Marie Delphine Giordano, uma jovem doce e cheia de vida, enfrenta um câncer terminal que ameaça roubar seus últimos dias. Quando se muda para Forks em busca de um tratamento com o Dr. Carlisle Cullen, ela não espera encontrar algo ainda mais poderos...
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Marie POV
Eu estava de luto. De luto pela minha vida. De luto pelos momentos que nunca mais viriam, pelos sonhos que nunca se realizariam. A dor de saber que, em breve, tudo se apagaria como se eu nunca tivesse existido de verdade. Era um luto silencioso, profundo, que me consumia a cada segundo. O luto não era apenas pela proximidade da morte, mas pela vida que eu estava deixando para trás.
Eu estava de luto por meus pais. Eles haviam me dado tudo. O carinho incondicional, o apoio nos piores momentos, e eu? Eu não podia retribuir isso. Eu não poderia estar lá para eles quando envelhecessem, para segurar suas mãos frágeis nos últimos momentos. Eu nunca mais veria o sorriso da minha mãe ao me olhar, aquele sorriso suave, como se o simples fato de eu existir fosse o suficiente para alegrar o seu dia. Nunca mais ouviria a risada calorosa do meu pai, nunca mais sentiria o calor do abraço dele, que sempre parecia capaz de afastar todos os males do mundo.
Era como se eu estivesse prestes a deixá-los sozinhos, na escuridão, e isso me despedaçava.
Eu estava de luto pelos meus avós. Quantas histórias eles ainda teriam para me contar? Quantas vezes mais eu poderia segurar as mãos enrugadas deles, olhar em seus olhos cansados, mas cheios de amor, e ouvir sobre o passado? Eu queria tanto continuar ali, escutando, vivendo ao lado deles, mas esse desejo estava se apagando. Eu estava deixando tudo para trás. Não haveria mais almoços em família, não haveria mais noites rindo das piadas repetidas do meu avô. Não haveria mais o cheiro de pão caseiro que minha avó fazia sempre que eu chegava para visitá-los.
E isso era insuportável. O vazio crescia dentro de mim a cada pensamento.
Eu estava de luto por tudo o que nunca poderia ser. Eu estava de luto pelo casamento de Bella e Edward. Como poderia não estar lá para meus novos e queridos amigos? Como poderia não vê-la caminhando até o altar, radiante, vivendo o momento mais feliz de sua vida? Eu queria tanto estar ao lado deles, os dizer o tanto que sua união me faziam feliz, dizer que Bella estava fazendo a escolha certa. Mas eu sabia que nunca teria essa oportunidade. Eu estava sendo roubada de todas essas experiências e, mais do que nunca, isso me esmagava.
Eu estava de luto por Jasper. A ideia de não vê-lo novamente, de não sentir o toque dele, de não poder beijá-lo mais uma vez... A dor era quase física. Nós tínhamos tão pouco tempo juntos, tão poucos momentos para serem roubados, dessa forma tão brutal e agressiva. A incerteza de quanto mais teríamos me consumia. O que ele faria quando eu não estivesse mais aqui? O pensamento de deixá-lo, de deixar para atrás o que estávamos construindo, me dilacerava. Eu queria mais tempo, queria mais de nós, mas o tempo não era algo que eu podia controlar.
Eu estava morrendo. E esse fato, essa realidade que se abatia sobre mim como uma sombra, esmagava cada pequena centelha do meu ser. Eu me sentia sufocada pela impotência, pela inevitabilidade de tudo isso. Eu estava com medo. O tipo de medo que paralisa, que te rouba o ar, que faz cada batida do coração parecer uma contagem regressiva.
