Amor Profano - Richard Rios.

Chapter 49: Fácil Demais.

Camila on.

Estava na casa de Piquerez. Havia passado a noite aqui ontem, depois do jogo. A derrota provavelmente tinha o abalado, mesmo não estando em campo, e também, era óbvio que precisava de ajuda com as coisas em casa, por conta da cirurgia.

E suponho que ele já está melhor, pois nesse momento me encontrava em seu colo, com ele beijando meu pescoço, que com certeza ficaria marcado no dia seguinte.

Paramos o que começamos porque ainda estava com medo de machucá-lo. Ele bufou, mas ainda sim entendeu.

- Joaco... Quando você vai contar tudo para a Lívia? - arqueou a sobrancelha em minha direção.

- ¿De qué estás hablando? - desviei o olhar de seus olhos.

- Eu me sinto culpada por mentir para uma amiga.

- Pero Camila... nunca le mentiste. - segurou em minhas mãos, parecendo ainda confuso com aquela conversa.

- Como você não está entendendo? Foi difícil ver a Lívia ir embora chorando daquele jogo. Você tem noção!? Ou a ficha não caiu? - me exaltei mais do que deveria, e acabei o assustando. - Desculpa. É que é difícil não poder dar um tapa na cara daquela vagabunda.

Nós dois nos entreolhamos e começamos a rir. Mas ainda sim isso não me fez ficar menos séria.

- Pique, olha... - quebrei o silêncio que estava entre nós dois, e ele me olhou preocupado. - Eu tô aqui para o que você precisar, e te ajudei com tudo isso. Mas eu vou te dizer uma coisa só: ou você vai lá e conta, ou eu conto.

Tinha a impressão de que Piquerez tinha mais medo de mim do que qualquer coisa nesse mundo. Mas isso não é certo, ele sabia disso. E também sabia que eu não vou conseguir aguentar segurar isso por muito tempo. É uma merda ver um amigo seu sem saber da verdade que está acontecendo na vida dele.

Com a Lívia nunca foi diferente. Nós não nos demos bem na primeira vez, e faz parte da vida. Quando nos aproximamos eu vi que ela era uma pessoa diferente do que eu pensava. Uma pessoa com o coração de ouro, que com certeza merece o mundo.

- Sólo necesito saber cuándo voy a hablar con ella. - segurou em minhas mãos, olhando praticamente no fundo dos meus olhos. - Yo resolveré esto.

- Eu espero, tá bom? - entrelacei nossos dedos. - Eu só não quero ver ela triste e preocupada. Ela gosta muito do Richard, e nós dois sabemos o quanto isso é recíproco. Você interferir nisso desde o começo já era errado.

- ¿Podemos cambiar de tema? - perguntou, e eu sorri fraco.

- Só mais uma coisa, não quero te ver do lado daquela piranha de novo, entendeu?

- Lo que quieras, cariño. - segurou em meu rosto delicadamente, e me beijou.

[...]

Livia on.

Fazia quase uma semana que não falava direito com Gaby. Já tentei diversas vezes mandar mensagem para tirar isso a limpo, mas nunca consegui realmente mandar. Se ela estava me tratando estranho novamente, talvez não queira falar comigo. E eu deveria deixar isso quieto. Era o que eu achava antes dela mudar completamente de novo. Que merda tá acontecendo?

Acho que eu realmente necessito de um psicólogo. Ou estava muito paranoica ou muito certa, estar errada eu não aceito.

Para esfriar a cabeça, fui dar um passeio naquele mesmo parque em fui com Richard, a Gaby e o Endrick. Tempos que provavelmente nunca vão voltar. Eu sinto tanta falta de jogar stop com eles e sempre discutir quando colocavam alguma palavra errada de propósito. Era tão bom quando ainda estavam aqui. Pelo menos eu iria ter um conselho para tudo isso que estava acontecendo.

Sentei em um banquinho que tinha na pequena trilha do parque. O vento que batia no meu rosto trazia uma sensação boa. Uma sensação de paz.

Em alguns minutos, sinto alguém tocar em meu ombro levemente.

- Lívia? - olhei para trás, me assustando ao ver quem era. Esse povo tem mania de me dar susto.

- Wesley! Que susto! - levei as mãos no peito, tendo a expressão assustada.

- Tá devendo alguém? - gargalhou, enquanto se sentava ao meu lado.

- Talvez eu esteja. Mas não dinheiro. - suspirei fundo, e desviei o olhar para frente. - Está tudo bem?

- Sim, está. Acabamos de ganhar um jogo contra o Bragantino, na Sula. - assenti com a cabeça. - Com tempo vamos melhorando, né?

Apenas concordei novamente. O único som que dava para escutar naquele lugar nesse momento, era dos passarinhos cantando e do vento nas árvores. Eu estava brisando totalmente.

- Tô te achando quieta. Você nunca foi quieta. - comentou, me fazendo ficar de frente para ele. - Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

- Coisas da vida. - respondi, sorrindo fraco. E novamente, desviando o olhar.

- Quer conversar? - arqueei a sobrancelha. - Sei que não somos mais tão próximos assim, mas você pode contar comigo ainda. O que você disser aqui, não sai daqui. Prometo.

Pensei duas vezes antes de respondê-lo. Será que eu precisava de uma opinião masculina? Ainda tinha o Lucas comigo, mas eu evitei de tocar nesse assunto com ele depois que fiquei bêbada.

- O que você faria se estivesse ficando sério com uma garota e tiver a impressão de que ela beijou o ex na sua frente? - a pergunta ficou confusa, ele parece não ter entendido. - Ela tá com ex na frente dela, muito perto do rosto, mas ela jura que não beijou ele. Jura de pé junto. Mas vocês acabam brigando e você nao acreditou nela. O que você faria?

- Essa pergunta me pegou. - endireitou a postura, apoiando os cotovelos no joelho, ficando na mesma posição que a minha. - Eu acho que tudo se resolve na base da conversa.

- E se por acaso os dois forem orgulhosos demais para começar uma conversa descente?

- Eu acho que se você realmente gosta dessa pessoa e está disposto a fazer tudo por ela, não é o orgulho que vai te impedir. - de fato, ele tinha razão.

Isso me fez refletir das últimas vezes que nós brigamos, e me fez pensar que em todas essas vezes, eu nunca quiser procurá-lo. Era sempre ele que ia atrás, e eu desculpava. Nunca fui de conversar quando fazia merda.

Deve ser por isso que eu tenho um puta medo de perder quem eu amo. E a primeira vez que assumi um erro, foi com a Gaby. E não adiantou porra nenhuma.

- Obrigada pelo conselho. Não sabia que dava conselhos tão bons. - o olhei sorrindo, e ele envergonhado desviou.

- Que nada. - brincou com os dedos enquanto falava. - Se precisar conversar, tamo' aí.

♡

Tava muito ansiosa pra postar esse capítulo, motivo? nenhum. Só queria postar mesmo. Espero que gostem. Não esqueçam de comentar muito. Beijocas 💋 💋