OAST - Capítulo 22 - Esqueça que eu existo.

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Já haviam se passado cinco meses que eu estava namorando com João Vittor. Era 11/10, meu aniversário, vim dormir na casa de João pra passar juntos.

Já não sentia mais a falta de Bryan, nem lembrava dele, na verdade. Ele já era uma carta fora do baralho.

Estava vivendo um relacionamento ótimo com ele. Meus avós aceitaram ele mais de boa do que foi com meu ex. Acho que eu fiz a escolha certa.

—Bom dia, meu bem. Feliz aniversário! — falou me dando um selinho.

Era mágico, eu estava com um homem gato, numa casa linda, a família dele gosta de mim, tudo está indo muito bem.

—Bom dia, amor — falei retribuindo o selinho. —Obrigado. — falei entusiasmado.

—Hoje o nosso dia vai ser mágico. Preparei tudo — falou empolgado.

—Te amo, viu, obrigado por ser tanto pra mim — falei lacrimejando.

—Eu agradeço por te conhecer, por te ter, por a gente ter um relacionamento saudável, por nada estar na nossa frente. Eu te amo muito! — falou lacrimejando junto.

Foi quando ouvimos a campainha tocar. Só podia ser uma pessoa: Kamilly e tia Lola. Fomos até a sala e abrimos a porta. Eu estava na frente e ele atrás me abraçando.

Foi quando tivemos uma surpresa. Não era nenhuma das duas, mas sim o pai dele. Ele meio que não aprovava o fato do filho dele namorar com homens.

—É... pai? — falou me soltando. Ainda sem falar nada, só olhei pra cara dele.

—Voltei! — falou animado. —Vim ver se essa aberração que sua mãe me falou é verdade. Pensei que depois que você terminasse com aquele viadinho, você iria tomar jeito. Mas pelo visto não, né? — falou ríspido.

—Epa, você está me ofendendo — falei olhando pra ele que era bem mais alto que eu.

—Ah, por favor me poupe. Ofendido de que? Não é isso que você é? UM VIADINHO. — falou e aquilo não eu não podia deixar barato.

—CALA A SUA BOCA. NAO ME IMPORTA O QUE VOCÊ ACHA OU DEIXA DE ACHAR, SEU MERDA. HOMOFOBIA É CRIME, PRO SEU GOVERNO. E FAÇO QUESTÃO DE IR AGORA NA DELEGACIA. — falei gritando na cara dele, que por um monstro se calou, mas não por muito tempo.

—Nossa, que medo. Para seu governo, rico não é preso, esqueceu onde está? Estamos no Brasil. — falou e aquilo tinha sim um fundo de verdade.

—Você não vai falar nada? — falei pro meu namorado. Foi quando o pai dele olhou pra ele e ele disse:

—Amor, acho melhor você ir pra casa. — falou e eu fiquei sem chão.

Meu próprio namorado estava falando aquilo. Eu não podia acreditar. O homem que até pouco tempo disse que me ama estava obedecendo o pai homofóbico.

—Isso é sério?...— falei e ele tornou a calar. — Se você me deixar sair por essa porta, saiba que eu saio da sua vida junto. E pode ter certeza que é mais definitivo que tudo que eu já fiz em toda minha vida. — falei me assegurando que ele não ia me deixar ir.

Naquele momento, lágrimas já se espalhavam pelo meu rosto. Minhas mãos ficaram trêmulas e minha boca estava seca.

Ele continuou calado e eu entendi a escolha dele.

—Vai logo, ow — falou o pai dele. —Se resolve aí que eu tenho um negócio pra fazer. Tá ligado né? — falou o merda que agora é meu ex sogro.

Fui pegar minhas coisas no quarto e ele apareceu na porta, percebi ele olhando pelo reflexo do espelho que estava na minha frente.

—O que você veio fazer aqui? Me humilhar mais ainda? — falei.

—Perdão. Eu errei com você. — falou com cara de choro.

—O que você fez não tem perdão. Você brincou comigo. De manhã cê tava falando que me amava e agora você me expulsa da sua casa por que a porra do seu pai que nem liga pra você, chegou de uma viagem que nem você sabe pra onde foi e falou merdas pra mim e você que era pra me proteger e acolher em manda ir embora? — falei limpando as lágrima e indo pra perto dele. — Você é um merda. Como você tem coragem de fazer isso no dia do meu aniversário? — falei.

—Calma, amor — falou.

—Amor? Amor é o caralho. — Olho pra criado mudo do lado da cama dele e vejo um porta retrato nosso. — Tá vendo isso aqui? — falei apontando pro porta retrato e indo até o mesmo.

Joguei o porta retrato no chão fazendo ele quebrar e sair a foto. Peguei a foto na mão e rasguei na frente dele.

Ele estava chorando enquanto eu morria de raiva dele.

—Olha, eu te amava, amava até demais. Mas você fez sua escolha. Quando eu passar por aquela porta... Esqueça que eu existo. — falei dando um tapa na cara dele.

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Eu tinha tanta fé nesse casal. Juro a vcs 😭😭

O Amor Supera Tudo?Onde histórias criam vida. Descubra agora