Capítulo 30

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Aconteceu o que meu irmão previu

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Aconteceu o que meu irmão previu. Eu fui burro o suficiente para esperar o melhor momento, mas esse momento nunca iria chegar. Eu estava aproveitando para conhecer mais sobre a Beatriz e não esperava ter a Sophie em um evento do qual eu iria participar no dia seguinte.

O que foi idiota da minha parte. Ela como a excelente profissional que era, não ficaria sem trabalho e seria na área que ela domina.

-Por que fez isso Sophie? – Perguntei chateado.

-Você sempre teve uma obsessão por essa mulher. E ela nem é tudo isso. – Falou com despeito.

-Você não sabe de nada, Sophie. – Falei no hall do restaurante. – Beatriz é muito mais do que um rosto bonito, que estampa a publicidade da Lotus. E muito mais honrada do que você, que veio aqui somente para provocar uma vingança estúpida. Mas, devo te dar os parabéns, pois você conseguiu o que queria, me afastar dela. – Falei, medindo o tom da minha voz para não chamar atenção das pessoas a nossa volta. – Só que isso não te garante um lugar ao meu lado novamente. Se um dia eu tive respeito por você, ele acabou agora. – Vi sua fisionomia mudar e ela sabia que eu estava falando muito sério.

Efetuei o pagamento do nosso jantar, e Bruno veio com o carro para seguirmos para casa. Ele nada comentou quando me viu entrando no veículo sozinho e tentando ligar para a Beatriz. Ela recusava todas as minhas chamadas. Passei a mão no rosto e encostei a cabeça no encosto do banco, negando a minha falta de sorte com essa situação.

Bruno me levou até a casa dos meus pais. E durante caminho mandei uma mensagem para ela.

"Se um dia, eu merecer, você me deixaria te explicar o motivo de não ter falado antes sobre a Lotus, Beatriz?" – Enviei, mas não tinha certeza da visualização da mensagem.

Mau preguei os olhos a noite, mas precisava me concentrar no trabalho novamente. Tinha uma palestra para ministrar no dia seguinte. Seguiria para Carmelo, no Uruguai, em dois dias onde finalizaria a compra de um vinhedo que seria minha segunda linha de produção com vinhos diferenciados de cada lugar.

Peguei uma verdadeira paixão pelo vinho e fiz vários cursos voltados para a área. Hoje era reconhecido e sempre me chamavam para falar sobre o assunto. Mesmo continuando a trabalhar com o meu pai e com o Leandro a frente da Arantes. Nós três estávamos dividindo os comandos das diferentes áreas de atuação da empresa.

Nem sei como consegui concentração para fazer o meu trabalho. A cada hora dos dias que se seguiram, olhava meu telefone, mas não a incomodei com outras mensagens e ligações. Beatriz precisava de espaço e daria isso para ela.

Antes de retornar para a França, passei três dias com os meus pais e meu irmão na fazenda. Contei para o Rui o ocorrido com Beatriz, e diferente do que imaginei, ele não jogou na minha cara a minha falha. Ele estava constrangido, pois foi ele que instigou Sophie a fazer o seu showzinho na frente dela no restaurante, ela era amarga e queria me punir pelo final do nosso relacionamento a tanto tempo atrás.

-Ela estava magoada e queria te ferir.

-E conseguiu. Beatriz nem me deu uma chance de explicar. – Bufei. – Talvez nem era para ser explicado. – Levei um soco de leve no ombro. – Ei. Porque essa violência.

-É sério que você vai aceitar essa derrota assim?

-O que você quer que eu faça? Persiga ela? A cerque? Ela vai achar que sou louco e me acusar com razão.

-Talvez, neste momento não, mas como vocês tem uma conexão incrível, mande mensagens aleatórias para ela, coisas que você ache engraçado, e que faça ela lembrar de você. Da sua presença. – Ponderei.

-Meu consultor de sentimentos.

-Não mesmo. Apenas o seu irmão que te ama pra caralho. – falou e eu passei o meu braço em volta do seu ombro o puxando para perto de mim.

-Obrigado por me ouvir.

-Sempre e para sempre.

"Hoje ouvi a sua música e lembrei o quanto você é mais forte do que eu supunha ser verdade. Espero que esteja bem."

Voltei ao trabalho e a minha carga infinita de atividades, mas a cada pausa eu fazia o que meu irmão indicou, ela ainda não havia me bloqueado, mas tão pouco me respondeu.

"Croissant recheado é uma ofensa para os franceses, como eu não sou francês vou apreciar essa iguaria que minha avó fez para o meu café da tarde."


"Hoje o tempo está estranho, um clima ameno e um tanto frio, diria que meu humor transformou o céu de Nice."


"Eu te falei que tenho um cavalo e amo fazer longas cavalgadas com ele. É um dos poucos momentos que sou livre da pressão do meu trabalho."


"Bernardo me enviou mensagem confirmando a minha ida a Marselha no próximo final de semana. Eu tenho os ingressos, mas se você não estiver pronta para me ver, eu posso declinar do convite, para que você possa aproveitar o seu irmão."

Foram mais de cinquenta mensagens que enviei para ela quase que diariamente, com frases aleatórias e coisas do meu dia a dia. Como ela não me respondeu, aceitei me encontrar com seu irmão na corrida. Provavelmente ela deve ter avisado que não iria e mantive o cronograma e viagem para a cidade onde aconteceria o evento.

Bernardo e eu marcamos um jantar após a corrida, e eu fui para o hotel descansar um pouco.

"Eu cheguei em Marselha hoje à tarde. Amanhã, fiquei de encontrar seu irmão no circuito e jantar mais tarde. Se você se sentir incomodada com a minha presença, posso declinar do convite?"

As mensagens não estavam funcionando e prometi a mim mesmo que amanhã enviaria a última e a deixaria seguir o seu caminho. Beatriz merecia essa minha consideração, afinal ela só queria me agradecer pela ajuda e aquilo já tinha sido feito.




Eita que situação, meu Deus. Será que essas mensagens vão resolver a situação do nosso deus de ébano. 

Esse capítulo vai para a silvanaferreirarodri 

Em queda livre( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora