♥ Capítulo 5 ♥

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Magnus Darkmore.

Estávamos precisando de mais uma empregada na mansão, então ordenei à minha secretária, Amélia, que publicasse um anúncio nos jornais. Como não queria lidar com as entrevistas sozinho, convidei meus irmãos para me acompanharem: Kael, o segundo irmão, um juiz renomado, e Damien, o terceiro irmão, que é médico. Kael tem trinta e seis anos, Damien tem trinta e cinco, e eu sou o mais velho, com trinta e oito.

As primeiras candidatas foram um desastre. Pareciam mais interessadas em se jogar em cima de nós do que em mostrar suas qualidades. Kael, com seu jeito bruto e sarcástico, não deixava barato. Sempre fazia questão de humilhar as garotas, algo que divertia profundamente Damien. Concordo que eu também achava a situação divertida. Ver a reação delas às suas provocações e o desconforto que isso causava era um espetáculo à parte.

No entanto, o que não esperávamos era que a próxima candidata fosse chamar a nossa atenção. Quando ela entrou no escritório, soubemos imediatamente que ela era diferente das outras.

Yara Blake tinha uma presença que era ao mesmo tempo, discreta e marcante. Sua pele morena, perfeitamente uniforme, contrastava com seus cabelos longos e brilhantes, que caíam em ondas suaves sobre seus ombros. O brilho sutil nos seus olhos castanhos, quase dourados sob a luz do escritório, revelava um misto de timidez e algo mais profundo, como se houvesse uma história não contada por trás daquele olhar. O rosto dela, de traços delicados e expressivos, era emoldurado por uma franja que suavizava seu semblante, enquanto seus lábios finos, naturalmente rosados, permaneciam fechados em uma linha nervosa.

O corpo dela, embora não fosse excessivamente curvilíneo, tinha uma graça sutil, uma elegância natural. Sua postura era ereta, mas com uma leve inclinação para frente, como se estivesse constantemente se preparando para recuar ou se proteger. A forma como seus braços estavam ligeiramente contraídos ao longo do corpo e como as mãos, pequenas e de dedos longos, se moviam nervosamente sobre a coxa, eram um sinal claro de sua ansiedade. Havia algo na maneira como ela abaixava o olhar, como se estivesse tentando evitar qualquer confronto, que exalava uma mistura de fragilidade e pureza que nos atraía de forma inesperada.

Ficamos ainda mais intrigados quando ela revelou ser casada. Aquilo, em vez de nos desanimar, apenas acendeu uma chama de curiosidade e desejo. O jeito meigo dela, a forma como passava as mãos nervosamente sobre a coxa, capturava nossa atenção e despertava um interesse que eu não esperava. Eu e meus irmãos não nos importamos em dividir a mesma mulher. Na verdade, é algo que fazemos com certa frequência, mas a maneira como ela se comportava, toda retraída e com um olhar tão submisso, foi especialmente estimulante para mim.

O que me surpreendeu foi o efeito que a presença dela teve em mim e nos meus irmãos. Havia algo no seu comportamento reservado e na forma como parecia ansiosa e nervosa, mas, ao mesmo tempo, em controle, que despertava nossa curiosidade e atração. A combinação de sua beleza sutil e sua atitude submissa fazia com que todos nós quiséssemos descobrir mais sobre ela, explorando as camadas de sua personalidade e o que estava por trás daquela fachada aparentemente frágil. O desejo de desvendar esse mistério era palpável e, sem dúvida, algo que nos desafiava e nos atraía de maneiras que não esperávamos.

14:00 — Escritório. — Eldoria.

— Magnus? — A voz do Kael me tirou dos meus pensamentos.

— Sim? — Me viro para encará-lo.

— Estava pensando nela, não estava? — Damien pergunta, com um sorriso no rosto.

Cruzo as pernas, mantendo meu semblante fechado.

— Não é como se vocês também não estivessem pensando nela. — Kael se joga na sua cadeira e ponhe seus pés em cima da minha mesa.

— Não irei mentir, aquela garota chamou a minha atenção. E não apenas a minha, a nossa atenção.

A Obsessão dos Irmãos Darkmore.Onde histórias criam vida. Descubra agora