Capítulo 5

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Assim que a aula termina Dina me ajuda a encontrar meu armário, que por sorte fica bem próximo da saída, o que me renderá bastante tempo no furacão que é o último horário.

Estou guardando dois livros de geografia dentro do armário quando alguém se encosta no armário ao meu lado. Gilbert.

-Vai ficar na biblioteca? -Diana pergunta.

-Hoje não. Bash precisa que eu vá para casa e Matthew me pediu um favor. -Ele olha para mim- Vamos?

Não quero dar motivos para a namorada que encontrei no banheiro querer me ver morta.

-Porque?

-Matthew disse que vai precisar de você na fazenda, e já que somos vizinhos me pediu para te levar.

-Fazenda?

Gilbert franze as sobrancelhas.

-Ninguém te disse nada?

Diana bufa.

-Todos os produtos de Green Gables vem da fazenda dos Cuthbert, Matthew cuida dessa parte enquanto Marilla fica com o café.

-Ah sim.

-Se precisarem de mais ajuda posso ir com vocês, posso voltar com Matthew e Anne.

-Não vai dar, vim de moto.

-Moto? -Arregalo os olhos.

Ele sorri surpreso.

-Nunca andou?

-Não.

Seu sorriso se abre, mostrando os dentes.

-Eu te ensino. Até amanhã, Diana.

-Tchau.

Na mesma hora Gilbert segura minha mão e me ajuda a passar pela multidão de alunos saindo, fazendo questão de saber que eu estava logo atrás. Era uma vez não apanhar de uma desconhecida. Alguns apertos e passos á frente e saímos do colégio, mas ele não me solta, me guia até uma parte do estacionamento que acomoda apenas motos e biscicletas e só tira a mão de mim quando paramos ao lado de uma preta suja de terra.

Ele tira uma chave do bolso e abre o banco da moto, colocando a própria mochila dentro antes de trancar novamente e ligar a moto.

-A primeira coisa é entender que o equilíbrio é fundamental. Nunca suba na moto sem antes saber onde você vai colocar suas mãos e pés. 

Ele indica com a mão para que eu suba.

-Juro que se essa moto cair em cima de mim nunca mais te perdoo.

Ele sorri.

-Relaxe.

Subo no banco da garupa e a moto não se mexe.

-Coloque os pés no apoio.

Olho para o lado da moto por cima e procuro por qualquer coisa que me lembre um apoio para os pés, mas tudo é preto e prateado e posso ter uma noção mínima sobre veículos, mas sei que o escapamento fica logo ali quando aproximo mminha perna e sinto o calor. Por isso decido não arriscar queimar meu único par de tênis.

-Não sei o que é.

Ele revira os olhos e se inclina para pegar meu tornozelo do chão e colocá-lo no lugar correto, ele faz isso com os dois e quase me esqueço de me equilibrar. Rapidamente seguro no banco da moto.

-Não se assuste se sentir o banco um pouco quente, isso é normal. A mochila pode te deixar com medo por ser pesada, até quardaria em no baú se pudesse, mas tenho certeza que minha mochila está bem mais pesada.

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