Capitulo vinte e nove.

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Richard's pov

Eu estava com os olhos escuros em volta, nos treinos eu estava jogando mal, não comia e ao menos colocava um sorriso no rosto. Abel reclamava comigo e perguntava o porque eu estava daquele jeito e o que estava acontecendo que eu não conseguia prestar atenção em nada do que acontecia a minha volta. Já fazia uma semana que eu estava um caos, e todos reparavam mas eu ao menos abria a boca pra dizer algo. De longe escutava Joaquín dizer que Jordana havia trocado de número e desativado as redes sociais, mas que também estava doente e ao menos saia de casa. Hoje era o dia do casamento do Uruguaio e eu pensava várias vezes se eu ia ou não, ou se Jordana ia ou não, eu não estava nem um pouco afim de ver ela pois eu sabia que iria doer.

Eu estava a procura de um terno mesmo que em cima da hora, queria desistir de tudo e voltar a Colômbia, e até chegava a pensar que se eu tivesse continuado minha vida com Nicole enquanto estava lá ou até mesmo Amanda, eu não iria estar passando por certos tipos de coisa. Mas não dava, meus olhos só enxergavam Jordana e somente ela, era só ela que eu sentia atração e qualquer outro sentimento. Enquanto olhava o terno, achei um do jeito que eu sempre imaginei que usaria em meu casamento com Jordana, mesmo que sempre foi tão notável que eu não casaria com ela.

── Espero que você tenha comprado o terno certo! — Maria Cecília disse após eu atender sua ligação enquanto fazia o pagamento.

── Bom, eu vim na loja que você falou e mostrei a foto que mandou eu mostrar. Então acho que peguei o certo. — respondi, fazendo Maria Cecília dar uma risada enquanto eu saia da loja com a sacola.

── Você tá bem? — ela perguntou e eu suspirei.

── Eu tô vivo, não estou em cima de uma cama e ainda consigo andar, estou bem!

── Querido não esqueça que não foi eu que quebrei seu coraçãozinho de ouro. — ela respondeu e revirei os olhos.

── Ela vai? — perguntei e escutei o silêncio que ficou do outro lado da linha, mas logo foi quebrado.

── Eu não sei... eu sei que você não quer ver ela, mas eu queria muita que ela fosse, seria tão ruim querer os padrinhos do meu filho juntos no meu casamento?

── Padrinho do seu filho? Eu e ela? Desencana Cecília. — respondi.

── Desculpa, eu não posso mudar, você foi uma pessoa importante pra mim, me ajudou com muita coisa quando vim pra São Paulo, e a Jordana é irmã dele. Ele ama mais a Jordana do que qualquer outra coisa, e eu não aceito outra que não seja ela. — ela explicou.

── E a Maitê? — perguntei, querendo que ela mudasse a madrinha do pequeno uruguaio brasileiro.

── Eu amo a Maitê, é minha melhor amiga, mas combinamos de que Jordana tinha que ser a madrinha, e eu concordo. Jordana é ótima com crianças. — novamente revirei os olhos e respirei fundo.

── Podemos parar de falar dela? — pedi, e Cecília respondeu com um "tudo bem". ── Eu vou de tênis, me recuso a usar aquele sapato.

── Ridículo. Agora preciso ir, preciso comer algo antes de ir fazer a maquiagem. Por favor, da pelo menos um sorriso na hora da cerimônia.

── Você me pediu algo um pouco impossível no momento, não estou em condições. Tchau. — desliguei o celular antes que ela falasse de novo.

Voltei para casa e me joguei na cama, fiquei olhando um ponto fixo pela tarde toda, até consegui dormir um pouco mais durante aquele momento, sonhando com tanta besteira, mas mesmo assim ainda não reclamava, era melhor do que sonhar com Jordana. Acordei em cima da hora, tomei um banho rápido e vesti aquele terno qual Cecília me obrigou a comprar pra usar em seu casamento, arrumei o cabelo com luzes e coloquei alguns acessórios como brinco, o colar qual eu tanto gostava, relógio e por último peguei o celular. Dessa vez eu fui dirigindo até a igreja, e quando cheguei tive os olhos de várias pessoas em mim, olhares tão curiosos quanto os meus que rodavam todo aquele lugar atrás de algo, ou melhor, de uma única pessoa.

Convite de casamento  | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora