♥ Capítulo 7 ♥

4.5K 357 18
                                    


Kael Darkmore.

Depois que saí da empresa do meu irmão, segui direto para o meu trabalho. Como juiz, sempre tenho pilhas de casos a revisar, decisões a tomar e audiências a preparar. Hoje, porém, minha mente está longe desses deveres. Apesar de estar cercado por processos e documentos importantes, não consigo me concentrar em nada além dela. Yara Blake.

Desde o momento em que a conhecemos, algo mudou. Sempre tivemos mulheres em nossas camas, uma após a outra, mas nenhuma delas despertou em nós o que Yara conseguiu. Seu jeito submisso nos cativou de uma maneira que eu não esperava. Há algo na sua timidez, na forma como ela abaixa a cabeça, que me deixa intrigado. Me pego me perguntando se ela é virgem. Só porque é casada não significa que não seja. Já peguei casos em que mulheres buscaram o divórcio porque seus maridos não cumpriram suas obrigações conjugais. Se Yara for virgem, isso tornaria tudo ainda mais interessante.

Assim que cheguei ao trabalho ontem, a primeira coisa que fiz foi pedir ao meu secretário que descobrisse tudo sobre Yara Blake. Continuo guardando as informações, mas conheço meus irmãos o suficiente para saber que eles não vão conseguir se controlar por muito tempo. Magnus, com sua obsessão pelo controle, e Damien, com seu desejo incontrolável, ambos estão tão fascinados quanto eu. Posso até me considerar o mais calmo entre nós, mas sei que essa calma é apenas superficial. Estou tão envolvido quanto eles, talvez só um pouco mais paciente.

Meu trabalho é importante, mas hoje é difícil focar em qualquer coisa que não seja Yara. Ela se tornou uma espécie de obsessão, algo que preciso desvendar, explorar. E quanto mais penso nela, mais ansioso fico para descobrir tudo sobre sua vida, seu passado, e como ela pode se encaixar em nossos planos. Porque uma coisa é certa: se ela atraiu nossa atenção, não vamos descansar até que ela seja nossa.

15:00 — Escritório. — Eldoria.

Sábado.

Estou sentado em minha mesa, ainda com a mente cheia de pensamentos sobre Yara, quando ouço uma batida suave na porta do meu escritório.

— Entre. — digo, tentando afastar as distrações.

Meu secretário, um homem eficiente e discreto, entra com uma pasta na mão.

— Aqui está, senhor. — diz ele, entregando-me a pasta. — Consegui reunir essas informações até agora.

Agradeço com um aceno de cabeça e abro a pasta, curioso para saber mais sobre a mulher que tem ocupado tanto meus pensamentos. O nome na primeira página me chama a atenção imediatamente: Yara Blake. Sigo lendo as informações e minha expressão se torna mais séria à medida que os detalhes são revelados.

Yara Blake, esposa de Ronan Blake. Ronan é um empresário de médio porte, proprietário de uma empresa de construção que parece estar sempre lutando para se manter à tona. Um detalhe interessante é que o pai de Yara é amigo de longa data do pai de Ronan. Os dois, em uma tentativa de fortalecer os laços entre suas famílias e, possivelmente, suas empresas, arranjaram o casamento de Yara e Ronan. Um casamento de conveniência, como tantos outros que já vi.

Fecho a pasta e me recosto na cadeira, pensativo. Então é isso? Um casamento arranjado para benefício mútuo. Não é surpresa que Yara tenha aquele ar submisso e uma tristeza evidente em seu olhar. Casada não por amor, mas por uma decisão tomada por outros. Isso apenas alimenta minha curiosidade. Será que há algo mais por trás desse casamento? Me pergunto, será que Ronan a valoriza? Ou ele a vê apenas como uma extensão de seus negócios?

— É só isso por enquanto? — pergunto ao meu secretário, embora já tenha uma boa ideia de que tipo de relacionamento estou lidando.

— Sim, senhor. Continuarei investigando e reunindo mais informações se necessário.

Faço um gesto de dispensa, e ele sai do escritório, deixando-me a sós com meus pensamentos. As peças do quebra-cabeça começam a se encaixar. Yara é mais uma vítima de um mundo de interesses, usada como moeda de troca. Isso só aumenta o desejo em mim. Ela merece mais do que esse destino, mais do que ser uma esposa troféu em um casamento sem amor.

