Convite de casamento | Richard Ríos

Capitulo sessenta e quatro.

Jordana's pov

Havia chegado o nosso dia. Eu estava ansiosa demais. Tinha Gaston em meu colo, mamando, enquanto o cabeleireiro arrumava meu cabelo. Cecília tentava colocar Arthur para dormir; ele parecia agitado, ou talvez não gostasse nem um pouco de usar sapatos fechados. Era engraçado como nos tornamos mães ao mesmo tempo, mesmo que Arthur fosse alguns dias mais velho que Gaston. Meu vestido estava pendurado em um cabide, e meus olhos o buscavam a todo momento. Eu estava ansiosa e, vez ou outra, começava a rir sozinha por causa daquela peça. Eu iria guardá-lo para sempre; não sou capaz de me desfazer dele.

── Quer que eu o coloque para arrotar e dormir? — Cecília perguntou, após colocar Arthur na minha cama. Richard estava se arrumando na casa de Joaquín, que a cedeu ao amigo para se arrumar. Aliás, Joaquín também era padrinho do nosso casamento, assim como Endrick, Gabi, Veiga e Maitê.

── Poderia fazer isso por mim? O paninho para limpar a boca dele está em cima da cama. Coloca no ombro para ele não gorfar em você. — avisei, vendo-a pegar o paninho e posicioná-lo do jeito que falei. Assim que ela pegou Gaston e o posicionou para arrotar, ela me olhou sorrindo.

── Eu ainda não acredito — ela disse e riu, me fazendo olhar para ela enquanto o cabeleireiro prendia meus cabelos.

── O quê? — foi a vez da mãe de Richard entrar no quarto com um pequeno potinho nas mãos. Ela me entregou antes de Cecília responder.

── É para adoçar a vida antes de você casar. Não conta para o Richard que eu te dei isso — ela falou, e eu ri, pegando o doce das mãos da cerimonialista, que esperava para me ajudar com o vestido, logo após a maquiagem.

── Bom, não acredito que você vai se casar — Cecília disse, e eu ri.

── Eu também não acredito, é surreal! — Cecília continuava me olhando.

── Uai, menina, eu sempre te avisei que você ia casar com ele. Eu sentia isso no fundo do meu coração — dizia ela com seu sotaque mineiro, me fazendo rir. Cecília sempre jogaria aquilo na minha cara.

── Vocês sempre vão jogar isso na minha cara, não é? — perguntei, levando a colher de doce à boca.

── Claro. Nós sempre achamos que vocês dois exalavam uma química enorme, uma tensão sexual e... sem contar das vezes que você olhava para ele quando ele conversava com alguma outra mulher. — Eu revirei os olhos com suas palavras, escutando o arroto da sementinha e rindo.

── Eu nunca olhei para ele enquanto ele conversava com alguma menina! — arqueei a sobrancelha e me levantei após terminar o penteado, me olhando no espelho e sorrindo.

── Quer mentir para você mesma? Jordana, seus olhos brilhavam quando você olhava para ele. Quando descobriu que gostava dele? — ela perguntou, e eu suspirei. Acho que todos gostariam de saber sobre aquele dia.

── Foi depois de um jogo contra o Flamengo. Eles perderam, eu estava feliz e radiante, comemorei muito, e ele estava chateado... — sorri, lembrando daquilo que também já contei para Richard. — Ele disse que eu estava linda e que faria de tudo para que eu continuasse feliz e radiante.

── Então você se apaixonou por ele naquele dia? Eu lembro dessa conversa de vocês! — Cecília comentou, e eu sorri.

── Sim, foi! Mas agora eu quero que minha madrinha me ajude a colocar o vestido. Eu estou ansiosa! — pedi, e ela colocou Gaston no carrinho. Ele ficava quieto, desde que tivesse a mamãe ou o papai por perto.

Eu e ela ríamos como duas bobas enquanto ela me ajudava a vestir aquele longo vestido branco. Vez ou outra, eu jurava que o ar me faltava, mas era só a ansiedade se manifestando enquanto eu tremia e às vezes dava pulos de alegria. Eu não sabia lidar com a ansiedade, e toda vez parecia que eu estava comemorando como se fosse um jogo ganho. Após estar vestida, maquiada, com o cabelo arrumado e pronta para colocar o véu, andei pelo quarto nervosa. Agora estávamos eu, a cerimonialista e Gaston, que brincava com a loira que estava com uma prancheta nas mãos. Mas, antes que eu enfim pudesse sair do quarto, escutei batidas na porta e, assim que se abriu, ri ao ver aquela multidão de pessoas, ou melhor, meus pais, os pais de Richard, e meus padrinhos e madrinhas. Eles estavam boquiabertos.