Capítulo vinte e sete.

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Richard's pov

── Meu filho? Acorda, você precisa tomar um remédio! — acordei com a voz de dona Ana e fiz careta estranhando, eu estava com frio e não sabia o porque precisava do remédio.

── O que?! — perguntei, sentindo minha cabeça pesar, parecendo que eu levei uma surra.

── Você está com febre menino, pegou chuva ontem? — levei as mãos ao rosto, sentindo um pouco molhado de suor, mas mesmo assim ainda estava com frio e sentindo como se minha alma fosse sair do meu corpo.

── Um pouco, não foi muito. — se lembrou do que havia acontecido e sentiu o peito doer em uma pontada.

── Por que bebeu tanto, seu Ricardo? — Ana perguntou e eu suspirei tomando o remédio para abaixar a febre, me deitando novamente enquanto ela me cobria.

── Você tinha razão, dona Ana! A Jordana vai casar e não é comigo. — respondi.

── Olha, eu posso parecer uma fuxiqueira, mas aquela menina não tem o coração ruim... acho que ela estava confusa.

── Quando alguém está confuso, essa pessoa ainda se declara e diz que ama? — Ana ficou calada e olhando para mim, vendo que eu me arrumava e tremia em baixo do cobertor, eu sentia que a qualquer momento iria desfalecer.

── Eu não tenho resposta pra essa pergunta, meu menino. Eu vou fazer alguma coisa pra você comer, tá bom?

── Tá, obrigado dona Ana. Quem me trouxe pra casa? — perguntei, pois não me lembrava de muita coisa além do momento em que entrei em um bar e fiz amizade com um desconhecido que sofria do mesmo que eu.

── Foi o Vanderlei, seu Ricardo! Ele foi embora quando o senhor dormiu e pediu pra eu avisar qualquer coisa. Ele é um menino bom. — a olhei sair do quarto e fiquei sem entender.

Eu havia xingado Vanderlan de todos os nomes possíveis, bati peito com ele e discutimos por algo tão fútil mas que somente o amor por uma mulher poderia explicar. Eu devia desculpas a ele e também um obrigado por ter me trago para casa. Meu celular continha diversas ligações e mensagens, Endrick era o que mais estava preocupado junto com Joaquín que pedia desculpas em nome da irmã, dizendo que realmente não sabia a verdade e que estava tão surpreso quanto eu, que agora estava com uma febre alta e sem fome alguma.

Antes de a conhecer, dizia aos quatro ventos que ninguém ficava doente de amor e que aquilo era frescura, mas lá estava eu, doente de amor e sentindo na pele o que julguei um dia. Fiquei quieto por um longo tempo somente pensando em tudo o que havia acontecido e em como pude ser trouxa de cair naquele papo daquela maldita uruguaia. Quando eu lembrava que agora eu não a tinha mais, eu começava a chorar de novo e perguntava a Deus o que havia feito para que Jordana pisasse em mim daquela forma.

── Mula? — escutei, era Endrick. Ele entrou no quarto devagar e eu pude notar a pena em seu olhar.

── Veio dizer que me avisou ou veio dizer que sente muito? — dei um sorriso fraco, fungando por ainda estar tentando controlar as lágrimas.

── Não pô, vim ver se você tá bem. Ficamos preocupados já que você sumiu depois do jogo. — Ele começou, o que me fez suspirar pois eu nem mesmo avisei a Endrick que já estava vindo embora.

── Desculpa, eu fiquei meio confuso e esqueci de avisar. Vocês ficaram lá por muito tempo ainda? — perguntei puxando mais a coberta para cima, querendo saber o que aconteceu depois que sai de lá.

── Não... o Joaquín contou pra gente, quando a gente tava metendo o pé vimos a Jordana. Acho que todo mundo quis matar ela, depois ela sumiu também. — ele respondeu e eu fechei os olhos, sentindo meu corpo arder.

Convite de casamento  | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora