Capítulo 14

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Oito anos depois

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Oito anos depois

Eu tomei as rédeas da minha vida. Nestes oito anos, meu amadurecimento teve um gosto amargo. Com o final do contrato com a minha ex-empresária, contratei um grupo de assessoria, não dando espaço para manipulações. Cada um tinha uma função muito específica e sem muito envolvimento pessoal. Com o tempo criei afinidade com a Nataly, ela ficou responsável pelas minhas redes sociais e contenções de dano, mas eu era uma pessoa pacífica e não me envolvia em escândalos.

Tinha contratos exclusivos com marcas importantes e me dei ao luxo de dispensar qualquer um que tivesse inclinação para situações escusas.

Estava na terapia e passei a fazer defesa pessoal e lutava boxer com um professor particular. E só aceitei ele por saber a sua orientação sexual. Eu me tornei desconfiada com os homens. Todos pareciam ter interesses dos quais não me agradavam. A minha terapeuta foi outra situação que demorei mais do que gostaria. Foram quinze profissionais ao todo e quando já estava perdendo as esperanças, conheci a Keyla. Ela conseguiu me fazer falar como nenhum outro conseguiu antes.

Keyla, é uma jovem espetacular. Nos conhecemos por um acaso, quando tive uma crise no meio de uma praça. A crise ocorreu após mais uma tentativa fracassada com o meu psicólogo.

Ela se sentou ao meu lado no banco e me ofereceu um pouco da pipoca que estava comendo. Me distraiu da minha angústia falando sobre ela precisar trocar refeições por lanches, por ser uma péssima cozinheira. Acabei rindo da sua fala e suspirei engolindo o choro. Falei que também era péssima naquilo, mas que ainda morava com meus pais e isso me ajudava a manter as refeições em ordem.

Conversamos por mais de meia hora sem prestar atenção no tempo passando. E somente quando ela foi se despedir de mim, que falou seu nome e sua profissão. Ganhei um cartão com seu número e daquele dia em diante ela passou a ser meu porto seguro.

Sandrine nunca mais apareceu na minha frente, mas sempre recebia uma notícia e outra dela. Meus pais no começo não entenderam o motivo da nossa ruptura, mas falei que alguns contratos eu não era favorável e ela continuou insistindo deixando um clima ruim entre nós. Então preferi seguir em caminho separado dela. Eles respeitaram a minha decisão e não tocaram mais no assunto.

No começo achei que não daria conta, e que minha carreira iria desandar, mas foi muito ao contrário. Eu estava com contratos milionários em campanhas engajadas e importantes.

Ainda desfilava, mas agora já selecionava as marcas que realmente gostava. E hoje nem sei o que é comprar uma peça de roupa se quer. Meu pai fez uma reforma no meu quarto para anexar o meu closet. Onde tinham roupas que nunca se quer tiveram as etiquetas arrancadas. Minha mãe tinha total liberdade de escolher o que quisesse eu não tinha essa vaidade. Talvez seja justamente por viver cercada com tanto brilho e glamour. Só que por trás do brilho existia muita podridão.

Uma das modelos da Foxx teve uma overdose no meio da semana da moda de Londres, o caso foi abafado. Eu conheci a Cibelle a muito tempo. Ela estava afundada no mundo das drogas e nem sei como ela tinha sido selecionada para um desfile, se mau parava em pé. Ela que profetizou a minha situação na época que encerrei o contrato com minha ex-empresária, lembrava disso como se fosse hoje. Eu tentei ajudá-la uma vez, mas ela não aceitou ir para uma clínica de reabilitação e encontrou seu fim da pior forma possível.

-Saiu as fotos da campanha da Lotus, Bia. – Nataly me falou. Eu tinha pegado esse contrato com a marca francesa de vinhos e eles fariam o lançamento do espumante na noite de réveillon em várias cidades do mundo. E eu era o rosto por trás da marca.

-Deixa eu ver como ficaram. – Ela me passou o tablet e fui conferindo as fotos. Por algum motivo eu me sentia ligada a essa marca. Só não sabia explicar o motivo. – Ficaram ótimas. Mas, quem tem que aprovar são os donos, certo.

-Sim. As provas já foram enviadas para eles. Essa semana você tem campanhas no Rio e uma sessão de fotos em Santa Catarina e no Paraná

-Que loucura a minha vida. – Ri.

-Logo você vai ter suas merecidas férias. – Contei para a Nataly que estaria encerrando no mundo da moda. Como ela tem sido o mais próximo de uma amiga, precisei me abrir, pois logo não teria um trabalho para ela, e gostaria muito que ela conseguisse um bom cliente para me substituir.

         Eu estava saindo do banho quando a minha mãe me ligou muito eufórica e eu não consegui entender metade do que ela falava

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Eu estava saindo do banho quando a minha mãe me ligou muito eufórica e eu não consegui entender metade do que ela falava

-Mãe, calma. Respira e começa a falar novamente. O que houve com Bene e o Lui?

-O seu irmão e o seu cunhado, estão namorando uma jovem que acabaram de conhecer. – Meu telefone caiu da minha mão com o susto. Sorte que estava sentada na cama.

-Como assim? – E ela me contou tudo que aconteceu e como ela errou com a moça que na verdade entrou sem querer na vida deles. Que eles estavam muito apaixonados e que estava dando uma neta para ela. Sorri ao ouvi aquilo. Minha mãe estava emocionada, porque tinha errado ao pensar que a Olivia, esse era o nome, tinha entrada na vida dos dois para estragar a relação que já durava tantos anos.

Ela falou o quanto as duas eram lindas e que não sabia como poderia consertar o erro que cometeu. E nisso ficamos quase duas horas no telefone e ela me fez prometer comprar roupas para a minha sobrinha que eu acabei de ganhar. No final eu estava sorrindo, pois era uma situação muito inusitada, ver um casal dar a liberdade de outra pessoa entrar no meio da relação deles.

Ainda recebi fotos da Pérola, uma bonequinha de pele retinta com olhos incrivelmente azuis como o do meu cunhado. Aquelas bochechinhas estavam esperando para serem apertadas por mim.

Eu nem conhecia a Olivia, mas ela deu uma nova vida para a família e eu já admirava por esse feito. Fico imaginando como a Sienna deva estar se sentindo com a novidade, pois Lui é filho único e agora a família dela estava crescendo também.

No dia seguinte antes de embarcar de volta para São Paulo, passei em uma galeria e enchi uma mala só com roupas de bebê para a minha sobrinha. 




Hora de alinha os pontos para em breve nosso casal se encontrar. Eu estou muito ansiosa para mostrar esse reencontro. 

Votem e comentem. Beijinhos

Em queda livre( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora