O Pesadelo

Chapter 22 - The insecurity

Cassie Myller

A noite terminou melhor do que eu esperava, o Nicholas trouxe o Lion e a Jenna para casa e depois fomos todos dormir, estávamos bastante cansados, e acabei por adormecer ao lado do Nicholas. Afinal, não me importava, ele não me deu mais nenhuma razão para que não acreditasse nele, então dei lhe um voto de confiança.

De manhã acordei e desci até à sala onde o Nicholas se encontrava a falar ao telemóvel com um ar sério e não pude evitar ouvir a conversa. Estava a falar sobre polícia e cadeia.

– Claro, obrigada pai, vou informa-la disso, ficará tão contente como nós. – Disse e desligou.

– Aconteceu alguma coisa? Pareces mais alegre do que o normal. – Perguntei enquanto ía até ele.

– Sim e tu vais gostar de o saber. – Sorriu.

– Diz lá!

– O teu pai foi preso. Finalmente vais ter paz! – Anunciou.

Não tive reação nenhuma, o que fez com que o Nick me observa-se por alguns instantes e a seguir passou com um dedo no meu rosto.

Eu soltei todo o ar que estava a conter. Ainda me lembrava de quando lhe contei tudo o que o meu pai me tinha feito e da forma como ele ficou preocupado.

– Eu mandei o meu próprio pai para a cadeia... isso não te faz rever o que pensas sobre mim?

Ele observou-me com incredulidade.

– Cassie, tu fizeste o correto, lutaste, sobreviveste.. a única coisa que quero é meter-te debaixo da minha asa e proteger-te com a minha própria vida... É isso que sinto neste momento... e juro-te que mato qualquer imbecil que se meta contigo, mato-o com as minhas próprias mãos...

– Nicholas, eu sou como um produto que veio com defeito de fábrica. – Disse-lhe com voz trémula.

Ele segurou-me a cabeça e olhou-me com seriedade.

– Nunca mais voltes a dizer isso, estás a ouvir? – Ordenou, dirigindo agora a sua raiva para mim.

Soube que as lágrimas me inundaram o rosto porque senti a humidade nas bochechas e na boca.

– Nick... é provável que eu não possa ter filhos. – Confessei-lhe o meu maior segredo, aquele que tanto me magoava. Era a pior consequência daquela fatídica noite. – Por causa dos murros que levei... Os médicos acham que não poderei engravidar... nunca – Informei-o com um soluço silencioso.

Ele abraçou-me contra si.

– Tu és a mulher mais corajosa e mais incrível que conheci em toda a minha vida. – confessou, apertando-me com força enquanto me dava beijos no cimo da cabeça. – Vais poder ter filhos, eu sei que vais... e se não puderes, podes adotar uma criança, porque não há ninguém que possa ser melhor mãe do que tu... estás a ouvir-me? – Pôs-me no seu colo e olhou-me nos olhos.

– Eu amo-te, Cassie – Disse-me então e fiquei petrificada. – Amo-te mais que à minha vida e quando chegar ao momento certo vou fazer-te os filhos mais lindos deste mundo, porque tu és linda e porque sei que vais conseguir ultrapassar estas merdas todas... Eu vou estar sempre ao teu lado para que as ultrapasses.

– Não sabes o que dizes. – Respondi, sentindo medo e alívio ao mesmo tempo.

– Sei exatamente o que digo – respondeu beijando-me os lábios. – Quero estar contigo, quero beijar-te quando me apetecer, quero proteger-te de quem te fizer mal, quero que precises de mim na tua vida...

Olhei para ele maravilhada com as suas palavras.

– Eu amo-te, Nick. – Declarei sem sequer ter consciência de que ia fazê-lo. Mas era a mais pura das verdades. – Tentei evitar-te e esconder o que sinto por ti, por medo que me voltasses a magoar... Mas amo-te, amo-te loucamente e quero que faças todas essas coisas que me estás a dizer, quero que estejas comigo, que me ames, porque eu preciso de ti, preciso mais de ti do que de ar para respirar.