Episódio 15: O Passado de Cássia

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CAPÍTULO QUINZE: A MULHER MISTERIOSA QUE ATRAVESSAVA PAREDES

A mulher era branca, possuía cabelos negros amarrados, olhos castanhos e estatura baixa. Usava blusa de algodão cor de rosa, uma pequena jaqueta de manga longa jeans azul por fora, calças jeans e de poliéster da cor branca e tênis igualmente brancos. Ela possuía dois coldres, usados por policiais ou seguranças, da cor preta, na cintura e na coxa direita. Cássia a observou e estava pronta para ficar invisível e sair correndo, chamar seus pais. Sendo assim, a mulher se adiantou:

- Eu sou sua mãe, Cássia. Eu sou sua mãe. Por favor, me escute. Por um instante.

- Você disse que é minha mãe? - disse Cássia e parou, deixando a porta do banheiro se fechar, naturalmente.

- Meu Jesus! Como você cresceu! Se seu pai pudesse ver isso. - disse ela e começou a deixar lágrimas rolarem por seu rosto pálido.

- Espera aí! A senhora é realmente minha mãe? É sério isso? - Cássia ainda não estava crendo naquilo tudo.

- Meu nome é Valéria, seu pai se chamava Augusto. Eu sou intangível, e seu pai era invisível, assim como você. Foi assim que eu fui capaz de atravessar a parede e chegar até aqui. Para burlar o seu sistema de defesa, de campo de força, foi preciso eu entrar numa tubulação de ar e de esgoto, aqui próximo, e atravessei algumas paredes, até chegar aqui, nesse toalete. - disse ela, a mãe de Cássia.

- Valéria? Augusto? Vocês não são do mal, né? Jesus! Espero que não sejam, já basta o pai da Carol! E, a senhora disse que é intangível? Tipo, atravessa paredes? Que louco! - disse Cássia.

- Não, eu não sou "do mal", sou luminosa, uma serva de Cristo, como você. - disse Valéria, se aproximando de Cássia.

Ela, contudo, se afastou de sua suposta mãe, pois ainda estava chocada com tudo que estava acontecendo. Cássia ainda estava pensando em ficar invisível e sair correndo.

- Minha Cássia, eu sou uma filha de Deus, uma serva do Deus Altíssimo. Assim como o Sr. Paul e Grace dos Ventos. Eu estou tão feliz que eles cuidaram tão bem de você! Eu queria que isso tivesse ocorrido com seu irmão... Jesus, me perdoe! Mas, não temos tempo! Eu preciso tirar você daqui, antes que seja tarde demais! Eles estão chegando! - disse ela, olhando para o relógio e se aproximando mais de Cássia.

- Como assim "eles estão chegando"? Quem está chegando? Me diz tudo, sem mentir, senão eu desapareço! - disse Cássia, nervosa.

- Meu amor! Você acredita, mesmo, que é a única invisível do planeta? Ou que eu seja a única intangível da Terra? Não, minha cara Cássia. Existem clãs, sociedades, reinos secretos e obscuros, que tentam controlar esse mundo, criado por Deus. Dois deles estão em conflito há séculos: A Sociedade dos Invisíveis e o Bureau dos Intangíveis. Os invisíveis desejam controlar o mundo através do medo e do caos, criando falsos acidentes, assassinando pessoas que eles consideram perigosas, para o seu suposto controle mundial. Os intangíveis desejam dominar o mundo através da ordem e da opressão, de um outro tipo de medo. Os invisíveis e os intangíveis estão numa guerra secreta, e nossa família, minha cara, está no meio dela, tentando termina-la, há anos. Nós da família Neves, ou Snow, em outros países, tentamos acabar com esse conflito tolo, mas fracassamos. Porém, talvez, ainda haja esperança.

Valéria tentou tocar em Cássia, mas ela ainda não confiava na mulher que estava em sua frente. A sua suposta mãe era uma estranha, para Cássia. Mesmo que havia semelhanças. Contudo, Cássia disse:

- Olha, a sua história é muito boa, muito legal mesmo, parece um livro de ficção. Daria um belo filme, mas, tá bom! Conta outra! Sociedade dos Invisíveis? Bureau dos Intangíveis? Ah, por favor!

- Você não acredita em mim, não é? Está planejando ficar invisível e sair correndo, para avisar sua mãe, Dona Grace, e seu pai, Sr. Paul? Entendo. - disse Valéria, se afastando um pouco.

- Puxa vida! Olha, quanto tempo depois a senhora veio atrás de mim... Dezessete anos depois! Eu fiquei sete anos andando de um orfanato pro outro. Tentaram me usar pra assaltar um banco, uma vez. E, cadê vocês? Cadê o meu pai e o meu irmão, que nem sequer sabia que tinha? - disse Cássia.

