pretty Ωmega • ls

23

AVISO! neste capítulo terá uma cena de assédio sexual, caso for sensível ao assunto, pule-a.

...

Já passava das nove da manhã quando Louis despertou no ninho. O cheiro de Harry, extremamente presente no ar, envolvia-o como um escudo protetor. Percebeu que o aroma de alfa estava além das peças de roupas e cobertores que lhe rodeavam, ele se estendia por todo aquele quarto. Harry havia aromatizado o ambiente com seus feromônios.

—Ele não tinha ido trabalhar? —Perguntou baixinho a si mesmo, confuso.

Percebeu como estava fraco ao bocejar repetidas vezes e ter uma certa dificuldade física de abandonar o ninho confortável. Ele precisava mesmo comer algo que não fosse morangos ou água.

Ligou para o serviço de quarto e pediu algum café da manhã com proteínas e carboidratos suficientes para conseguir pelo menos se manter em pé, e esperou sentadinho no amontoado de travesseiros e cobertores.

Quando os funcionários chegaram, Louis precisou pedir para que levassem a refeição até seu ninho, sentia-se fraco e confortável demais para sair daquele lugar. Uma alfa ruiva cobriu o nariz instantaneamente ao entrar no quarto, sentindo-se acuada com o aroma de dominante impregnado em cada canto daquelas paredes.

—Aqui está, senhorito. —Carregou até o ômega uma bandeja de ovos mexidos e torradas com mel, além de, obviamente, uma salada de morangos frescos —Está se sentindo bem? Desculpe minha indiscrição, mas parece que seu alfa não quer que ninguém se aproxime de você.

—Eu não tenho um alfa. —Pontuou, bocejando ao se enrolar nas cobertas. Estava fraco.

—Não é o que ele pensa, então. —Ainda com o nariz tampado, a funcionária deixou a bandeja no chão, ao lado do ninho —Ligue para a recepção se precisar de mais alguma coisa.

A dupla de funcionários se retiraram da cobertura às pressas, como se estivessem sendo expulsos a pontapés por aqueles feromônios dominantes.

Louis, por sua vez, sentiu seu estômago roncar ao que suas narinas detectaram o cheiro agradável da refeição ao seu lado. Concentrou toda sua pouca força em seu quadril para sentar com cuidado e tomou o prato com os ovos mexidos em mãos, sorrindo tristonho para a comida. Ele sabia que assim que comeria tudo aquilo, iria instantaneamente passar mal. Mas não pôde evitar, estava com muita fome, e sua barriga implorava por algo que o mantivesse em pé por mais de cinco segundos. Não era mais apenas Louis que habitava aquele corpo, agora também havia um filhote que necessitava de cada nutriente possível para sobreviver.

Ele precisava comer. Nem que fosse a força.

Hesitou por um momento ao encarar o prato no seu colo, mas logo levou uma garfada à boca. Os temperos e a textura do ovo mexido foram uma lufada de prazer para seu paladar. Aquilo estava muito gostoso.

No entanto, começou a sentir o estômago se revirar em segundos, mas não poderia expulsar aquela única garfada, precisava ser forte. Talvez por instinto, Louis agarrou uma das roupas de Harry que compunham aquele ninho e segurou próxima ao seu nariz, enquanto se esforçava para mastigar a comida, deleitando-se tanto pelo aroma do alfa, quanto pelo sabor da refeição. E, surpreendentemente, toda e qualquer sensação de enjoo começou a se dissipar.

À medida que o ômega notava que o aroma de Harry estava majestosamente espalhado pelo ambiente, começou a sentir uma mudança em seu organismo. O cheiro familiar e reconfortante preenchia o espaço, envolvendo-o com uma sensação de segurança e calma que apenas o alfa, o papai de seu filhote, seria capaz.

A transformação foi quase instantânea, o enjoo, que antes parecia uma força implacável, começou a recuar. Louis sentiu seu estômago acalmar e a neblina de desconforto começar a se dissipar. Os feromônios daquele alfa alteraram toda a química de seu corpo e cérebro para sempre.