Ronan Blake.
A dor no meu rosto é quase insuportável. A bolsa de gelo que aplico alivia um pouco, mas não consegue apagar a humilhação que sinto. Cada vez que fecho os olhos, o soco que levei me assombra. A raiva que sinto é avassaladora. Nunca vou esquecer essa humilhação. Assim que encontrar a Yara novamente, não vou me importar se a tenho de volta ou não; o que quero agora é matá-la. Ela teve a audácia de fugir e se entregar àqueles homens. A virgindade dela, que sempre considerei minha posse, foi tirada por esses desgraçados.
Lembro-me com um prazer perverso dos tempos em que a dominava, a fazia sofrer e a transformava em minha escrava submissa. Tudo foi arruinado quando ela fugiu. Prometo que a matarei e, após acabar com ela, fugirei para outro lugar e começarei uma nova vida. O pensamento me consola, mas a fúria ainda é palpável.
De repente, ouço batidas na porta. Levanto-me, irritado e ainda rosnando de raiva. Quando abro a porta, encontro dois policiais. Um deles, com uma expressão fria e formal, diz:
— Ronan Blake, você está preso por tentativa de agressão contra a senhorita Yara e por quebrar a medida protetiva.
Sinto uma onda de raiva e frustração. Sem pensar, tento correr, mas os policiais me imobilizam, me derrubam no chão e colocam as algemas nos meus pulsos. Tento me debater e gritar:
— Me soltem, seus filhos da puta! Não fiz nada contra aquela vagabunda!
Os policiais ignoram minhas súplicas e me jogam para dentro do carro. A viagem parece interminável. Continuo protestando:
— Não fiz nada! Me deixem ir! Apenas estava no mesmo lugar que ela!
Eles permanecem em silêncio, e a tensão no carro é palpável. Sinto uma sensação estranha quando percebo que estamos passando direto da delegacia. Olho para os policiais, a frustração crescendo.
— Para onde estão me levando? Respondam, seus malditos! — exijo, a voz desesperada.
Um dos policiais me encara com um sorriso malicioso.
— Estamos te levando para sua sepultura. — Ele dá uma risada fria e cruel.
Sinto o pânico crescer. Começo a gritar desesperado:
— Me soltem! Socorro!
Não sei quanto tempo se passa até que o carro finalmente para. Sou puxado para fora e levado para um galpão abandonado. O local é sombrio e sujo. O medo aumenta enquanto sou arrastado para dentro. Meu coração bate acelerado, e o pânico toma conta de mim.
Quando sou jogado no chão do galpão, ergue os olhos e vejo os irmãos Darkmore parados diante de mim. A visão deles aumenta meu medo. Eles estão vestidos formalmente, mas o olhar em seus olhos é mortalmente sério.
Tento dizer alguma coisa, mas percebo que nada vai mudar a situação em que me encontro. A realidade de que a hora de pagar pelos meus atos chegou é clara e implacável. Embora tente manter a coragem, sei que estou encurralado, sem escapatórias.
— Que porra vocês estão fazendo? — grito, tentando me manter firme. — Me soltem!
Kael avança, sua expressão fria e determinada.
— Você achou que podia escapar das consequências, Ronan? — Ele diz com uma voz carregada de frieza e certeza.
Dou uma risada seca, tentando esconder meu medo.
— Que consequências? Eu não fiz nada. Aquela vadia foi chorar para vocês? Ainda não acredito que ela se tornou uma prostituta ao se deitar com três homens. Aquela cadela deveria apanhar ainda mais.
A provocação nas minhas palavras é uma tentativa desesperada de recuperar algum controle, mas o olhar nos rostos dos irmãos Darkmore só confirma que meu destino está selado. A sensação de terror é esmagadora, e, apesar da minha bravata, sei que não há mais como escapar do que está por vir.
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A Obsessão dos Irmãos Darkmore.
RomanceA vida de Yara é marcada por uma prisão emocional e física dentro de um casamento arranjado, onde seu marido é uma sombra constante de opressão. Quando Magnus , Kael e Damien Darkmore, com suas intenções sombrias, se tornam figuras centrais em sua v...