♥ Capítulo 10 ♥

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Yara Blake.

Domingo.

19:30 — Mansão dos irmãos Darkmore. — Eldoria.

Em seguida, ela me leva até a biblioteca. É um espaço grandioso, com estantes que vão do chão ao teto, cheias de livros antigos e raros. A madeira escura das prateleiras contrasta com o couro dos móveis, criando um ambiente sofisticado e tranquilo.

— A biblioteca é um dos lugares mais importantes da mansão. Os senhores Darkmore a utilizam com frequência, então mantenha tudo em ordem, mas sempre com muito cuidado. Não toque nos livros a menos que seja absolutamente necessário.

Continuamos o tour e passamos pelo escritório. O espaço é sério, com uma grande mesa de mogno no centro, papéis organizados meticulosamente e uma cadeira de couro que parece ter sido feita sob medida para alguém de grande poder.

— O escritório é onde os senhores Darkmore cuidam de seus negócios. Você será responsável por limpar este espaço diariamente, mas nunca mexa nos documentos. Apenas organize o que está à vista e não abra gavetas ou armários.

Depois, ela me leva ao jardim. É simplesmente deslumbrante, com flores de todas as cores, fontes que emitem um som suave e relaxante, e caminhos de pedra que serpenteiam entre árvores e arbustos bem cuidados. Há também uma piscina, cercada por espreguiçadeiras e uma área de estar ao ar livre que parece saída de um sonho.

— O jardim e a piscina são mantidos por outros funcionários, então você não precisará se preocupar com essa parte. Seu foco será manter as áreas internas em perfeito estado.

Após o jardim, retornamos ao interior da mansão.

Finalmente, a senhora Thompson para e me olha com seriedade.

— Seu trabalho será como faxineira. Você será responsável pela limpeza dos quartos dos senhores Darkmore, dos escritórios, e também por lavar as roupas deles. Sei que pode parecer muita coisa, mas com o tempo você vai se acostumar.

— Entendi, senhora. — Respondo, tentando assimilar todas as informações.

— Não se preocupe, querida. — Ela diz, voltando ao seu tom mais gentil. — Estou aqui para te ajudar no que precisar.

Respiro fundo.

— S-Senhora Thompson, tem mais alguma coisa que eu deva saber? — Pergunto, gaguejando um pouco. Estou muito nervosa, tudo é novo para mim. — A-Alguma outra regra ou algo que eu não deva fazer?

Ela para por um momento e me olha com atenção, como se estivesse ponderando a melhor forma de responder.

— Existem algumas regras importantes, sim, Yara. — Começa, com um tom mais sério. — Primeiro, nunca entre nos quartos dos senhores Darkmore sem permissão. Você só deve entrar para limpar quando tiver certeza de que eles não estão lá. Caso contrário, espere até que eles saiam. Isso é muito importante.

Assinto, absorvendo a informação. A última coisa que quero é causar problemas logo de cara. Não quero ser demitida, tenho certeza que o Ronan vai me machucar.

— Outra coisa. — continua a senhora Thompson — Sempre mantenha um comportamento respeitoso e discreto. Eles valorizam muito a privacidade, então evite fazer perguntas ou comentários desnecessários. Seu trabalho é limpar e organizar, nada mais.

— Entendi, senhora. — Respondo, tentando não demonstrar o nervosismo que cresce dentro de mim.

Ela dá um pequeno sorriso, percebendo minha tensão.

— Não precisa se preocupar, querida. Se você seguir essas regras e fizer seu trabalho corretamente, tudo vai correr bem. E, claro, se tiver dúvidas ou precisar de ajuda, estou aqui para te orientar.

— Obrigada. — Digo, sentindo-me um pouco mais aliviada.

— Outra coisa, Yara. — ela acrescenta — evite circular pela mansão durante a noite, a menos que seja necessário. Os senhores Darkmore têm horários irregulares, e é melhor não cruzar com eles em momentos inoportunos.

— Claro, vou tomar cuidado. — Respondo, determinada a fazer tudo certo.

— No mais, faça o seu trabalho com dedicação e tudo ficará bem. — Conclui a senhora Thompson, com um sorriso encorajador.

— Pode deixar, vou seguir todas as orientações. — Prometo, esperando poder me manter à altura das expectativas.

— Agora, você pode voltar para o seu quarto e descansar, Yara. — Diz a senhora Thompson com um sorriso gentil. — Amanhã, você deve acordar cedo para começar o seu trabalho. Às oito horas, já quero vê-la pronta. Recomendo que acorde às seis e meia, tome um banho e aproveite o café da manhã entre sete e sete e meia, para estar preparada para o trabalho às oito.

Assinto, absorvendo as instruções.

— Entendi, senhora Thompson. — Respondo, tentando manter a compostura, estou muito ansiosa.

Ela me dá um olhar encorajador.

— Sei que é um novo começo para você, e pode ser um pouco assustador no início, mas vai dar tudo certo. Agora, descanse. Amanhã é um dia importante.

— Sim, senhora. Obrigada. — Agradeço, sinceramente.

Enquanto volto para o quarto, perdida em pensamentos sobre o dia seguinte, viro uma esquina e, sem querer, esbarro em alguém. Sinto meu corpo desequilibrar-se, quase caindo no chão, mas braços fortes me seguram com firmeza antes que eu atinja o chão. O choque me faz prender a respiração, e quando levanto os olhos, dou de cara com o senhor Magnus.

Nossos rostos estão tão próximos que posso sentir seu hálito quente. Meu coração começa a acelerar, e um arrepio percorre meu corpo quando ele me puxa um pouco mais perto de si.

— Você está bem, Yara? — Sua voz é calma, mas há algo nela que me faz sentir fraca.

Nunca estive tão perto assim de outro homem. A proximidade é desconcertante, e então me lembro das palavras ameaçadoras de Ronan: se eu der moral para outro homem, vou me arrepender.

Rapidamente, tento me recompor e me afasto.

— S-s-sinto muito, senhor... Eu não o vi. — Minha voz sai trêmula, refletindo o nervosismo que toma conta de mim.

Ele sorri de forma gentil, mas os olhos parecem analisar cada movimento meu.

— Tudo bem, não precisa se preocupar. Fico feliz que não tenha se machucado.

Desvio o olhar de seu rosto, tentando acalmar meu coração acelerado. É então que noto que ele está usando uma regata, e meus olhos são atraídos involuntariamente para seus braços musculosos e o peitoral definido. Antes que eu possa desviar os olhos, ele fala novamente, com um tom suave que me faz gelar.

— Gostou de alguma coisa?

Sinto o coração quase parar de tão nervosa que estou, e meu rosto cora instantaneamente.

— N-N-Não, senhor... Com licença. — Respondo rapidamente, a voz mal saindo, enquanto passo por ele quase correndo em direção ao meu quarto.

Fecho a porta atrás de mim com força, encostando-me nela enquanto tento recuperar o fôlego. Meu coração ainda está disparado, e o que acabou de acontecer só faz aumentar meu medo. Estar aqui vai ser muito mais complicado do que imaginei.

A Obsessão dos Irmãos Darkmore.Onde histórias criam vida. Descubra agora