Convite de casamento | Richard Ríos

Capítulo trinta e sete.

Richard's Pov

Já fazia exatos dois meses que Jordana havia ido embora, e desde aquele dia daquele casamento qual não aconteceu, eu nunca mais falei com ela porém recebi notícias do quanto ela estava indo bem, todas as vezes eu assistia seus jogos em casa já que não podíamos torcer abertamente por não ser nosso clube, eu com toda certeza não queria ser demitido ou até mesmo pagar uma multa. A um mês eu estava mudado em questões físicas, meu cabelo já não tinha mais luzes e agora eu estava com ele platinado por completo, sendo até engraçado porém duvidoso ver o que as fãs escreviam nas redes sociais, mas algumas vezes eu preferia me manter quieto diante de muitas coisas, pois a maioria era maluca e espalhava um ódio gratuito sem necessidade, me fazendo duvidar se muitas não estudavam ou tinham algo a fazer.

── Cara todo dia eu me pergunto o porquê. — escutei Joaquín e o olhei, estranhando aquela frase.

── O porquê do quê? — perguntei enrugando a testa para meu futuro cunhado.

── O porquê de você ter feito isso no cabelo. — ele falou e eu ri, sentindo até mesmo o ar faltar.

── Não gostou?

── Não, ficou muito brasileiro! — fiz careta, vendo ele negar com a cabeça.

── Então sua irmã vai gostar! — respondi, sentindo um tapa na cabeça, olhando para ele sem entender.

── Para de falar da minha irmã. — ele disse em tom de ameaça e eu ri.

── A Jordana conheceu o... caraca, não acredito... eu juro que quero um autógrafo. — Endrick se aproximou enquanto olhava para o celular.

── O que? — Joaquín perguntou, a essa altura eu já estava com o celular em mãos, e foi assim que eu fiquei sem reação, olhos arregalados e sem fala alguma.

── Que foi Richa? — Endrick perguntou. Era impossível, com toda certeza Jordana me odiava tanto.

Consistia aquilo em um grupo de fotos onde havia Jordana sozinha, ela com o uniforme do sesc, e foi aí que apareceu as fotos com Gabigol, Neymar e por último uma com nada mais nada menos que James Rodriguez.

── Gabigol? A Jordana tá me tirando! — falei um pouco mais baixo.

── Vocês se resolveram? — Joaquín perguntou, fazendo eu o olhar e ficar um pouco pensativo.

── Não, última vez que nos falamos foi no dia que ela foi embora. — respondi e comecei a me afastar, andando para dentro da casa de Endrick que ao menos perguntou o que eu iria fazer. Meus passos foram rápidos para dentro do banheiro enquanto eu digitava o número de Jordana agora com o ddd do Rio de Janeiro, esse que eu decorei rápido.

Jordana não atendeu de primeira e logo eu comecei a sentir o ciúmes invadir meu corpo, eu realmente não sabia se estava com ciúmes de Gabriel Barbosa ou de James Rodriguez, eu sinceramente não sabia qual a proximidade estava me deixando mais maluco.

── Por que não atendeu de primeira? — perguntei assim que Jordana atendeu, a música de fundo estava alto e ela parecia não escutar o que eu dizia.

── Espera um pouco. — ela disse e eu esperei, olhando para a torneira da pia de mármore de Endrick enquanto escutava a música abaixar mais. ── Pode falar!

── Por que não atendeu de primeira? — perguntei novamente e pude imaginar ela revirar os olhos.

── Eu não tinha escutado o celular tocar. Estou em uma festa na casa do Neymar, acredita? — a voz dela parecia estar em um tom eufórico, com toda certeza ela deveria estar se divertindo.

── Acredito, conheceu o James também? — perguntei, tentando não demonstrar o ciúmes mortal que eu estava sentindo.

── Sim, ele é ótimo. — ela respondeu e pude escutar a voz dele de fundo. ── Eu conheci ele tem um mês na verdade. Mas e você corazón? Está bem?

── Ah sim. É estou bem sim, estou ótimo e pelo visto você também! — disse e escutei ela suspirar.

── Ciúmes é tão sua cara, sabe que nenhum deles tem espaço na minha vida. — ela respondeu e senti meu coração palpitar, dando um sorriso ladino.

── Eu peguei trauma, quando vem em São Paulo? — perguntei tentando me acalmar mais, escutando agora somente a voz dela.

── Ainda não sei, a gente tá com o calendário corrido com os jogos, você que poderia vir já que a data fifa está aí. — Jordana comentou e eu ri, balançando a cabeça em negação.

── Talvez, ainda não sei se anda merecendo visitas minha. — eu escutei sua gargalhada e eu ri junto, olhando para o espelho e tendo a visão do cabelo platinado qual agora eu usava.

── Vou fingir que não escutei isso. Preciso voltar pra festa e não precisa ficar com ciúmes! — eu revirei os olhos, aquela mulher ainda iria me matar juntamente daquilo que ela pediu para eu não ter.

── Ok Jordana!

── Posso te pedir uma coisa? — ela perguntou e estranhei a forma que seu tom de voz ficou tão calmo e como de uma criança que estava com medo de algo.

── Claro! — respondi rápido.

── ¡No desconfíes de mí! y por favor no me hables como lo hiciste cuando contesté el teléfono, no me gusta que me traten así... me recuerda a Lucas y no quiero tener que volver a sentir las mismas cosas! (Não desconfia de mim! E por favor não fala comigo igual falou assim que eu atendi o celular, eu não gosto de ser tratada desse jeito... me lembra o Lucas e eu não quero ter que sentir as mesmas coisas de novo!) — eu fiquei de certa forma surpreso quando Jordana disse aquilo, eu com toda certeza agi de forma errada e pretendia não fazer mais aquilo.

── Certo, me desculpa. Acho que deve ir agora! — respondi um pouco mais baixo.

── Não fica chateado comigo, parece que eu sou uma adolescente que sai com hora pra voltar para casa e eu odeio me sentir presa. Estou com saudades. — eu sorri, sentindo meu peito não aguentar o tanto que meu coração batia rápido.

── Não fiquei chateado, prometo não fazer mais isso. Eu também estou com saudades Jordana, mas eu fiquei com ciúmes principalmente do James...

── Eu sei, mas como eu vou me envolver com alguém se eu quero e preciso de você? Eu acho que aprendi uma coisa e não pretendo fazer isso duas vezes. Eu amo você! — ela disse e eu sorri, sentindo uma falta absurda daquela morena.

── Eu te amo... na verdade sempre te amei, você que só veio perceber agora. — eu brinquei e logo a escutei rir do outro lado da linha.

── Para de reclamar, não era o momento certo! Agora preciso ir. — respirei fundo, poderia ficar por horas somente escutando a voz dela.

── Sim senhora. Toma cuidado e não bebe muito!

── Sim senhor, eu não vou beber muito! — ela respondeu. Nos despedimos e logo ela desligou, enquanto eu continuei olhando para o espelho e pensando bastante naquilo. As vezes pensava se valia a pena esperar ela, porém também me lembrava que desde quando ela chegou ao Brasil que eu a espero, esperar mais um pouco não iria me matar.