Capítulo 11

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VEGAS

LEVEI TAWAN AO BAILE DE GALA ANUAL de outono do Paradizco Club em nosso primeiro encontro. Foi uma jogada arriscada, considerando o tamanho do evento, mas eu não tinha mais como adiar. Todos os dias minha mãe me enchia de mensagens, e eu precisava tirar da cabeça certa morena com tendência a comportamentos inapropriados e um sorriso que tinha tomado meus pensamentos.

Até então, não estava funcionando.

– Esta unidade é tão diferente da de Londres... - Tawan passou os olhos pelo salão dourado. O tema do baile do ano anterior focara na cena cultural de Nova York nos anos 1920, os Roaring Twenties; naquele ano, o evento homenageava a Roma antiga, ornamentado com imponentes colunas de mármore, um Coliseu em miniatura e muito vinho. – Os nossos eventos são menos... ostensivos – disse ele.

– Nova York é o carro-chefe do Paradizco. Eles gostam de se exibir.

Olhei para o outro lado do salão. Uma multidão já havia se formado ao redor do bar, impedindo que eu visse quem estava de serviço naquela noite.

Até então havia conseguido resistir ao ímpeto de verificar se Pete estava trabalhando no baile, mas naquele momento desejei ter cedido à tentação mais cedo.

Tawan era muito agradável. Diferente do que aconteceu no nosso estranho encontro no Monarch, naquela noite a conversa havia fluido com tranquilidade de nossos lugares secretos favoritos em Londres até as notícias mundiais mais recentes, desde o momento em que eu o buscara em casa, meia hora antes. Ele também estava deslumbrante com terninho rosa de estilo romano e diamantes; inúmeros convidados haviam lançado olhares de admiração para ele quando entramos.

Infelizmente, não importava o quanto eu tentasse me concentrar em Tawan, minha atenção permanecia dividida entre o homem ao meu lado e o homem que passara a residir em meus pensamentos.

Minha mandíbula se contraiu com a lembrança das mãos desprezíveis de Victor tocando Pete. Eu não gostava de violência fora do ringue, mas vê-lo agarrando o pulso dele despertou uma raiva sombria e abrasadora que me fez querer arrancar o braço dele e enfiá-lo em um picador de madeira.

Felizmente, ele havia voltado para Washington e não estava presente naquela noite, ou eu seria expulso do Paradizco por assassinar um membro do clube. Passei a mão pela boca e me forcei a pensar em algo diferente. Não era hora nem lugar para fantasias violentas.

Ao longo da hora seguinte, Tawan e eu circulamos pelo salão enquanto eu o apresentava aos outros membros. Alguns ele já conhecia. O jet set internacional era pequeno e todos os anos eles se encontravam nos mesmos eventos sociais: Cannes, o Legacy Ball, o Met Gala, a New York e a Paris Fashion Week. A lista era longa.

Kinn e Porsche estavam lá, assim como os Laurents, os Singhs e KIM e seu esposo, Porchay. Até o sérvio apareceu, mas foi embora depois de apenas alguns minutos. Fiquei surpreso por ele ter comparecido; o magnata sisudo e calado raramente aparecia em público. Ele havia entrado para o Paradizco no ano anterior e desde então eu não ouvira uma palavra sair de sua boca.

Fiz um grande esforço para evitar o bar, mas quando Tawan pediu licença para usar o banheiro, não pude resistir a uma rápida olhada. A multidão havia se dissipado e eu me vi examinando todo o salão em busca de um específico borrão roxo.

Cabelos loiros, ruivos, grisalhos... violeta.

Fiquei sem ar. Pete estava em uma ponta do balcão, conversando com Porsche. Rabo de cavalo alto, olhos brilhantes, sorriso aberto. De alguma maneira, ele fazia com que seu uniforme preto e simples parecesse mais bonito do que qualquer uma das roupas caras de grife em exibição naquela noite.

Um Rei Teimoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora