária foi absurda para Rúben, mas, ao longo do tempo, uma pessoa se destacou como a única opção viável: Celina. Ela era uma amiga próxima, e ele sabia que poderia contar com ela para ajudá-lo em situações complicadas. Mas havia um detalhe crucial: Celina sempre expressou seu desagrado por Lisboa e por qualquer coisa relacionada à cidade.

Voltar para Casa - Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora