A Obsessão dos Irmãos Darkmore.

♥ Capítulo 21 ♥

Yara Blake.

Finalmente, termino de arrumar a casa. O esforço é extenuante, e meu estômago reclama de fome, já que não consegui parar para comer nada. Desde que Ronan saiu, trabalhei sem parar, limpando cada canto e lavando suas roupas. Tudo isso para evitar sua ira quando chegasse. Não posso permitir que ele tenha mais motivos para me agredir.

Sinto um alívio ao ver a casa limpa e arrumada, mas a fome aperta cada vez mais. Decido sair da cozinha e me sentar um pouco no sofá. Talvez, se eu descansar por alguns minutos, conseguirei recuperar um pouco das forças antes de enfrentar o próximo desafio.

Enquanto estou sentada, ouço a porta da frente se abrir. Meu coração acelera com medo. Será que o Ronan? Pensei que ele iria chegar mais tarde. De repente, a visão que me surpreende e que me deixa paralisada. É vê-lo aos beijos com outra mulher.

A cena diante dos meus olhos é um soco no estômago. Ronan, com seu olhar indiferente, está trocando carícias e beijos com uma mulher que não conheço. É como se ele não tivesse nenhum respeito por mim. Mesmo que ele não me ame, eu esperava que ao menos houvesse algum nível de respeito. Mas o que vejo é a total ausência disso.

Sinto o meu corpo tremer de raiva e humilhação. A mulher parece completamente à vontade, como se fosse o lugar dela, e Ronan, ao que parece, não se preocupa com o impacto que isso tem em mim. Ele está completamente desrespeitando o que sobrou do meu orgulho.

Não consigo conter a indignação. A raiva explode dentro de mim, e meu instinto é reagir, mas a realidade me faz parar. Não adianta confrontar Ronan agora. Já conheço bem a sua brutalidade e sei que qualquer tentativa de confrontá-lo só vai piorar a situação. No entanto, ver a forma como ele me desrespeita é o ponto final.

Ele percebe minha presença e se afasta da mulher, com um olhar frio e desdenhoso. Não faz questão de disfarçar o desprezo em sua expressão.

— Ainda está acordada? — pergunta com uma frieza cruel. — Queria aproveitar a noite com minha companheira sem ter que olhar para a sua cara. Você vai dormir no sofá essa noite, enquanto aproveito com a minha companheira.

Não consigo responder. As palavras parecem desaparecer, substituídas por uma onda de humilhação. Ele não me dá tempo para reagir e avança em minha direção. Sua mão se ergue e, antes que eu possa me defender, sinto o impacto de um tapa no rosto. A dor é aguda, e uma onda de humilhação me atinge.

— Não ouse me olhar assim novamente! Vai dormir no sofá! — ordena, empurrando-me com força para o sofá. — Não me importo com o que você sente. Vou aproveitar a minha noite com a Sara. E amanhã iremos ter uma conversa pelo modo que me olhou.

Meu mundo parece desabar. As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, mas tento não demonstrar fraqueza. Meus sentimentos de desamparo e frustração são esmagadores.

Sem mais palavras, Ronan se volta para a mulher e a conduz para o quarto, sem sequer se preocupar com a minha presença. Ouço o som da porta se fechando acaba comigo. Meu coração está pesado, e a sensação de desespero é quase insuportável. Sinto a necessidade urgente de fugir de tudo isso.

Pego minha bolsa do sofá, a única coisa que ainda sinto ser minha. O peso da situação me faz sentir como se o chão estivesse desmoronando sob meus pés. Caminho em direção à porta, com a mente a mil, sem um destino definido, mas com a determinação de sair daquela casa. A chuva lá fora parece ser o reflexo da tempestade interna que estou enfrentando.

Quando abro a porta, a chuva fria me atinge, e cada gota que cai sobre mim é um lembrete cruel da minha situação. Mas, de alguma forma, sentir a água gelada em minha pele é um alívio, uma pequena sensação de liberdade.