Capítulo sessenta e dois.

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Richard's pov

Gaston era pequeno, tinha os cabelos escuros, puxando talvez para Jordana ou talvez para mim. Sua pele havia puxado para a coloração da minha, um tom de moreno, mas sem muita melanina. O nariz era igual ao meu, e as mãozinhas eram ágeis enquanto eu o balançava devagar. Jordana estava tentando dormir após amamentá-lo e colocá-lo para arrotar, enquanto eu estava ali usando dos meus dotes, que só havia usado quando Thian nasceu. Mas agora era diferente, já que a sementinha que estava em meus braços era o meu pequeno Gaston. Eu estava apaixonado; era surreal e uma sensação única.

── Você chegou na melhor hora, sabia? Tudo bem que o papai queria que você nascesse no dia dois pra gente ser uma dupla, mas eu gostei também de você ter nascido no dia primeiro, às... nove horas da manhã? Caramba, você foi preguiçoso! — eu ri enquanto Gaston segurava meu dedo.

Era o segundo dia que Jordana estava no hospital com Gaston. Era meu aniversário, e eu não poderia passar da melhor forma. Joaquín e Maria Cecília foram visitar Jordana junto com os pais de Joaquín, tendo todo o cuidado com o pequeno Arthur. Ficaram um tempo lá, babaram em Gaston e logo foram embora dizendo que tinham algumas coisas para fazer. Jordana, ultimamente, estava quietinha, pois Gaston dormia o dia todo e acordava à noite. Eu aproveitava quando ele estava mamando ou até mesmo dormindo para descansar. O médico entrou no quarto enquanto a uruguaia dormia, e eu estava ali balançando Gaston. Ele avisou que, assim que Jordana acordasse, ela poderia se organizar para sair, pois estava de alta.

── Quer que eu o segure? — ela perguntou assim que acordou, me fazendo dar um sorrisinho. Andei até ela, deixando o pequeno em seu colo.

── O médico veio mais cedo. Você está de alta, e podemos ir para casa. — comentei, acariciando seu rosto, e a vi soltar um suspiro.

── Eu não aguentava mais ficar aqui. Minha mãe ainda está aí? — ela perguntou, e eu sorri.

── Sim, ela está esperando você acordar para vir ajudar, e assim podermos ir para casa. Posso pedir para ela entrar? — ela afirmou com a cabeça.

Jordana conseguiu colocar Gaston para dormir e o deixou deitado enquanto arrumávamos as coisas. Ela separou a roupinha de saída da maternidade, enquanto minha sogra guardava, com delicadeza, todas as coisinhas da sementinha. Eu arrumava as coisas de Jordana, enquanto ela se preocupava apenas em trocar de roupa. Pude observar as duas arrumando Gaston. Não podia ver com que roupa estavam vestindo o pequeno, pois as duas estavam na frente. Assim que terminaram e pude ver, sorri como um bobo, vendo Gaston com roupinhas verdes e o escudo do Palmeiras.

── Achei que iria vestir a do Flamengo! — falei, e Jordana sorriu para mim.

── Eu pensei, mas também não posso negar que o Palmeiras foi o clube que abriu minhas portas para o mundo do vôlei. Tenho o máximo respeito e gratidão. Podemos ir? Estou louca para chegar em casa e tomar um banho decente. — ela disse, e eu afirmei, pegando as bolsas e saindo junto com as duas mulheres e o pequeno grande homem que dormia serenamente.

O pessoal do hospital acenava para mim e Jordana, desejando boa sorte e até elogiando Gaston, que dormia sem preocupação alguma. Ele havia sido o meu presente de aniversário, e eu não queria mais nada, nem mesmo festa. Queria continuar com a minha noiva e o meu filho em casa, aproveitando a companhia deles enquanto a sementinha ainda não corria pela casa toda. Dirigi com calma pelas ruas de São Paulo, levando minha sogra direto para nossa casa, já que ela ficaria com Jordana pelo resto do dia antes de voltar para o Uruguai. Ao chegar, ajudei Jordana a sair do carro. Ela tinha um sorrisinho no rosto, enquanto Claudia saía com algumas sacolas que eu nem tinha visto. Novamente, eu estava com as bolsas, e Jordana, com Gaston, sendo a primeira a entrar em casa enquanto eu ainda trancava o carro. Eu estava com a cabeça baixa, olhando para o chão enquanto suspirava e deixava o chinelo de lado, andando descalço e agradecendo pelo chão estar tão geladinho, perfeito para andar descalço.

Convite de casamento  | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora