♥ Capítulo 23 ♥

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Magnus Darkmore.

Estou no meu escritório, revisando algumas papeladas que preciso assinar. A noite está silenciosa, e a única coisa que se ouve é o som da caneta riscando o papel. Minhas preocupações giram em torno dos negócios da empresa e da nossa doce Yara, mas, de repente, o som de uma notificação no meu celular interrompe meus pensamentos. Pego o aparelho e vejo que é uma mensagem do Damien:

"Encontrei Yara. Estava no ponto de ônibus, sozinha e molhada até os ossos. Estou levando-a para casa agora"

Meu coração dispara ao ler aquilo. Por que diabos Yara estava sozinha em um ponto de ônibus a essa hora da noite? Uma onda de preocupação me invade, e me levanto imediatamente, deixando os papéis espalhados pela mesa. Saio do escritório apressadamente e vou direto para a sala de estar.

Assim que chego à sala, sento no sofá, tentando controlar a ansiedade que me consome. Meu pé bate no chão repetidamente, uma tentativa inútil de aliviar a tensão. Não consigo entender o que pode ter acontecido para ela estar sozinha e, pelo tom da mensagem de Damien, sei que a situação é grave.

Depois de alguns minutos de espera, que mais parecem uma eternidade, finalmente ouço o barulho do carro de Damien entrando na garagem. Levanto-me rapidamente e fico atento. Minhas mãos estão cerradas em punhos ao lado do corpo, o sangue ferve com uma mistura de preocupação e raiva.

Damien entra na sala, carregando Yara nos braços. Ela está dormindo, o rosto pálido e molhado, e percebo que suas roupas estão encharcadas. Ver ela assim, tão vulnerável, faz minha preocupação aumentar ainda mais. Algo muito errado aconteceu.

Damien parece igualmente preocupado. Ele se aproxima, e eu mantenho minha voz baixa para não acordá-la:

— O que aconteceu? — pergunto, tentando manter a calma, mas minha voz sai tensa.

Damien balança a cabeça, claramente abalado:

— Depois conversamos, irmão. Ela precisa tirar essas roupas molhadas. Está exausta de tanto chorar.

Ao ouvir isso, meu coração se aperta ainda mais. A ideia de que ela chorou me deixa ainda mais furioso. Quem quer que tenha feito isso com ela vai pagar caro. Tento manter minha expressão controlada, mas sei que meus olhos estão ardendo de raiva.

— Certo. — Murmuro, tentando não explodir ali mesmo.

Assisto Damien passar por mim, levando Yara para o quarto dele. Me viro e fico ali, na sala, respirando fundo, tentando controlar a raiva que cresce dentro de mim. Ronan. É a única pessoa que consigo imaginar que tenha feito algo assim com ela.

Quando Damien voltar, vamos descobrir exatamente o que aconteceu. É tudo o que consigo pensar enquanto espero na sala. Estou inquieto, andando de um lado para o outro, meu olhar fixo na escada que leva ao andar de cima. Cada segundo que passa parece uma eternidade.

De repente, a porta da sala se abre, e Kael entra apressado. Seu rosto está marcado pela preocupação, e ele vai direto ao ponto:

— O que aconteceu com a Yara? — Ele pergunta, sua voz urgente. — Recebi a mensagem do Damien dizendo que a encontrou no ponto de ônibus. O que está acontecendo?

As perguntas vêm uma após a outra, sem pausa. Entendo a ansiedade dele. Sinto o mesmo.

— Ainda não sei, irmão. — Respondo, tentando manter a calma. — Damien a levou para o quarto. Vamos descobrir assim que ele descer.

Kael solta um suspiro pesado e passa a mão pelos cabelos, claramente nervoso. Seus olhos refletem a mesma mistura de raiva e preocupação que sinto. Ele começa a andar pela sala, impaciente, o olhar sempre voltando para a escada.

De repente, ouvimos passos descendo do andar de cima. Nossos olhares se voltam imediatamente para a escada. É Damien, finalmente. Ele está descendo com um olhar sério, e sei que ele tem algo a nos contar. Meu corpo todo fica tenso, pronto para o que está por vir.

Kael se adianta, sua expressão é um misto de impaciência e preocupação.

— O que aconteceu com ela, Damien? — pergunta Kael, sua voz carregada de ansiedade.

Damien suspira profundamente, e o som do seu suspiro nos faz sentir um peso ainda maior sobre os ombros. Ele olha para nós com uma seriedade que diz mais do que palavras poderiam expressar.

— Eu a encontrei no ponto de ônibus, como mencionei. — Ele começa, a voz carregada de frustração. — Parece que o Ronan fez alguma coisa com ela, aquele filho da puta.

Kael e eu trocamos um olhar preocupado. A expressão de Damien só confirma o que temíamos.

— Ela me implorou para falar com você, Kael, para que você pudesse ajudá-la com o divórcio. — continua, a raiva evidente em seu tom. — Como se nós já não estivéssemos preparando isso. E parece que o bastardo bateu nela.

O choque e a raiva se misturam dentro de mim, e não consigo me controlar. A indignação explode de mim.

— Como é? — grito, minha voz ecoando pela sala. — Aquele filho da puta ousou bater nela?

A raiva é palpável, e minha mente começa a girar em torno da ideia de vingança. Kael também parece furioso. Seu rosto está vermelho, e ele fecha os punhos, claramente lutando para manter o controle.

— Damien, o que mais você sabe? — pergunta Kael, forçando a calma em sua voz. — Como ela está?

— Ela estava muito abatida, com frio, e estava tremendo, chorou bastante. — responde, sua expressão dura. — A levei para o quarto, e ela está descansando agora. Conversaremos com ela amanhã.

— E quanto às marcas? — pergunto, a voz carregada de tensão. — Viu alguma coisa?

Damien balança a cabeça, seu olhar é uma mistura de desgosto e determinação.

— Não pude ver muitas coisas claramente, mas ela tinha uma marca avermelhada na bochecha. Isso foi o suficiente para me fazer perder a calma. Se Ronan fez isso, ele vai pagar caro.

Kael avança, seu olhar é frio e decidido, como se estivesse prestes a executar uma sentença.

— Isso acaba hoje. — afirma Kael, com firmeza. — A marca na bochecha é uma prova contundente. Vou ligar para o Lorenzo e pedir que venha aqui amanhã. Vamos preparar tudo para o divórcio imediatamente. Cansei de ir devagar com essa situação.

Damien dá um passo para frente, seu rosto ainda carregado com a tensão do momento.

— Kael, você está certo. Precisamos acelerar o divórcio.

Kael acena com a cabeça, o olhar permanecendo intenso.

— Exatamente. Não vou tolerar mais nada. Vou agir rápido. Aquelas marcas na bochecha dela são a prova de que ele ultrapassou todos os limites.

— Conte comigo, irmão. O que precisar, pode pedir. — Digo friamente. A raiva ainda pulsando.

Kael respira fundo, seu olhar ainda sério.

— Não se preocupe, irmão. Aquele bastardo nunca mais vai chegar perto dela, e se chegar, prisão.

Dou um sorriso.

— Muito bem.

Kael olha para nós dois.

— Então vamos começar. O Lorenzo terá todos os detalhes amanhã, e não descansarei até que esse bastardo pague por tudo o que fez com a nossa Yara.

Seu tom não deixa espaço para dúvidas. Vamos fazer o que for possível para livrá-la daquele filho da puta. 

A Obsessão dos Irmãos Darkmore.Onde histórias criam vida. Descubra agora