não precisamos de mais nada

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Desde a volta da Itália, a vida de Celina se transformou em uma maratona de preparativos para sua mudança para Madrid. Ela havia sonhado com essa oportunidade por muito tempo, mas agora, com a data de partida se aproximando rapidamente, os sentimentos eram uma mistura de excitação e apreensão. Rúben, como sempre, estava ao seu lado, oferecendo apoio incondicional, mesmo que, no fundo, ele estivesse lutando contra a tristeza de vê-la partir.

Pouco depois de voltarem para Manchester, Rúben parecia ter se instalado no apartamento de Celina. O zagueiro do Manchester City, com toda a sua rotina agitada, encontrava tempo para estar com ela em cada momento livre. Ele saía dos treinos e ia direto para lá, sem pensar duas vezes. Seu carro se tornou uma presença constante na garagem do prédio de Celina, e seu riso ressoava pelos corredores sempre que chegava, trazendo consigo uma energia que preenchia o lugar.

— Bom dia, dorminhoca. — Rúben sussurrou uma manhã, enquanto colocava uma xícara de café quente na mesa ao lado da cama de Celina.

Ela abriu os olhos, um sorriso suave se formando em seus lábios ao ver Rúben sentado ao seu lado, observando-a com carinho. Aquele olhar que ele lhe lançava todas as manhãs era o que a fazia sentir que, apesar de tudo, tudo estava certo no mundo.

— Bom dia. — murmurou ela, sentando-se e pegando a xícara. — Você já está de pé há quanto tempo?

— Tempo suficiente para preparar o café da manhã e colocar suas malas na sala. — disse ele, rindo.

Os dias de Celina eram preenchidos por uma lista interminável de tarefas. Ela precisava organizar a mudança, alinhar os detalhes de sua nova moradia em Madrid e ainda se despedir de amigos e lugares que fizeram parte de sua vida em Manchester. Rúben, ao perceber o estresse que a sobrecarregava, assumiu um papel ainda mais ativo na vida dela, tornando-se seu companheiro constante e seu porto seguro.

— Pensei em fazermos uma pausa para o almoço. — disse ele um dia, enquanto Celina estava afundada em papéis e listas. — Que tal sairmos um pouco?

— Eu adoraria, mas ainda tenho tanto para resolver... — começou ela, mas Rúben a interrompeu com um olhar firme.

— Celina, você precisa de uma pausa. Vamos sair, tomar um ar. — insistiu ele.

Ela suspirou, mas o sorriso em seus lábios denunciava que ela estava prestes a ceder. Rúben sempre sabia como convencê-la.

— Está bem. Onde vamos? — perguntou ela, levantando-se da cadeira.

— É uma surpresa. — respondeu ele, piscando um olho, antes de pegar a chave do carro.

Eles dirigiram pela cidade, conversando sobre as mudanças que estavam por vir. Celina sabia que cada momento com Rúben estava se tornando mais precioso à medida que sua partida se aproximava. E, de certa forma, essas pausas que ele insistia em fazer eram uma forma de lembrar a ela que, mesmo em meio ao caos, ainda havia beleza e alegria.

Enquanto Rúben estava ao volante, Celina o observava. Ele parecia tão à vontade, tão natural em seu papel de apoiador e companheiro. Ela sabia que ele também estava lidando com suas próprias emoções, mas, em vez de se deixar consumir por elas, Rúben escolheu estar presente para ela, em cada pequeno detalhe.

O lugar escolhido por Rúben para o almoço era um pequeno restaurante italiano, acolhedor e familiar, que eles haviam descoberto juntos nos primeiros meses de amizade. Sentados à mesa, com pratos de massa à sua frente, eles riram e relembraram histórias, como se quisessem absorver cada momento antes da despedida inevitável.

— Vou sentir falta disso. — disse Celina, olhando ao redor do restaurante, mas sabendo que suas palavras tinham um significado mais profundo.

Rúben pegou sua mão sobre a mesa, seu polegar acariciando suavemente a pele dela.

Voltar para Casa - Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora