Primeiros dias ao seu lado

III

Capítulo III

Jasper POV:

Eu estava em um canto da casa, tentando controlar a sensação avassaladora de desejo e dor que sentia, eu nunca tinha sentido algo tão forte antes. Decidi enfrentar o que estava sentindo e me direcionei para a sala de jantar. Dando de cara com uma garota linda, Supus que essa era a tal Marie a quem Alice estava ansiosa pela chegada.

Quando falavam sobre ela eu sentia apenas pena, era uma bomba relógio pronta para explodir a qualquer momento, afinal ela tinha uma doença terminal.

A sensação que eu experimentei quando meus olhos encontraram os dela, era intensa e quase perturbadora. A imagem de Marie, com seus traços delicados e um olhar profundo, me atingiu com uma força que eu nunca havia sentido.

Ela era deslumbrante, seus cabelos castanhos e ondulados, seus olhos azuis brilhantes, sua pele levemente corada e frágil . Ao ir de encontro com seus olhos, pude experienciar uma conexão inexplicável, uma sensação de que ela e eu éramos de alguma forma destinados a estar juntos. Era uma sensação avassaladora, quase esmagadora, que quase me fez perder o controle.

Mas então, ela começou  a tossir sangue, senti como se o mundo ao meu redor tivesse desacelerado. O cheiro era quase insuportável, e a dor que emanava dela me atingia como uma onda de choque. Eu sabia que, se não me controlasse, a situação poderia se transformar em um desastre. Cada movimento dela era uma batalha para mim, uma luta constante para não sucumbir ao desejo instintivo de ir até ela e arrancar cada gota do seu sangue.

A presença dela estava me afetando profundamente, me tornando um louco sedento. Era como se eu estivesse em uma linha tênue entre a necessidade de estar perto dela e a necessidade de me afastar para evitar qualquer coisa que pudesse ser prejudicial.

Eu estava paralisado, incapaz de me mover, quando Emmett e Edward me arrastaram para fora do cômodo. Nossa velocidade vampírica fez com que chegássemos ao andar de cima em um piscar de olhos, e logo as meninas nos seguiram, Bella vindo um pouco depois.

— O que foi isso? — Perguntei, confuso e desorientado.

Edward, com sua calma habitual, explicou o que havia acontecido. Ele mencionou o conceito de almas gêmeas e como Marie estava destinada a ser a pessoa que eu deveria encontrar. Fiquei atônito, o peso da realidade batendo forte. A ideia de que minha verdadeira amada estava morrendo me atingiu de uma forma devastadora. Eu percebi que estava transmitindo minhas emoções para os meus irmãos, que estavam absorvendo minha agitação.

— Jasper, você precisa se controlar — pediu Edward, compreensivo.

Alice, se aproximou de mim e disse que tudo ficaria bem com ela. Seu olhar era reconfortante, mas eu podia sentir que suas palavras eram uma tentativa de acalmar a mim mesmo e não a verdade plena. Conhecíamos bem um ao outro, e eu sabia que ela estava escondendo o real temor que ambos compartilhávamos.

— Alice está certa, Jasper. Vai ficar tudo bem com ela — disse Edward, tentando me dar algum conforto. Sua habilidade de ouvir os pensamentos, me fez pensar que talvez houvesse alguma verdade em suas palavras.

Alice tocou em meu ombro, seu olhar gentil e preocupada. — Fique calmo, Jasper. Eu sei que é difícil, mas precisamos dar um passo de cada vez. A situação está sob controle, e Carlisle está lá com ela.

Bella, com uma expressão de determinação, se ofereceu para ir verificar Marie. — Eu vou ver como ela está — disse Bella, sua voz suave mas firme. Bella soltou a mão de Edward lentamente, e eu agradeci mentalmente por isso.

Por mais que estivéssemos ouvindo os acontecimentos, ter alguém lá que não a machucaria, para garantir que Marie ficasse  bem era um alívio para mim.

— Obrigado, Bella — formalizei meus pensamentos enquanto Bella se afastava. Me voltei para os meus irmãos. Emmett estava ao meu lado, sua expressão preocupada misturada com um toque de humor nervoso.

— Até que enfim vai desencalhar Jasper, deve tá desidratado de sede  — comentou Emmett, tentando aliviar a tensão com um sorriso forçado.

— Engraçado Emmet, muito engraçado — murmurei, revirando meus olhos.

Decidi ser sincero com meus irmãos, apesar de Edward já saber a forma como me sinto por ler meus pensamentos, decidi verbalizar para eles.

— O que eu senti no momento em que pus meus olhos nela foi algo inexplicável e saber que a bomba relógio que julguei é o meu amor, me torna fraco, quebrado.

Rosalie, que estava quieta até agora, se aproximou e colocou uma mão reconfortante no meu ombro. — Precisa ser forte para ela. O que quer que esteja acontecendo, não pode deixar que isso te afete mais do que já está. Estaremos com você irmão, como família.

— Concordo — disse Edward, olhando para mim com uma expressão de compreensão. — Devemos todos nos manter focados e ajudar de qualquer maneira que pudermos.

— É isso aí! — Disse Emmet todo animado. — Marie já faz parte da nossa família e fazemos tudo pela família. — Sorri pela solidariedade dos meus irmãos.

Marie POV:

Enquanto Carlisle ajustava os equipamentos e falava calmamente, a tosse foi diminuindo, mas o desconforto persistia. Ele fez algumas perguntas adicionais sobre meus sintomas e ajustou o oxímetro, verificando meus níveis de oxigênio.

— Você está se sentindo um pouco melhor? — perguntou ele, olhando para mim com uma expressão de preocupação genuína.

— Um pouco, obrigado. — Respondi, tentando relaxar. A presença de Carlisle era reconfortante, e sua habilidade em lidar com a situação me tranquilizava, mesmo que a dor ainda estivesse presente.

Carlisle aproveitou que eu estava mais estabilizada e sem mais tosses para pegar algumas coisas em seu escritório. Luci disse que iria rápido chamar meus pais, ela imaginava que eles estariam já loucos de preocupação. Apenas confirmei e ela disse que iria e voltaria super rápido, tão rápido que eu nem sentiria sua falta.

A porta da enfermaria se abriu, e novamente Bella se fez presente, ela entrou com um olhar hesitante. Ela se aproximou de mim, seu olhar cheio de preocupação e simpatia. Era estranho sentir a preocupação de alguém que acabara de conhecer, mas a sinceridade em seus olhos era evidente.

— Oi — disse tímida.

— Oi, Bella! — respondi um pouco devagar, ainda me sentindo fraca.

— Como você está se sentindo? — Bella perguntou suavemente, tentando oferecer um sorriso reconfortante.

— Melhor agora, obrigada. — Respondi, apreciando o gesto dela. — Desculpe por toda a confusão.

— Não se preocupe com isso — disse Bella, balançando a cabeça. — Todos aqui estão felizes em ajudar.

— Eu gostaria de saber mais sobre vocês, se não for um problema. — Perguntei, tentando desviar minha mente da dor constante e focar em algo que pudesse me distrair.