Capítulo 14

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Sydney

Quando abro meus olhos, o corpo de Evan ainda está espalhado sobre o meu, seu peito suado subindo e descendo no mesmo ritmo que o meu estava. Eu uso minhas mãos para afastar um pouco do seu cabelo emaranhado do seu rosto. Ele estava com a cabeça apoiada entre meus peitos, dormindo tão pacificamente que eu poderia pensar que hoje tenha sido o único dia que ele conseguiu relaxar.
Depois de tudo.

Mas Evan era pesado, seu corpo duro e forte. E por mais que eu quisesse continuar com ele aqui em cima de mim para sempre, eu não seria capaz de mantê-lo por muito mais tempo. Então eu começo a acariciar seu rosto na tentativa de despertá-lo do seu sono profundo. Eu nem conseguia lembrar do momento em que nós acabamos pegando no sono, eu só conseguia lembrar do aumento da nossa frequência cardíaca quando alcançamos o clímax, e de quando desabamos depois de liberarmos toda a nossa tensão.

— Ei. - eu murmuro acordando-o.

Evan levanta a cabeça, seus olhos se estreitando, e então seu sorriso se amplia quando ele percebe aonde estamos e como estamos.

— Desculpa, eu apaguei.

Eu acaricio sua barba.
— Eu também. Apenas acordei antes de você.

Ele se estica para cima, e seus lábios tocam meu pescoço, depois meu queixo e então minha boca.
— Acho que eu não vou ser capaz de ir embora, não depois do que fizemos agora.

Meu coração rapidamente se anima.
— Então fique comigo. - eu digo ainda acariciando seu rosto. — Passe a noite aqui.

Evan esfrega o rosto.
— Eu gostaria. Eu gostaria muito disso.

— Mas...? - eu instigo.
Mesmo já suspeitando do motivo.
Seu filho.

— Preciso estar lá para Ender. Eu sei que meu pai cuida bem dele, mas com a idade avançada que ele tem, não é muito inteligente da minha parte deixá-lo sozinho com uma criança.

— Eu entendo. - eu empurro seus cabelos suados para longe dos seus olhos caramelado.

— Mas você pode ir para casa comigo. O que acha?

As rodas começam a girar em minha cabeça.
— Não sei se seria uma boa ideia. Seu pai está lá, e seu filho também.

Ele puxa o rosto para trás.
— Meu pai nunca foi um empecilho antes.

Ele tinha razão.
Meu estômago retorce.
— Eu sei... é que agora parece diferente. Não sei como explicar isso.

— Ok. - ele me beija mais uma vez. — A última coisa que quero te pressionar.

Evan se levanta, e meu corpo estremece com o vazio que ele deixa no lugar. Meus olhos ficam maiores quando eu o vejo completamente nu em toda sua glória. Só então me dou conta de que eu também estava pelada. Levanto-me do sofá e começo a catar minha roupa. Evan faz o mesmo. E isso acaba trazendo-me lembranças da época em que nós esgueirávamos pela casa dos nossos pais.

Completamente vestido com sua calça jeans e camiseta de manga curta cinza, Evan sacode a cabeça ajeitando seu cabelo rebelde.
— Preciso usar seu banheiro antes de sair.

Eu aponto na direção da escada logo atrás dele.
— A primeira porta virando o corredor.

Ele avança os degraus, pulando dois de cada vez. E quando ele some no andar de cima, eu enrolo meus braços envolta de mim. Só então eu começo a processar o que tínhamos acabado de fazer, e pensar nas consequências que esse ato pudesse trazer para nós, para mim, me deixa nervosa. Eu tinha dito para Evan que não me importava de não usarmos proteção. Mas eu não estava raciocinando direito na hora, eu só queria me livrar de toda aquela tensão sexual. E parar depois que a fricção tinha se criado entre nós, não fazia parte dos meus planos. De forma alguma.

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