Amor Profano - Richard Rios.

Chapter 73: Crianças.

Richard on.

Mais uma rodada do Brasileirão. O estádio lotado como de costume. Não conseguia ver Lívia na arquibancada. Ela avisou que iria chegar um pouco atrasada, e isso não me preocupou. Já que era meio normal acontecer. Mas já haviam passado quinze minutos desde que o jogo começou.

Estava concentrado no que estava fazendo no momento, mas encontrar minha namorada em meio a multidão também era importante. Aproveitando o tempo que tínhamos com um escanteio, meus olhos rodearam as arquibancadas, a procura da morena, que logo encontrei, sorrindo orgulhosa em minha direção. Deu um "tchau" com a mão, me fazendo sorrir sem jeito.

Pelo menos não estava mais preocupado. Passar mais de uma hora e meia dentro de um estádio sem saber se ela estava bem ou não, era preocupante, mas saber que mais uma vez conseguimos uma goleada de 5x0 confortava de alguma forma.

Depois que voltei para casa, tentei ligar para a argentina, que não me dava notícias desde o final do jogo, em que nos falamos no finalzinho, que ela tinha avisado que iria embora por não estar passando bem e que iria comemorar essa vitória comigo amanhã quando estiver melhor. Entendi completamente o seu lado, e não perguntei mais nada desde então.

- "Oi, Richard." - o tom do outro lado da linha era seco.

- Amor, você está bem? - perguntei enquanto colocava uma roupa confortável, já que tinha acabado de sair do banho.

- "Estou sim. Só estava passando um pouco mal. Me atrasei porque fui ao médico."

- E está tudo bem?

- "Está sim." - ficou em um minuto de silêncio. - "Desculpa, meu dia foi terrível e ainda estou um pouco mal. Nem perguntei de você. Como você tá depois de outra goleada?"

- Não se preocupa, meu amor. Podemos falar disso outra hora. Quando você estiver bem. - concordou com um "uhum" pedindo desculpas novamente.

- "Podemos no falar amanhã? Vou aí conhecer seu famoso sobrinho." - riu baixo e desanimado, provavelmente cansada.

- Claro. Você vai adorá-lo. - comentei, bocejando pelo cansaço que estava. - Melhoras, princesa. Eu te amo.

- "Eu te amo, Richard." - desligou a chamada.

[...]

Livia on.

Me arrumava as pressas para a casa de Richard. Era para ter chegado lá á meia hora atrás, mas acabei esquecendo disso. Meu tornozelo ainda doía por ter virado do lado errado. Latejava enquanto eu andava.

O melhor disso era que já estava com o meu carro novinho que poderia chamar de meu e dirigi-lo sozinha! Estava animada e nervosa ao mesmo tempo. Ontem a noite repensei muito em tudo que aconteceu até agora. E sobre a notícia que recebi do médico, era difícil fingir que estava tudo bem.

Apertei a campainha do apartamento, que logo a porta se abriu, revelando um garotinho parecendo ter mais de cinco anos. Lindo, muito parecido com Richard.

- ¡Tío Richard! Creo que tu novia ha llegado. - a voz doce o chamou, e pude ter certeza que era Thian. Sobrinho se Richard.

- Estoy indo! - gritou da cozinha, correndo para onde estávamos.

Richard me comprimentou selando meus lábios, até nos virarmos para seu sobrinho, que estava com cara de nojo nos olhando. Rimos juntos.

- Este es el famoso Thian. - comentei ao observá-lo enquanto entrávamos no grande apartamento.

- Soy famoso? - perguntou ao tio, que concordou sorrindo.

- ¡Esta es tu nueva tía! - Richard abraçou minha cintura, deixando que o pequeno me observasse.

- Ella es hermosa. - o pequeno me elogiou, me fazendo sorrir envergonhada. - ¿Te gustan los niños?

- ¡Sí, mucho! Amo a los niños. - respondi, arrancando um sorriso genuíno do garoto.

- ¡Voy a enseñar mi colección de cochecitos! (vou mostrar minha coleção de carrinhos!).

- Pilantra, já quer roubar minha namorada. - Richard resmungou em português, o deixando confuso, me fazendo lhe dar um leve tapa no braço.

O pequeno segurou em minha mão, me guiando até a sala, onde estava o irmão de Richard.

- Esta es Livia. Mi novia. - me apresentou. Me direcionei na direção do homem que estava sentado, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

- Es un placer conocerte. Hemos oído mucho sobre ti. (é um prazer te conhecer, ouvimos muito sobre você.) - sorriu gentilmente.

- El placer es todo mío. - retribui seu sorriso, me sentando junto a Thian.

Richard quase nunca cozinhava, e como já imaginava, seu irmão era quem iria fazer o jantar hoje a noite. Eu e o pequeno brincávamos de corrida de carros enquanto Richard o ajudava, ou tentava, na cozinha.

Thian me lembrava muito o jogador. Era impossível o vê-lo sorrir e não lembrar dele. Ali, senti uma leve vontade de chorar, mas obviamente não iria fazer isso. Ele me contou sobre a mãe e o pai sempre viajarem com ele. Mas nunca juntos, como uma família, sempre ele e o pai, ou ele e a mãe. Lembrei do desastre que era a minha, mas mesmo assim meus pais nunca deixaram de me excluir de nada.

Podia não ter uma relação muito boa com o meu pai. Honestamente, ele era uma boa pessoa. Só não era um bom pai.

Os dois logo nos chamaram para sentar na mesa. Thian sentou ao lado do pai, e eu ao lado de Richard.

- ¿De qué estaban hablando? - o irmão dele perguntou ao pequeno, que comia direitinho, me fazendo derreter de fofura.

- A Lívia le gustan los superhéroes, igual que a mí. - ele respondeu, sorrindo em minha direção.

O resto do jantar, irmão de Richard foi perguntando sobre o que eu fazia da vida. Expliquei que era formada em marketing, mas trabalhava como fotógrafa dentro do jornalismo esportivo. Contei sobre o dia em que nos conhecemos, mesmo Rios implorando para que não contasse. Até porque, ele odiava lembrar do irmão gêmeo dele, mas eu amava. E ele sabia disso.

- ¿Entonces habéis estado juntos más de dos meses? - assenti com a cabeça. - Está bien. Richard conoce las reglas familiares. Sexo sólo después del matrimonio. (então, vocês estão juntos a mais de dois meses? Isso é bom, Richard conhece as regras da família. Sexo só depois do casamento.) - a fala me fez engasgar com a comida.

Richard se desesperou, me dando o copo de água que estava em cima da mesa.

- No necesitaba decir eso delante del niño. - o colombiano ao meu lado disse, segurando a risada enquanto olhava para mim, que ainda estava engasgada.

- Bien, cambiemos de tema. ¿Cómo estás en CT? (Ok, vamos mudar de assunto. Como está no CT?).

Cruzei as pernas, sentindo minhas orelhas queimarem. Provavelmente estava corada. Rios sabia que eu ficava assim com qualquer pergunta íntima, e nunca deixou de rachar o bico.

♡

Essa parte é tão fofa, meu Deus. A fanfic está chegando no fim, já estou com saudades. Espero que gostem do capítulo. Beijocas 💋 💋