- Seu pai morreu, há dezesseis anos. Ele morreu, tentando proteger você e seu irmão, Bruno. Vocês seriam algo inovador, uma nova geração de seres humanos, aqueles que seriam capazes de acabar com a guerra! Mas, na tentativa de nos deixar fugir, ele se sacrificou. Ele fez aquilo que Jesus faria. Eu, você e o seu irmão fugimos, numa caminhonete velha. Eu tive de separar vocês, um em cada orfanato, para evitar que os Invisíveis ou os Intangíveis descobrissem a localização de vocês dois e os raptassem. - disse Valéria.

- Meu pai biológico... Morreu? Tentando me proteger, e proteger o meu irmão? De verdade?! Ah, Jesus! Eu deveria saber. Então, você precisou se afastar de mim, para me proteger, contra essa conspiração bizarra? E, onde está meu irmão? - disse Cássia.

- Infelizmente, seu irmão Bruno desapareceu. Eu cheguei a pensar que ele havia morrido. Mas creio que não! Através de informações que consegui com amigos, de ambos os lados, descobri que ele havia sido levado de um orfanato por uma família de sombrios. Eu temo que essa família das trevas o transformou num assassino cruel, chamado de ASSASSINO FANTASMA. Deus! Meu Bruno! Meu menino moreno! - disse ela e começou a chorar.

De repente, do lado de fora do banheiro, elas começaram a ouvir vozes. Eram Carol, Marlene e Mariana, indo ao banheiro. Valéria se desesperou e Cássia pensou em esperar e segurar sua suposta mãe, para entrega-la ao Sr. Paul Holyblessed. Porém, quando Cássia pensou nisso, Valéria foi mais rápida e fugiu, ultrapassando a mesma parede, a qual havia dado acesso ao banheiro. Ao fazer isso, Valéria disse:

- Me encontre, do lado de fora da mansão. Te amo, minha filha! - e sumiu.

Logo, quando Marlene, Carol e Mariana entraram no banheiro, só viram Cássia, que estava um pouco pasmada. Mariana achou estranho e perguntou:

- Cássia, você está bem? Que cara é essa?

- Parece que viu uma barata. - disse Caroline.

- Ou um demônio... Repreende em Nome de Jesus, menina! - disse Marlene.

- Não, não foi nada não! Eu só... Acho que deve ser a TPM. Tenho de ir. - disse Cássia e ficou invisível.

- Essa Cássia viu! - disse Mariana.

Assim, Cássia avançou, ainda invisível, e passou pela porta da câmara de treinamento. Depois, ela subiu umas escadas cinzentas e alcançou o jardim, perto do campo poliesportivo. Ela correu uma certa distância, até chegar nas portas dos fundos da cozinha, onde estavam preparando o jantar. Ela atravessou a cozinha, a copa, a sala interna e a sala principal e alcançou a escada principal, que era feita de madeira e que dava acesso aos quartos. Ela subiu e avançou, pela esquerda, até chegar em seu quarto. Lá, ela trocou de roupa, pois estava usando um uniforme especial de treinamento. Dessa maneira, ela colocou uma camisa xadrez, com cores brancas e avermelhadas, uma jaqueta de couro azul escuro, calças jeans azuis claras e um par de tênis brancos, típico daquela época. Por conseguinte, ainda invisível, ela voltou às escadas, as desceu e foi rumo à porta principal da Mansão Holyblessed. Ela atravessou a mesma e chegou às escadas externas. Correu um pouco, atravessando o caminho de pedras lavradas, até chegar ao portão de tanákhio de ferro, que dava acesso à mansão e ao estacionamento. Ela atravessou o portão e andou, até atravessar a rua. Ela andou um pouco, até virar uma esquina. Quando chegou lá, ela quase gritou de susto. Lembrando que ela ainda estava invisível.

- Jesus Cristo me livre! Que isso! - disse ela e parou, repentinamente.

Cássia havia chegado na mesma rua onde antes Marcos havia dado de frente com Selatiel, mas no sentido oposto. Cássia, porém, deu de frente com um grupo de pessoas, muito estranhas. Eram cinco homens e cinco mulheres, entre brancos, negros, orientais, mestiços e nativos indígenas. Usavam mantos longos de cor preta e usavam capuzes, cobrindo parte do rosto. Cássia tentou recuar, mas estava cercada, pois havia dez pessoas, também estranhas, atrás dela. Eram, também, cinco homens e cinco mulheres, de diversas etnias. Essas usavam ternos longos, quase sobretudos, gravatas escuras - eram vermelhas, na verdade - e óculos escuros. Usavam luvas negras. E agora? O que Cássia iria fazer?

CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO...

Crossverse: Os Holyblesseds (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora