Capítulo VII

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Lágrimas queimavam meu rosto, atravessei a porta de saída como um furacão, eu ainda estava descalça, mas não me importava, não voltaria lá pra cima. Corri pelo gramado bem cuidado na esperança de encontrar uma saída o mais rápido possível, acabei encontrando Tyler fumando com um dos seguranças da casa.

- Tyler me leva pra casa? – falei entre lágrimas

- Aconteceu alguma coisa? Eu posso ajudar? – ele estava claramente preocupado

- Só me leva para casa, por favor – eu abraçava meus braços.

- A senhora Blossom não vai gostar – ele coçou a cabeça

- Ela vai gostar menos ainda se souber que você me deixou ir embora a pé.

Tyler resolveu não protestar me colocando dentro do carro, correndo para o volante.
Encostei minha cabeça no encosto do banco e desabei. A todo o momento Tyler me olhava
através do espelho retrovisor, parecendo querer checar se eu estava bem. Meu choro era tão alto
que eu estava soluçando. Carros e casas passavam pela janela do SUV como um borrão. Não sei se pela velocidade que Tyler dirigia ou se por minha visão embaçada.
O carro foi parando ao meio fio em frente ao prédio da Betty, não esperei que ele parasse por completo, me atirando para fora, passei pela portaria e segui para o elevador, eu estava descalça, sem bolsa, sem chave, sem celular. Toquei a campainha bati na porta e nada, não tinha ninguém em casa. Escorrei sentando no chão abraçando meus joelhos. E ali fiquei não sei por quanto tempo até Betty chegar. Assim que me viu, o pânico ficou estampado em seu rosto, ela jogou a bolsa no chão ajoelhando perto de mim.

- Toni, por Deus o que foi que aconteceu? – eu levantei minha cabeça escondida entre os

braços

- Ai Betty – chorei mais ainda

Ela abriu a porta do apartamento e me ajudou a levantar, segurava em minha cintura me levando para a sala. Parecia que eu estava bêbada de tão desorientada que eu estava. Me encolhi no sofá, sem ter coragem de contar o motivo do meu desespero, me afundei nas almofadas.

- Você foi assaltada? Fizeram alguma coisa com você? – ela colocava a mão na cintura andando de um lado para o outro

- Não foi nada disso eu estou bem – na medida do possível

- O que foi então? – ainda estava alarmada

- Cheryl...

- O que aquela idiota fez? – ela digitava no celular com agressividade 

-Nada! – gritei antes que ela fizesse alguma besteira

- Você está com a cara toda borrada – ela limpou meu rímel com a palma da mão

- Desculpa – eu funguei

- E então? Mais calma?

- Sim – eu balancei a cabeça

- Então, pode começar!

- A Cheryl, eu... A Cheryl... Eu – ela continuava na minha frente com os braços cruzados

Mas o que eu falaria pra ela? Ah minha namorada é uma vampira! E ela corre perigo se alguém souber que eu sei seu segredo? E que talvez eu também corra perigo por saber? Eu não queria mais ninguém em perigo, muito menos minha melhor amiga. Então resolvi mentir.

- Eu terminei com Cheryl, e meu coração está despedaçado – levei minha mão ao rosto.

- Namoro relâmpago! Mal começou – ela torceu aquela boca rosa

- Eu sei, eu sei, mas melhor parar por aqui, ela e eu não combinamos.

- Quem disse isso? Pois acho que formam um casal lindo

Vampira CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora