pretty Ωmega • ls

25

Era uma quarta-feira meio incomum para Beverly Hills naquela época do ano, o céu estava escuro demais para as dez da manhã e chovia desde a madrugada. Louis sentia como se o universo estivesse percebendo a forma como seu coração chorava ao organizar sua mala.

—Será que ele consegue nos ouvir? —Louis indagou, inseguro sobre o segurança Scott que esperava do lado de fora do quarto.

Ele e Zayn estavam sozinhos na cobertura de Beverly Hills. O mais novo estava tratando de deixar suas malas prontas e seu irmão o ajudava com um pesar estranho no peito.

—Acho que não. Estamos falando baixinho. —Respondeu, alisando a roupinha de neném com sua mão —Vai mesmo fazer isso, Lou? Não sabe que é uma péssima ideia?

—O que você espera que eu faça? —Dobrava cada uma das novas e caríssimas roupas de grife com delicadeza —Ele não quer uma família, eu apenas seria um estorvo em sua vida.

—Você não tem certeza disso...

—Eu sei que não é isso que ele quer para a vida dele no momento, e muito menos comigo. —Um vinco se formou entre suas sobrancelhas.

—Você vai morrer, Louis. —Agora Zayn falava mais sério que nunca —Eu nunca te vi da forma como ficou no campo de golfe... Foram trinta minutos longe daquele alfa e você já estava passando mal!

—Vai ficar tudo bem... —Precisava ficar tudo bem —Eu vou levar algumas camisetas aromatizadas dele comigo... E quando sair o aroma de vez, eu dou um jeito...

O mais velho suspirou fundo, cansado da teimosia de seu irmão. Ajudou-o a dobrar algumas últimas peças de roupas e finalizou segurando firme um dos pequenos macacões de bebê, seu olhar duro e melancólico observava o rosto e a barriguinha pontuda de Louis com cuidado.

—Não é justo com esse filhote, ele crescerá sem um pai. Isso se realmente chegar a nascer vivo... —A última frase atraiu a atenção do de olhos azuis —Essa loucura toda pode fazer muito mal para sua gravidez. Caso saia do controle, você pode até perder-

—Não diga coisas assim! —Interrompeu seu irmão —Não é como se eu simplesmente fosse matar meu filhote... Tudo que estou fazendo, que estou planejando, é pelo meu bebê, pelo futuro dele, Zayn! —Algumas lágrimas sentidas brotaram no canto de seus olhos —Por mais que eu tive você, nunca realmente tivemos uma mãe, e muito menos um pai decente... Eu preciso que esse filhote tenha o prazer de sentir o que nunca tive, de sentir pele a pele o amor e os feromônios maternos...

Louis poderia estar sendo um pouco inconsequente em relação a seguir com a gravidez mesmo tendo noção que estará afastado do aroma do pai alfa, mas precisava dar ao seu filho nem que fosse apenas um por cento do que sempre desejou quando criança. Um abraço e carinho de mamãe.

—Diga-me, Lou. —Zayn balançou a cabeça, aceitando que não adiantaria teimar —O que planeja fazer, então? Porque eu não consigo te ajudar em nada, pelo menos não nesse momento. O alfa Liam está morrendo de medo de eu ir fugir dele, preciso ir embora daquela casa com calma.

—O Harry me paga por semana, certo? E eu já tenho uma quantia considerável guardadinha. Talvez eu me afastasse do centro... —Divagou em pensamentos —Estava pesquisando sobre uma espécie de colônia para mães ômegas solteiras aqui perto, elas criam os filhotes todos juntos e se apoiam em tudo. Apenas não sei se aceitam um ômega dominante como eu, talvez eu devesse-

—Você está ficando louco? —Interrompeu-o bruscamente —Você vai acabar em alguma espécie de culto com meu sobrinho, por Deus, Louis! Tenha malícia para situações assim.

O mais novo atravessou seu abdômen já pontudo com um braço, protetoramente rodeando sua barriga.

—O que eu faço, então, porra?!