Capítulo XII

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O final de semana foi no mínimo estranho, no domingo ao chegar em casa tive que explicar parte da minha briga com Cheryl. Arche tinha ido pra casa, Betty disse que ele havia ficado preocupado, e que sexta-feira viria ver como as coisas estavam. Fiquei imaginando dezenas de possibilidades, era o que eu mais precisava “possibilidades”.
A primeira possibilidade que me passou pela cabeça foi sair da Blossom, comecei a me candidatar a diversas vagas de emprego. Como poderia continuar trabalhando na Blossom e olhar nos olhos daquela mulher todos os dias? Era perturbador, era angustiante.
Na segunda-feira o assunto mais falado foi o sucesso do evento, Tabita estava radiante e orgulhosa do seu trabalho,questionou onde eu havia me metido, e porque fui embora tão cedo. Jughead e Reggie, colhiam os frutos do seu trabalho, o site da Blossom estava congestionado de elogios para o casal de jornalistas. Fangs também não ficou pra trás, os créditos de suas fotos atravessaram fronteiras.

- Fangs me olhava de longe, não queria acreditar que ainda está vivendo aquele amor platônico, um homem tão lindo não deveria ter dificuldades em arrumar uma mulher bacana que preenchesse seus dias e suas noites, olhei de relance e seus olhos encontraram os meus. Voltei minha atenção ao trabalho, coloquei os fones de ouvido e sabia que ninguém me perturbaria naquele momento. Recebi uma mensagem de texto de Amom, confirmando nosso encontro de mais tarde. Eu não via mais motivos pra levar essa reunião adiante, mas ele insistiu, disse que precisava falar comigo mesmo assim, eu não poderia mudar a situação que estava pra lá de complicada. Na verdade, só tinha uma solução e essa seria difícil colocar em prática. De qualquer forma respondi sua mensagem com um Ok. Mas tarde me encontraria com ele em sua casa, ele achou melhor que um lugar público.
Cheryl chegou a Blossom após o almoço, a cara dela não estava nada boa, ela não olhou pra mim ao passar pela minha mesa falando ao celular. Porque todos olhavam na minha direção? Como se esperassem por respostas, mais um motivo pra eu arrumar outro emprego.
Saí meia hora antes de o expediente terminar, usei uma desculpa de que precisava resolver um assunto profissional, iria para a casa de Amom de táxi, meu carro havia ficado na casa de Cheryl, a essa altura nem considerava mais meu. Amom tinha um apartamento no centro da cidade, onde ficava quando tinha negócios a resolver nos EUA. Não era tão longe da Blossom’s, a viagem durou em torno de meia hora.
Olhei no endereço que ele havia passado por mensagem de texto e conferi assim que o
táxi estacionou. Paguei a corrida e desci, olhando para o prédio de mais ou menos vinte andares.
Me apresentei na portaria, disse que o senhor Amom Haz estaria me esperando, o porteiro interfonou e logo fui convidada a subir, Amom morava na cobertura, era um apartamento por andar, já no Hall de entrada se via a elegância e bom gosto, com obras de artes
por todo corredor. Ele me aguardava na porta de entrada, usava uma roupa despojada, jeans
rasgado e camiseta de algodão. Ele parecia mais jovem do que da última vez que o vi. Amom
desmistificar a ideia de que todos os vampiros eram brancos feito papel.

- Olá Antoinette, é um prazer revê-la – ele beijou minha mão.

- Olá Amom, como está? – dei um meio sorriso.

- Bem, mas, por favor, entre – ele me deu passagem.

O apartamento de Amom era amplo e claro, tinha certeza que a luz natural penetrava entre as cortinas o dia todo. A sala de estar era conjugada com a sala de jantar. Uma enorme mesa de vidro com seis cadeiras, tudo em tom pastel, ele me convidou a sentar na sacada 
A sacada era um lugar tranquilo, era toda cercada por uma vidraça que estava fechada, tenho certeza se abrisse o som de carros e motos dominariam o ambiente. Tinha um enorme sofá de couro branco com almofadas, uma mesa de centro, e mais ao fundo um aparador com três
banquetas.

- O que eu posso fazer para salvar Cheryl da condenação? – fui direto ao assunto.

- Não temos muitas opções.

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