CAPÍTULO 9

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ezekiel. presente.

Era para ser apenas um esquema, um desígnio cuidadosamente planejado. Eu a encurralaria, apertando-a até que ela liberasse, contra sua vontade, as verdades que eu tanto ansiava por ouvir. Mas então eu a vi. Ali, com uma única toalha fina envolta em seu corpo. O tecido precário mal conseguia cobrir suas curvas, insinuando-se ao longo de suas pernas esculpidas, cada centímetro delas uma provocação indecente. A pele dela, ainda úmida, reluzia à luz tênue, as gotas de água deslizavam lentamente, como se desafiassem o tempo a avançar, deixando rastros em suas costas, onde os fios de cabelo, pesados e escuros, se aderiam.

Eu busquei, dissipar os pensamentos lascivos que invadiam minha mente. Cada relance de sua forma desprotegida, cada detalhe de sua carne exposta, alimentava uma briga interna, entre meu desejo incontrolável e a racionalidade. Eu tentava, com todas as forças, recordar-me de que ela era uma filha da puta calculista, fria e cruel. Mas naquele momento, ela parecia dolorosamente vulnerável.

Quando eu a tive em meu agarre, envolta de meus braços, nossos corpos colidindo, roçando-se, algo acordou dentro de mim. O calor de sua pele contra a minha, a textura delicada de sua carne pressionando-se contra o tecido de minha roupa, despertaram um desejo ardente que me corroía por dentro. Eu sentia sua resistência, uma luta frenética e desordenada para escapar, e essa relutância apenas incendiava ainda mais meu ímpeto. Cada movimento dela, cada tentativa de fuga, apenas me fazia apertá-la mais, sentir mais, querer mais.

E eu sabia que isso era perigoso. Podia sentir a corrupção rastejando, uma culpa antecipada, o pressentimento de que, ao ceder a esses impulsos, eu abriria a porta para algo irreversível. Ela podia me matar por isso. Podia ordenar que seus homens dilacerassem minha carne, que me fizessem em pedaços enquanto eu ainda respirava. Mas mesmo assim, com meus dedos mergulhados em sua carne quente e apertada, sua buceta traindo qualquer palavra de ódio que pudesse sair de sua boca, eu não conseguia parar.

Seus olhos, claros como o céu, me atravessavam com um brilho que eu conhecia bem. Um fogo que eu via refletido em seu olhar, um desejo que ela não podia esconder, mesmo que quisesse. E aquilo me tomava por completo, um prazer distorcido em vê-la sucumbir, ver a mulher que eu deveria desprezar se contorcendo em minhas mãos como uma puta rendida ao seu próprio desejo.

Eu sabia que a conhecia. Sabia que, em algum lugar nas sombras do meu passado, havia uma conexão entre nós. E ela também sabia. Estava nos seus olhos, na forma como me olhava. No motivo pelo qual me atacou na primeira noite. Eu ainda não podia me lembrar, mas isso mudaria. Eu iria descobrir. E quando o fizesse, tudo faria sentido. Cada toque, cada suspiro entrecortado, cada instante em que nossos destinos se entrelaçaram até este momento.

Eu repuxei seus fios escuros, trazendo a visão de seu rosto á mim, uma lágrima solitária emergia daqueles olhos que agora pareciam quase submissos, como se cada gota fosse um grito silencioso de fraqueza. Ela descia lenta, marcando sua pele com um rastro de sal e dor, enquanto eu sentia um sorriso travesso se formar em meus lábios. O prazer perverso de vê-la desmoronar alimentava meu desejo de prolongar aquele momento. Sem hesitar, inclinei-me para mais perto, meu rosto pairando sobre o dela, a respiração quente e irregular. Minha língua, lenta e deliberada, deslizou pela curva de seu rosto, capturando a lágrima com uma suavidade cruel, como se pudesse absorver toda a sua angústia. O sabor amargo dela na minha boca era um lembrete da rendição que eu havia extraído.

— Raven.... — o nome escapou dos meus lábios em um gemido abafado, impregnada de uma intensidade quase dolorosa, ressoou no ar como um sussurro que carregava o peso de todas as emoções conflitantes que queimavam dentro de mim.

