Capítulo 22

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PETE


NA SEGUNDA METADE DE DEZEMBRO, tanto a empresa de Vegas quanto o Paradizco ficaram desertos, dando-nos bastante espaço para nos vermos sempre que quiséssemos. Todo mundo tinha ido para St. Moritz ou St. Barts, mas nós evitamos os pontos mais famosos da cidade por precaução.

Em vez disso, fizemos um bom uso da minha cama – o único item de mobília no qual eu havia investido algum dinheiro – e dos vários cantos escondidos do clube. De vez em quando, marcávamos encontros em locais remotos: o Jardim Botânico de Nova York, no Bronx, casas de chá e dumplings em Flushing, um show de comédia underground no Harlem.

Eram regiões que eu nunca teria visitado sozinha devido à distância, e adorei explorá-las com Vegas. No entanto, meu lugar favorito ainda era, sem dúvida, aquele onde tudo havia começado.

Entrei em nossa sala secreta. A estante se fechou atrás de mim e meu coração acelerou quando vi que Vegas já estava lá. Estava sentado na poltrona, lendo um daqueles clássicos entediantes que tanto amava. De camisa social e suspensórios, com as mangas arregaçadas e os óculos apoiados na ponta do nariz, ele era como o professor mais sexy do mundo.

– Se meus professores na faculdade fossem iguais a vocês, eu teria passado muito mais tempo em sala do que matando aula na praia – comentei. Vegas colocou um marcador na página que estava lendo e deixou o livro de lado antes de erguer os olhos.

– Matando aula na praia? – perguntou ele com imenso interesse. – Imagino que você não tenha fotos que respaldem essa afirmação. Para fins de verificação, é claro.

– Claro – respondi em tom solene. – Não tenho fotos, mas tenho algo melhor. – Apontei para mim mesmo. – Encontrei esse trenchcoat no meu brechó favorito. Tem um quê de espião, não acha? Perfeito para me esgueirar escondido por aí. - Vegas pareceu desapontado.

– Acho que sim – disse ele com um tom incerto. – É sem dúvida... estiloso.

– Hummm. – Inclinei a cabeça com uma expressão pensativo. – Talvez você goste mais quando vir o que estou usando por baixo...

Desamarrei o cinto, revelando a lingerie preta de seda e renda que vesti depois que encerrei meu turno. Era vendida por um preço exorbitante, mas, graças a Porsche, eu tinha um desconto vitalício para amigos e familiares na Delamonte, uma das marcas de luxo do portfólio de Kinn.

Vegas ficou imóvel, seu olhar fixo no tecido frágil como o de um predador na presa. O casaco caiu no chão enquanto eu caminhava em direção a ele, meus saltos deslizando com facilidade pelo tapete macio.

– Estava pensando... Nós podíamos jogar um jogo hoje – sugeri, montando no colo dele e passando os braços em volta de seu pescoço.

– Que tipo de jogo? - Vegas parecia extremamente calmo, mas sua respiração acelerou quando rocei a boca em seu maxilar.

– Aquele em que você não tem permissão para me tocar até gozar. – Beijei seu pescoço até a base da garganta. O cheiro dele era tão delicioso que eu queria me envolver nele como em um cobertor. – Se você me tocar, perde, e terá que ler apenas os livros que eu escolher durante um mês.

Vegas andava muito estressado por conta do DigiStream e do trabalho. Com sorte, aquilo o faria relaxar.

– E se eu ganhar? – Suas palavras soaram roucas em meio ao ar pesado.

– Se você ganhar... – Enganchei os dedos em seus suspensórios e os estiquei. – Vou fazer o que você quiser por 24 horas. - Os olhos dele brilharam com um interesse sombrio.

Um Rei Teimoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora