✮ - 𝒜𝗅𝗅𝗂𝖼𝖾 𝒞𝖺𝗌𝗍𝗋𝗈.
Depois de longos meses reprimindo tudo o que minha mente diz que eu deveria sentir, coloco tudo pra fora, em lágrimas. Trancada no banheiro do meu antigo quarto, eu chorei de soluçar. Logo que terminei, lavei o rosto e comecei a me preparar.
Estou indo embora de Londres por negócios da minha mãe e do namorado dela. Dentro de doze horas, eu estarei no Brasil. O país parece ser bem bonito e bom para morar, mas eu não gosto tanto do que eu vivi por lá.
Estarei ficando em uma casa relativamente grande, em comparação com a mansão daqui, não é tão menor. Essa casa fica em uma cidade chamada Imperatriz, no Maranhão. Segundo minha mãe, ficaríamos perto de conhecidos, e logo logo eu vou me acostumar, mas não engulo isso.
Quando finalizei a organização das minhas coisas e estava pronta, desci com algumas malas e meu padrasto levou tudo para o carro. Não passei maquiagem pois são quase metade de um dia dentro do avião.
Quando a casa foi esvaziada pelo meu padrasto e seu irmão, entrei no carro com minha bolsa de mão e fomos até o aeroporto. É previsto para chegarmos lá ao meio dia ou quase isso.
Passamos por todo o ritual de viagem internacional e nosso voo foi anunciado. Minha mãe, Anne, e eu, entramos na fila da classe executiva e dentro de algum tempo estávamos sentadas nos nossos bancos esperando a descolagem.
Minhas mãos suavam sem freio, minha respiração estava ofegante, minha perna não parava de tremer, enjoos e desconforto vivo. Senti tudo isso nas primeiras duas horas de voo, e minha mãe só massageava minha mão, na esperança de me tranquilizar. Então decidi tomar remédios para dormir durante o processo.
𝜗𝜚 - 𝗺𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝘀 𝗹𝗮𝘁𝗲𝗿.
Horas mais tarde, fui acordada por minha mãe na correria. Eu odeio ser acordada assim sem motivos! Com o coração relaxado, até demais, desci do avião e fomos buscar nossas malas.
— Foi rápido, né? — digo, me espreguiçando.
— Dormiu que só uma pedra, como que vê o tempo passar? — ironiza.
Neguei com a cabeça e peguei minha mala. Fomos de mãos dadas até o lado de fora do aeroporto, com algumas câmeras focadas em nós e pessoas pedindo autógrafo.
Eu sou uma patinadora mundialmente famosa por trabalhar profissionalmente com isso desde muito nova. Eu aprecio o carinho dos fãs, mas tem dias que é insuportável.
Dei alguns autógrafos e recebi alguns presentinhos, e após procurar por um tempo, encontramos o carro da mulher que veio nos buscar.
Uma mulher preta, linda, saiu do carro e abraçou minha mãe, elas pareciam se conhecer a décadas, e eu não duvido. Os últimos dez meses foram dedicados a essa mudança e elas não passavam um dia sem conversar.
— Kaya? — me chama, e eu levanto o olhar até ela.
Meus olhos estão pesados.
— Como você cresceu, meu amor! — vem até mim, e eu a abraço.
Nem sei quem é, mas minha mãe disse que eu deveria abraçar todos que falassem comigo. Aqui eles gostam bastante de toque físico, bem diferente de Londres.
— Vamos pra casa? A Rayssa está ansiosa demais pra te conhecer. — me diz, meio embolado, e aí eu me toquei que não era em inglês que ela estava falando.
Eu sou de nacionalidade mista, então as vezes eu me perco no que dizem. Meu cérebro desliga parcialmente, e dependendo do lado que a internet cair, demora horas ou dias pra voltar.
Fomos para o carro, e novamente eu dormi o caminho todo. Acordei em frente a uma casa branca bem grande e elegante. Pessoalmente é bem melhor que mas fotos.
— Mãe, eu estou com muito sono. — murmuro, e ela me encara e depois olha para a mulher.
— Certo, vá dormir. A noite eu te chamo para jantarmos com a família Leal, ok? — afirmo é subo as escadas.
Entrei na porta que tinha meu nome escrito e pude ver um quarto verdadeiramente grande. Também tem banheiro, mas não tem closet. Tudo bem, eu não tenho tantas roupas.
Tirei o moletom, bati os panos da cama e liguei o ar condicionado que batia bem em cima da cama, me jogando e apagando logo em seguida.
Horas depois, levantei sem saber nem meu nome. Um tempo depois, já estava sob o chuveiro para espertar.
— Kaya Allice? — escutei a voz de Anne ressoar dentro do quarto vazio.
— Ya? — respondo, esperando ela entrar no banheiro.
Ela abre a porta e me encontra de roupão e máscara hidratante no rosto.
— Eu ia te acordar pra se arrumar, mas aparentemente... bom, não demora muito, ok? E não precisa ir muito arrumada.
Isso é como um insulto a minha pessoa.
— Tá bom.
Terminei de me arrumar, passei uma maquiagem não muito forte, perfume, creme de pele e preenchi meus piercings. Tenho quatro na orelha direita, três em baixo e um no topo, e cinco na orelha direita, três em baixo, um no topo e um no meio. Tenho também um piercing no nariz, do lado esquerdo.
Vesti uma saia jeans acima do joelho, uma blusa de manga longa e gola alta bege e um tênis da Nike branco. Coloquei alguns acessórios a mais e pronto.
— Pronta? — Anne se levanta do sofá. — E arrasando.
Jogo um beijinho pra ela e saímos de casa, atravessando a rua e chegando na residência da família Leal. Essa casa não me é estranha, mas não consigo lembrar de onde é familiar.
— Fica tranquila. Talvez eles gaguejem um pouco, mas você acostuma com o tempo. — explica, e antes que eu pudesse responder, abrem a porta.
— Boa noite! Sejam bem-vindas. — a mulher que foi nos buscar no aeroporto aparece, e nos da passagem para entrar na casa.
Ao entrar, pude observar uma casa linda. Be organizada, cheirosa, e uma vista deslumbrante. Um raque recheado de troféus da SLS, a liga de skate e outros. Tem um skatista na família?
— Boa noite. — uma voz feminina nos cumprimenta, e quando eu me viro para ver quem era...
Que linda...
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Primeiro ep, fofuras! O que acharam?
Não quis demorar muito pra voltar, então cá estamos nós novamente.
Vote, comente e participe!
Até já!
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Demais. - 𝗥𝗔𝗬𝗦𝗦𝗔 𝗟𝗘𝗔𝗟.
Fanfic❝✮❞ Após um trauma que transforma sua rotina e personalidade, uma patinadora encontra uma skatista disposta a quebrar barreiras para ajudá-la a reencontrar sua paixão e confiança. "- Se, pra ter o seu amor, eu preciso derrubar os muros do...