Yara Voss.
Sabia que eles já tinham tido outras mulheres, sabia disso desde o início. Mas o jeito como aquela mulher, Isabelle, falou... aquilo mexeu comigo de um jeito que não esperava. Meu coração dispara, pulsando forte no peito, e de repente tudo o que quero é ir embora. Não para o hotel, mas para casa. Fugir desse sentimento sufocante que tomou conta de mim.
Sinto a garganta apertar, e as lágrimas ameaçam cair. Começo a caminhar em direção à saída, mas uma mão segura meu pulso. Viro e vejo Magnus, Kael e Damien me encarando, os rostos preocupados.
— Meu amor, por favor... — Magnus começa, sua voz baixa, quase suplicante. — Nos deixe explicar. A Isabelle não significa nada para nós.
As lágrimas finalmente escapam. Não consigo segurá-las mais.
— P-por favor... — minha voz sai entrecortada, quase um sussurro. — Não quero falar agora... só quero ir embora.
Eles me olham em silêncio por alguns segundos e, entendendo meu estado, concordam sem insistir. Seguimos em direção ao carro, e me sento no banco de trás. Não trocamos nenhuma palavra durante o trajeto, mas minha mente está um turbilhão. As inseguranças que tentei enterrar agora gritam dentro de mim.
Quando chegamos ao hotel, Damien estaciona o carro na garagem. Assim que ele desliga o motor, desço rapidamente, sem esperar por eles. Caminho em direção ao elevador, e eles tentam me acompanhar, mas as portas se fecham antes que consigam entrar. Sozinha ali dentro, as lágrimas escorrem livremente, e a dor no peito aumenta. Aquela mulher... Isabelle. Ela era linda, muito mais linda que eu. E o fato de que eles já a namoraram, de que eles já fizeram com ela o que fazem comigo... me destrói por dentro.
Será que eles gostam realmente de mim? Ou será que ainda sentem algo por ela?
As portas do elevador se abrem, e corro para a suíte. Mal penso no que estou fazendo. Tiro os saltos, jogo a bolsa na cama e corro para o banheiro, trancando a porta. Minhas mãos tremem enquanto tiro o vestido e entro debaixo do chuveiro. A água quente escorre pelo meu corpo, mas nada pode lavar o turbilhão de pensamentos negativos que tomam conta da minha mente.
E se eles ainda a amam?
Ela é mais bonita, mais confiante... mais tudo do que eu jamais serei.
Por que eles estariam comigo se já tiveram alguém como ela?Essas perguntas me consomem. Me sinto tão insegura, tão insuficiente. Isabelle disse que eles eram possessivos e obcecados por ela, e agora me pergunto se eles vão acabar se cansando de mim também, assim como ela provavelmente se cansou deles. E se eu for só uma substituta, alguém que preenche o vazio que ela deixou?
Fico no chuveiro por um tempo, tentando acalmar meus pensamentos, mas nada parece funcionar. Eventualmente, desligo a água, me enrolo em uma toalha e saio do banheiro.
Assim que abro a porta, dou de cara com os três me esperando. O ar no quarto está pesado, e posso ver a preocupação em seus rostos. Nenhum deles fala imediatamente, mas o silêncio é sufocante.
Magnus dá um passo à frente, sua expressão séria.
— Yara... sei que isso foi difícil para você, mas precisamos que entenda algo. — Ele pausa, como se escolhesse cuidadosamente suas palavras. — Nós não sentimos mais nada pela Isabelle. Ela é passado.
Kael se aproxima um pouco.
— Conhecemos a Isabelle na faculdade. Nos apaixonamos por ela, sim, mas... — Ele respira fundo. — Nosso jeito possessivo, a maneira como lidamos com o relacionamento, não era saudável. Admitimos isso. Mas ela nos traiu. Foi embora sem dar explicações, e o que restou em nós por ela é apenas raiva, ódio.
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A Obsessão dos Irmãos Darkmore.
RomanceA vida de Yara é marcada por uma prisão emocional e física dentro de um casamento arranjado, onde seu marido é uma sombra constante de opressão. Quando Magnus , Kael e Damien Darkmore, com suas intenções sombrias, se tornam figuras centrais em sua v...