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—Mas como é possível um alfa engravidar? —Louis nunca esteve tão confuso.

Harry havia voltado tarde do trabalho e estava na cobertura do hotel com Louis, o menor tinha um olhar confuso e perdido enquanto ouvia o alfa lhe contar sobre o que aconteceu naquele dia.

—Apenas um enigma consegue engravidar um alfa e o Edward Sheeran, nosso oponente, é um desses. —Harry bufou, sentando-se em sua poltrona, frustrado —Estamos tão perto de conseguir vencer os Sheeran's e o Niall faz isso.

—E como o Niall está?

A pergunta repentina de Louis pegou o alfa de surpresa.

—O que você quer dizer com "como ele está"? —Franziu as sobrancelhas —Ele está grávido do polo oposto, é isso que ele está.

—Não se faça de bobo. —O menor se aproximou, um pouco hesitante em sentar sobre uma de suas grandes coxas —Como ele está emocionalmente? Você deve saber que ele não tinha intenção de engravidar do concorrente, um alfa sequer cogitaria um dia engravidar.

Harry refletiu por um segundo. Passou o dia tão irritado com Niall pela sua bola fora que se esqueceu por completo que tudo aquilo não passava de um acidente, bem infortúnio, mas ainda assim, apenas um acidente.

—Bem... Eu não sei como ele está.

—Você é um dos melhores amigos dele. —Louis falou, encarando o outro nos olhos —Deveria ser mais atencioso e focar um pouco menos no trabalho, pelo menos por ele.

O ômega tinha noção que estava ali apenas para fazer companhia e satisfazer o alfa, mas Niall não. Ele estava na vida de Harry por uma amizade que foi mantida e cultivada por anos, o cacheado deveria ao menos se atentar mais ao seu estado físico e emocional em uma situação daquelas.

—Mas ele errou, errou comigo e com Liam, errou com a nossa empresa. —Harry era teimoso —Acha mesmo que eu deveria me importar se ele está bem?

—Acho que é o mínimo que você deveria fazer.

Jantaram tarde naquela noite, e Louis quase não quis comer, não sentia que deveria se alimentar muito pouco antes de dormir. Ele passou o dia pesquisando sobre formas de aliviar os enjoos da sua gravidez e, em quase todas as pesquisas, a primeira solução apresentada era: buscar apoio nos feromônios do parceiro alfa.

Louis, no entanto, sabia que não poderia ter aquilo o tempo inteiro, e muito menos poderia contar para Harry e pedir para ele aromatizá-lo com seus feromônios de alfa. Por fim, recorreu aos remédios de farmácia durante todo aquele dia.

O único momento daquelas semanas agitadas, que o ômega poderia enterrar o narizinho no pescoço de Harry, era na hora de dormir.

—Você passou o dia bem sozinho? —Harry perguntou, puxando o corpo do menor para mais perto, ambos já na cama —Sinto muito não ter te dado tanta atenção hoje, aconteceu tanta coisa...

—Eu entendo. Está tudo bem. —Louis mentiu, piscando os olhos —Eu fiquei bem.

Com o nariz suavemente enterrado no pescoço do alfa, Louis sentiu o cheiro familiar e reconfortante que sempre o acalmava, ainda mais naquele momento dos agitados primeiros sintomas.

Era como se aquele aroma, uma mistura única de calor e segurança, fosse feito para tranquilizá-lo. O corpo relaxou quase instantaneamente, e o ritmo de sua respiração foi se tornando mais lento, acompanhando o bater ritmado do coração de quem ele amava. Os olhos azuis se fecharam, e o mundo ao redor desapareceu, sendo substituído apenas pela sensação de paz. Em poucos instantes, o sono o envolveu completamente, como um cobertor macio em uma noite fria.

pretty Ωmega • lsOnde histórias criam vida. Descubra agora