Com um movimento firme, ergui meu corpo, invertendo nossas posições em um instante calculado, sem jamais afrouxar o aperto em torno dela. Agora, por cima dela, minhas mãos, firmes começaram a deslizar até a toalha, onde o nó frouxo mal conseguia manter o tecido em seu lugar. Com um gesto lento e deliberado, desamarrei o laço. O tecido deslizou suavemente pela curva de seu corpo, revelando a nudez que até então estava escondida. Minha respiração se tornou mais pesada, enquanto o vislumbre de sua pele perfeita me deixava à beira da loucura.

Seus seios eram uma obra de arte viva, perfeitamente moldados, seus mamilos endurecidos, rígidos, denunciavam o turbilhão de emoções que fervilhavam dentro dela. A visão era quase insuportável, cada detalhe de sua forma despertando um desejo selvagem e incontrolável dentro de mim. Porra, era uma visão que me consumia.

O acesso de minha boca abocanhou um dos seios que fora libertos, trajetando em contínuo momento em que minha mão voltou para a intimidade dela, adentrando-se apenas para ter o toque no local úmido, esfregando-o lentamente os mesmos, lambuzando os meus dedos.

Eu não pude me conter. Minha língua deslizou pela buceta dela, chupando o local rígido sem pressa, intercalando com o meu dedo quando via necessidade, aumentava o ritmo.

Os dedos intensivos agora tomavam mais forma conforme o grunhir dela tinha lugar na oitiva totalmente atenta a ela, enquanto eu mantinha a sucção barulhenta de minha língua, exprimindo leves respiradas na medida que o músculo aveludado tinha-o esfregando lentamente.

Sentindo uma súbita e incômoda pressão contra a minha garganta, uma força que me tirara de qualquer vestígio de controle que eu ainda acreditava ter. Ergui o meu olhar, meus olhos encontrando com os dela, frios, as pupilas dilatadas em um deleite macabro enquanto seus dedos delgados seguravam com firmeza o canivete que eu, em um ato de descuido imperdoável, havia deixado ao alcance dela. Porra. A lâmina afiada, roçava em minha pele, desenhando uma linha invisível de perigo sobre meu pescoço, e em resposta, um sorriso enviesado, quase sádico, começou a se formar em meus lábios. O que deveria ser um momento de triunfo meu agora estava invertido, o controle escapando de minhas mãos para as dela, como areia escoando por entre os dedos.

Cessei todos os movimentos, minha mente girando em um turbilhão de possibilidades e estratégias, enquanto seus olhos, plenos de uma determinação feroz, não me concediam qualquer espaço para questionar. Ela recuou, cada passo meticulosamente calculado, sua presença preenchendo o espaço entre nós com uma autoridade que eu jamais havia previsto. — Você é burro pra caralho, novato.

Então, com uma calma desconcertante, ela ergueu a lâmina, apontando para o espaço que até pouco tempo ela ocupava — a mensagem clara e impiedosa: queria que eu me deitasse ali.

Ri, uma risada rouca que reverberava pelo quarto, carregada de descrença e uma sombra de excitação retorcida. Mas, no fundo, eu sabia que não havia escolha. Ela não era uma mulher de meias medidas; se fosse necessário, aquele canivete encontraria seu caminho em minhas entranhas, e eu me recusava a subestimar a gravidade da situação. Obedeci, afundando meu corpo contra os lençóis, sentindo o frio do tecido deslizar pela minha pele enquanto ela se aproximava.

Ela se posicionou sobre mim, cada movimento uma proclamação silenciosa. O choque de vê-la assumir o controle de forma tão absoluta traiu-se em meus olhos, mas não tive tempo para processar o absurdo da situação antes que seu braço, segurando a lâmina, deslizasse novamente para meu pescoço. Sua mão pressionava o metal contra minha pele, o fio da lâmina quase cortando, enquanto seu corpo se inclinava sobre o meu, cada centímetro de sua proximidade me enredando em uma teia de luxúria e perigo.

E então, lentamente, quase torturante, ela começou a mover o quadril. Uma dança sutil, sensual, e ao mesmo tempo devastadora. Seus movimentos eram lentos, deliberados, cada ondulação de seu corpo pressionando-se contra o meu, mesmo através do tecido de minha calça que nos separava, me conduzindo a um frenesi interno. Era um tormento que me corroía por dentro, um desejo que me queimava por inteiro, forçando-me a ceder ao jogo que ela agora comandava com um domínio impecável.

Ela havia mergulhado de cabeça no jogo, assumido as rédeas, e, porra, a intensidade daquele momento prometia consumir qualquer fragmento de sanidade que restava em nós.

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