Capítulo 43

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Morar sozinha tem suas vantagens e desvantagens

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Morar sozinha tem suas vantagens e desvantagens. Eu não tinha hora certa para dormir, mas também não tinha quem me tirasse da cama. Claro que eu tinha minhas obrigações no trabalho, mas fora isso estava vivendo de comer besteiras. Resultado, tive uma indisposição estomacal. Minha mãe, toda médica, veio na minha casa todos os dias e fazia comidas para um batalhão. Eu estava mal-acostumada com esses mimos na casa deles, e precisava aprender o básico ou viveria de fast food e comidas congeladas.

No entanto, consegui contratar uma pessoa para cuidar da casa e deixar as minhas refeições prontas, assim Dona Helena parava o surto que estava vivendo. Pedi minhas cunhadas para arrumar mais filhos, pois assim minha mãe me deixaria respirar um pouco.

Mesmo com esses surtos dela, eu estava na sua casa todos os finais de semana. Bento era a única exceção, após se mudar para a américa. Contudo o lugar ganhou outros membros honorários, Leon, Victor e seus filhos. Maycon e Erick eram os bebês mais fofos da família, eles completariam um ano esse final de semana e a festa deles seria na casa dos meus pais. Eles optaram por algo mais familiar para o primeiro aninho deles, pois a data ainda era algo cruel nos corações de todos. Tessa não morreu no parto, mas tão pouco conheceu os filhos antes de morrer.

Outro que entrou para a família, mesmo a contragosto era o LJ, ex-cunhado do Bernardo, que hoje era o piloto que ele treinava para as corridas do próximo ano. O moleque era um merdinha mimado, mas tinha um verdadeiro respeito pela Alice, e presenciou o seu acidente no autódromo. E a pedido dela, hoje demos uma colher de chá para ele, que não tinha bom convívio com os próprios pais e a irmã.

Deixei um bom dia no grupo da família e fui em direção ao elevador, precisava ir trabalhar. Como o local onde trabalho fica a quatro quarteirões da minha casa, ia e voltava a pé. Claro que existia assaltos na região, então sempre tomava cuidado durante o meu caminho. Embora o bairro seja movimentado por ser um dos circuitos noturnos mais badalados da capital, não era muito de farra. Até me acostumei a dormir com o barulho, sorte que morava nos andares mais alto, aonde o som chegava mais baixo nos meus ouvidos.

-Bom dia. – Aquela vozinha meiga me tirou da distração no corredor. Eu estava esperando o elevador e vi Celina e João Miguel saindo do apartamento. Ela estava arrumada, e pronta para um programa em plena luz do dia e no meio da semana. Porra, a mulher não dava espaço para ter um momento com seu filho. Eu não quero a julgar, pois sei que ela depende somente dela mesma para se sustentar, mas eu não sabia o que aconteceria com ele quando crescesse e os vizinhos e até os coleguinhas da escola começassem a apontar o dedo em sua direção.

-Bom dia, meu amorzinho. – Falei abaixando em sua direção. Ele estava com uma jardineira jeans e uma blusa amarela por baixo, fazendo alusão ao desenho dos minions. – Bom dia, Celina.

Entramos juntos no elevador e João esticou a mãozinha na minha direção para que eu segurasse. Sorri para ele e o deixei mantê-las unidas até ela descer no terceiro andar, onde deixaria o filho com uma vizinha para ir para o seu programa. Eu segui para o térreo, mas não pude deixar de notar a tristeza naqueles olhinhos. João Miguel era uma criança linda demais.

Em queda livre( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora