Naquele momento que parecia se estender pela eternidade, eu, Celine, estava verdadeiramente diante de meu filho. Alex, o único que me mantinha de pé, que me dava forças, estava ali, tão próximo e ao mesmo tempo tão distante. Tudo que eu tinha suportado, toda a dor e luta, tudo se resumia a esse instante. O silêncio tomou conta do campo de batalha, todos esperando o próximo movimento de Alex, como se o destino de todos nós estivesse suspenso na lâmina de uma espada.
"Mãe?" Alex exclamou, perplexo, enquanto guardava suas armas nas bainhas. Sua voz carregava um misto de surpresa e confusão que partiu meu coração.
"Por favor, meu filho! Vem... Eu senti tanta falta sua... eu... nem sei como me expressar..." Minhas palavras saíam entrecortadas pelos soluços, enquanto lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto. Cada passo que eu dava em direção a ele parecia pesar uma tonelada, mas nada me impediria de alcançá-lo. Alex também começou a se mover em minha direção, e por um breve segundo, a esperança acendeu-se em meu peito.
O silêncio da noite nos envolveu enquanto ficávamos cada vez mais próximos. O tão esperado e caloroso reencontro finalmente estava prestes a acontecer, ou pelo menos era o que eu esperava. Meu coração batia descompassado, quase explodindo de emoção. Eu estava a poucos passos de sentir os braços de meu filho ao redor de mim novamente, mas a realidade cruel não tardou a se revelar.
"CELINE!" A voz de Marie quebrou o silêncio, sua figura ágil como sempre surgindo de repente. Ela correu e parou em frente a Alex, brandindo uma espada que protegeu me de um ataque fatal. Tudo aconteceu rápido demais. Em um instante, o que deveria ser um momento de união tornou-se um pesadelo pra mim.
Alex, tomado por uma fúria que eu não reconhecia, reagiu com uma força brutal, empurrando Marie para trás usando suas lâminas como recurso. Ela, sem desistir, lutou com todas as suas forças, mas era claro que estava cedendo, tombando lentamente sob o poder implacável de Alex. Seus olhos, outrora cheios de amor, agora eram frios e impiedosos. Seu verdadeiro propósito ficou claro quando, com um movimento rápido, ele soltou as laminas e deu um chute devastador na cabeça de Marie, deixando-a inconsciente no chão. Eu, sem reação, permaneci estatelada de joelhos, incapaz de acreditar no que estava acontecendo.
Como se o horror não pudesse piorar, Josh, com o braço amputado e o rosto contorcido de dor e ódio, caminhou até nós. "Mata essa vadia agora, meu filho. Como podes ver, ela cortou o braço do teu pai," ele disse com uma voz carregada de rancor e veneno.
"Com muito gosto," Alex respondeu friamente, aproximando-se de mim com passos lentos e deliberados. Suas mãos, aquelas mesmas mãos que eu havia segurado quando ele era apenas uma criança, agora se fechavam ao redor do meu pescoço. A intenção de sufocar a vida que restava em mim era clara.
Eu não conseguia odiar meu proprio filho, mesmo naquele momento. Não tinha forças para lutar, e minha mente estava tomada por um turbilhão de emoções tristes e desesperadas. A dor física não era nada comparada à agonia de ver meu próprio filho, a quem eu tanto amava, ser transformado em algo tão distante do que ele um dia foi. Minha visão começou a escurecer, e enquanto a vida lentamente escapava de mim e minhas maos pegavam seus bracos sem ideia do que fazer ao certo,deseseperada eu chorava e o mesmo me olhava com furia.
Talvez ele sentisse raiva de mim por te-lo abandonado e se fosse isso, razão ele tinha.Meu último pensamento foi de medo, não de ódio, sempre sonhei com aquele momento durante anos mas nao pensei que assim seria, ser morta pelo meu proprio filho era assustador, o apocalipse transformou um ser angelical no pior tipo de gente.
E então, meus olhos começaram a se fechar, minha alma parecia estar se desprendendo do meu corpo. A sensação de morte iminente me envolveu, até que de repente, fui jogada de lado. Tentei recuperar o fôlego, atordoada, quando percebi o que estava acontecendo ao meu redor. O caos era absoluto, e o terror tomava conta de mim.
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O Apocalipse
RandomNum mundo pós-apocalíptico, onde a civilização foi reduzida a escombros por um catastrófico impacto de um asteroide. A terra é um cenário desolado, repleto de destroços e silêncio sepulcral. As cidades Europeias outrora prósperas são apenas sombras...