changes | cobra kai

thirty one.

Era um dia lindo de sábado. Sofia estava aliviada por finalmente não ter aula, também ansiosa para passar o fim de semana inteiro trancada em seu quarto sem fazer barulho e fingindo que não existia, tal qual seu ídolo de infância, Harry Potter.

Ela estava de pijama de ursinho e um coque bagunçado na cabeça, indo quase que se arrastando até a cozinha, a fome falava mais alto que seu sono nesse momento.

— São dez da manhã de um sábado e você ainda está em casa. — foi a primeira coisa que Johnny disse quando viu a garota entrar no cômodo. — O que você tá fazendo aqui?

— Eu moro aqui, tá me expulsando? — a garota dizia enquanto pegava um suco na geladeira. — Falcão e Tory estão treinando. — se deu por vencida e explicou o motivo de ainda estar em casa, visto que nos dias normais ela nunca parava em casa.

— Por que não vai com eles? — o loiro perguntou, vendo a filha arquear uma sobrancelha. — É, vai com eles, você adora karatê. E uma adolescente sozinha em casa em um sábado é deprimente.

— Que fique bem claro que eu adoro ficar sozinha em casa, ok? Não tem nada de deprimente em ser caseira de vez em quanto. — se defendeu, vendo seu pai fazer um rosto debochado. — E eu não vou voltar pro Cobra Kai, já decidi isso.

— Mas você poderia. — Sofia, que já estava saindo da cozinha, virou e olhou para o mais velho, tentando entender se tinha escutado certo. — O Kreese é um idiota, mas todos seus amigos estão lá, eu sei que sente falta deles, e principalmente do karatê. Eu não posso tirar isso de você.

— Ficar do lado do cara que traiu meu pai e tá fazendo um exército de idiotas? — soltou uma risada fraca pelo nariz. — Não, obrigada. O certo seria você voltar a dar aula.

— Isso não vai acontecer, tudo isso foi um erro.

— Não, não. Você ajudou muita gente, ensinou várias coisas legais pra todos nós. Estava tudo incrível até o Kreese voltar, seu único erro foi confiar nele, bom, e meu também. Você foi um sensei incrível, mas desistiu no primeiro obstáculo, isso não parece muito másculo, hein. — Johnny olhou indignado para a menor, tentando pensar em algum argumento para se defender, mas não conseguia pensar em nada, sabia que a filha estava certa. Ela estava de braços cruzados, esperando uma resposta, quando ouviram o som da campainha. — Salvo pelo gongo, mas você sabe que eu tô certa.

Johnny, querendo fugir daquela situação, foi correndo até a porta, abrindo para ver quem era a tal pessoa.

— Johnny, você não atende o telefone. — começou dizendo sem mais delongas, mas de assustou ao ver o estado de Johnny, que continuava com seus cabelos bagunçados, barba por fazer e agora tinhas alguns hematomas em seu rosto, resultado de uma briga no bar alguns dias atrás. — Cara, o que tá aconteceu com você?

— Eu bati a cabeça. — deu uma desculpa qualquer. — O que faz aqui?

— Eu fui até seu dojô, vi seu antigo sensei. O que houve? Achei que ele tivesse ido embora.

— Ele não nos daria tamanha felicidade. — Sofia se aproximou dos dois, observando a conversa, tentando entender o motivo da visita do Larusso.

— Eu não quero falar disso agora, tá bom, eu tô com dor de cabeça. E eu tô ocupado, preciso levar minha filha ao shopping.

— Eu vou pro shopping? — ela perguntou confusa, não estava sabendo de nada disso.

— Você vai, se esqueceu que queria comprar um vestido novo? — seu pai forçou um sorriso, tentando fazer com que a filha entrasse em sua mentira.

— Se você tá dizendo. — levantou os braços em rendição. — Eu não vou reclamar.

Daniel riu fraco vendo a interação dos dois, mas logo lembrou do porquê estava ali.