Porém, ao mesmo tempo, o fato de ela ser casada não diminui em nada a minha obsessão. Pelo contrário, só a torna mais interessante. O fato de estar presa em um casamento infeliz apenas a torna mais desejável. Porque agora, não se trata apenas de querer Yara. Trata-se de tirá-la das garras de Ronan.

O pensamento de corromper essa pureza, de libertá-la de suas correntes invisíveis, faz meu sangue ferver. Se ela atraiu a atenção de nós três, não há mais volta. Yara será nossa, independentemente de quem tente impedi-lo. E se isso significar destruir Ronan e qualquer um que esteja no nosso caminho, que assim seja.

Afinal, nós sempre conseguimos o que queremos. E agora, nós a queremos.

Decido então ligar para Magnus. Discando seu número, aguardo o atendimento, sentindo uma expectativa crescer dentro de mim.

— Magnus, sou eu. — Digo bem ansioso.

— Eu sei, tenho o seu número. O que foi? — Ele pergunta, com um tom que mistura curiosidade e formalidade.

— Acabei de receber algumas informações interessantes sobre a nossa Yara Blake. — Faço uma pausa para que ele absorva o que digo. Ouço um leve murmúrio do outro lado, como se Magnus estivesse se ajeitando na cadeira.

— Ah, é mesmo? — A voz dele se torna mais atenta. — E o que descobriu?

— Ela é casada com Ronan Blake. — Explico, dando ênfase na revelação. — Ronan é um empresário de construção, e o casamento deles foi arranjado pelos pais para unir suas empresas e garantir apoio mútuo. É uma aliança estratégica.

— Interessante. — Magnus murmura. Sinto que ele está refletindo sobre a informação.

— De fato, é interesse. — Digo, com um sorriso. — Ela está presa em um casamento sem amor e provavelmente se sente oprimida.

— Então, isso a torna ainda mais fácil para nós. — Magnus diz, um tom de satisfação na voz. — A falta de liberdade dela, o controle que o marido exerce... Tudo isso só torna a ideia mais sedutora.

— Exatamente. — Concordo, sentindo uma sensação de antecipação.

— Continuaremos com o plano. Vamos com calma, observar a situação e ver como ela reage. Se ela ceder às nossas investidas, então não haverá mais necessidade de ir devagar. — Magnus faz uma pausa, como se estivesse visualizando o que virá a seguir. — Hoje é sábado. Amanhã à noite, começaremos as investidas.

Sinto um sorriso se formando em meus lábios enquanto penso nas possibilidades. A ideia de ver como ela vai reagir a nós, como vai se entregar à inevitável atração, é excitante.

— Amanhã à noite, então. — Confirmo, já antecipando o que está por vir. — Vamos ver até onde ela consegue resistir.

— Isso mesmo. — Magnus responde, sua voz carregada de determinação. — Será apenas o começo.

Desligo o telefone, deixando um suspiro de satisfação escapar. A expectativa cresce dentro de mim, como uma corrente elétrica prestes a ser liberada.

— Sinto muito, Yara. Você caiu nas garras de três homens loucos.

Sei que isso não é normal, ninguém fica tão obcecado por alguém tão rápido assim. Mas obsessão não é algo que se pode controlar. Já discutimos isso várias vezes: se alguém chama a nossa atenção e mexe conosco, essa pessoa se torna nossa, até o fim.

A obsessão é uma força incontrolável, algo que vai além da razão ou da lógica. É uma chama que, uma vez acesa, só pode ser alimentada, nunca apagada. Yara entrou em nossas vidas como uma brisa suave, mas rapidamente se transformou em um furacão que abalou nossa tranquilidade.

Iremos ver como esse relacionamento se desenvolve, se vai para frente ou para trás. A única certeza que tenho é que não desistiremos dela tão facilmente. Ela é nossa, mesmo que ainda não saiba disso.

Por enquanto, manteremos a calma, observaremos, e veremos como ela reage às nossas investidas. Mas, no fundo, sei que essa calma é apenas temporária. A partir do momento em que ela der o primeiro sinal de rendição, não haverá mais retorno. E eu mal posso esperar para ver como tudo isso vai se desenrolar.

A Obsessão dos Irmãos Darkmore.Onde histórias criam vida. Descubra agora