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✮ - 𝒜𝗅𝗅𝗂𝖼𝖾 𝒞𝖺𝗌𝗍𝗋𝗈.

Alguns meses se passaram desde o campeonato, e eu, sem perceber, entrei em uma das minhas crises de apatia, que tem duração de horas, dias ou meses. Nunca sabemos.

Foi por conta daquele sonho com meu pai.

Eu lhe queria aqui, e por isso prolonguei sua partida, o que fez com que a dor aumentasse muito mais.

Contudo, a vida não para. Voltei pra escola e finalmente me recuperei da lesão. Na sala, eu costumo usar fones de ouvido e só tiro quando a professora fala. Contrapartida, eu tenho um foco maior e melhor absorção de conteúdo.

Agora eu dei uma descansada das pistas e estou focando mais na pintura. Era muito presente no meu passado por recomendação da psicóloga. Segundo ela, me ajudava a extravasar o que eu sentia sem diretamente dizer isso, e consequentemente poucas pessoas decifrariam com certeza.

— O que está fazendo, Kay? — a porta é aberta, revelando a cabeça de minha mãe.

— Pintando. — respondo, colocando o godê sujo de tinta sobre a escrivaninha.

— Ah, sim...

Ela agia de forma esquiva, como se quisesse dizer algo.

— Quer dizer alguma coisa? — pergunto, após beber um gole d'água.

— Quero. A Rayssa está te esperando lá em baixo. — coloca as mãos pra trás.

Por que a forma suspeita que ela fala parece fazer a frase virar uma mentira?

— Pede pra ela subir.

— Ela quer te chamar pra sair!

Que?

— Tá, pede pra ela subir. A gente conversa aqui em cima. — afogo os pincéis na água.

— Não! Desce lá, filha. — sorri.

Tá, o que está acontecendo?

Fui tomar banho e me arrumar como ela pediu. Me preparei e vesti uma roupa apropriada para a tarde/noite.

Vesti um top corset de renda e uma calça cargo, ambos pretos. Um Air force branco e uma jaqueta da Mercedes branca e preta. De toque final, minhas joias e a bolsa preta de lei.

Desci e encontrei Rayssa bem arrumada, e já estava de noite. Eu não demorei tanto, né?

— Oi, gatinha. — ela se aproxima, e me puxa pela cintura, me dando um selinho.

Entrei em estado de choque, tanto pela ação inesperada, quanto pela presença da minha mãe logo atrás. Não consegui conter um sorrisinho, e logo ela me enche de beijos e eu lhe abraço.

Tá, ela é minha cura.

Nos despedimos da minha mãe e pegamos um uber até o local do "date". Rayssa insistiu de que só me contaria o que quando chegássemos, e assim que a corrida foi finalizada, ela efetuou o pagamento e entramos. Estávamos no aquário da cidade!

Ela pegou a autorização pra entrar com sua câmera fotográfica e eu peguei o mapa para podermos andar sem se perder. Começamos pelas águas vivas, que particularmente foi a parte mais linda, e depois alguns peixinhos. Nesses momentos eu descubro que não sei nada de peixes e que tenho muito a pesquisar nos próximos dias.

Depois de algumas horas a gente saiu com algumas fotos e fomos comer na praça. Eu não estava com tanta fome, mas isso obviamente não serviu como desculpa, então eu perdi um x-bacon e guaraná. Ray foi de x-tudo e coca-cola. Terminamos e horas e horas mais tarde resolvemos ir pra casa. Mas eu pedi para irmos à pé.

— Obrigado por hoje. — quebro o silêncio. — Acho que era isso que eu precisava para espairecer depois do campeonato caótico. — rio.

— Não tem porque agradecer.

— Claro que tem. — paro e me viro pra ela. — Você fez o que ninguém da minha família conseguiu fazer dentro de oito anos. Obrigado.

Acho que escolhi a pessoa certa, mesmo sem ter escolhido ainda. Ela sorriu e me beijou, no meio da rua, sem vergonha, sem medo, só me beijou.

Chegando em casa, quando eu ia entrar, ela me puxou pra dentro de sua casa, não me deixando a oportunidade de escolher ir ou não ir.

— Quero te mostrar meu skate novo! — diz, correndo para o quarto.

Ela me apresenta seu mais novo skate personalizado, que era realmente bonito, e me segura ali em seu quarto por um tempo, mostrando as fotos da sua câmera e as fotos reveladas. Lhe ajudei a escolher algumas fotos nossas para serem reveladas, e outras para virarem card. Já sei qual vai ficar na minha capinha.

Sua casa estava calada, acho que sua família saiu.

— Quer dormir aqui em casa?

— O que?

Nunca recebi esses convites, na verdade, nunca dormi na casa de nenhuma amiga que não seja Allany, já que minha mãe só confiava nela, igual eu.

— A-ah.. certeza?

— Absoluta. Não quer?

— Quero! Vamos em casa buscar algumas coisas.

Desço as escadas meio apreensiva e abro a porta. Ela vem atrás. Atravesso a rua e quando abro a porta da sala, gelo por completo. Não consigo acreditar no que estou vendo. Acho que nunca vi tanta gente reunida no mesmo lugar, na minha casa.

✮ - ℛ𝖺𝗒𝗌𝗌𝖺 ℒ𝖾𝖺𝗅.

Desde o campeonato, a família da Allice estava preparando uma surpresa pra ela e é óbvio que eu estaria no meio da preparação. Esse estado dela estava preocupando a todos, e quando os amigos de Londres foram acionados, descobriram que eles estavam planejando vir ao brasil, então seria a desculpa perfeita.

Allany, Christian e Chloe vieram, com eles, a família. Entretanto, os três adolescentes vão ficar e a família vai voltar. Só temos a ganhar. O Christian é de maior, então vai ficar responsável pelas meninas, com o nosso apoio, até que elas se tornem de maior, o que não vai demorar muito.

Hoje, as garotas estavam chegando, e eu precisava tirar Lice de casa, o que foi quase impossível, entretanto, valeu a pena. Nossos momentos antes de chegar em casa me fizeram querer que fossem eternos.

E para uma ideia completa, o quintal da casa foi completamente organizado para comemorar a medalha da garota, e bem depois, pra ela não desconfiar.

E para uma ideia completa, o quintal da casa foi completamente organizado para comemorar a medalha da garota, e bem depois, pra ela não desconfiar

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