Cassie Myller- E a Briar, Nicholas? - Perguntei ainda a tentar raciocinar o que o Nicholas acabou de me dizer. Será que o Nicholas ainda me amava mesmo, ou estava a dizê-lo pelo meu estado de fragilidade? Eu amava-o também, aquilo que me dissera foi bonito mas o medo de tudo voltar a acontecer ainda persiste nos meus pensamentos.
- Cassie, não quero saber dessa gaja para nada! - Respondeu irritado.
- Ainda à uns dias estavam a dizer que se amavam loucamente e agora dizes isso? O que é que está a acontecer Nicholas? - Perguntei confusa.
- Ela traiu-me. - Respondeu simplesmente.
Ao ouvir isto vi a tristeza no olhar dele quando o disse, o olhar de decepção era nítido. Levantei-me devagar e dei-lhe um abraço, um abraço doloroso para mim, doía-me principalmente o braço em que me estavam a injetar soro.
- Cassie! O que estás a fazer? Tens que te deitar até ao médico chegar!
- Nicholas, eu amo-te.
Simplesmente beijou-me, o que para mim foi uma aprovação ao que eu disse, ele gostou do que ouviu, e tive a certeza disso quando vi o sorriso que ele tinha na cara, aquele sorriso que me animava os dias, tudo aquilo que me conseguia animar estava nele.
- Vá, agora deita-te, a seguir vamos aonde tu quiseres mas agora deita-te, quero que estejas bem pequena. - Ordenou o Nicholas.
Fui me deitar, não queria piorar a minha situação e ter de ficar ali um par de dias, talvez aí ficasse mesmo maluca.
Alguns minutos depois o médico entra na sala e tira-me o soro.
- Bom, os exames não revelaram problema nenhum, poderá ter sido pelo nervosismo, pela sua ficha médica nunca teve problema nenhum de saúde, então não tem com o que se preocupar. - Disse-me com um sorriso simpático no final.
- Ainda bem doutor. - Assenti enquanto arrumava as minhas coisas com a ajuda do Nicholas.
Após arrumarmos tudo dirigimo-nos para o carro, eu queria conduzir mas o Nicholas preferiu deixar essa parte com ele, porque afinal tinha acabado de sair de hospital. Era de madrugada e não havia uma alma viva na rua, ou seja, não havia trânsito para a minha alegria.
Ao irmos para casa passamos pelo sítio do acidente onde o meu irmão morreu, fiquei tensa e o Nicholas pareceu reparar nisso porque pegou na minha mão e ficou a acariciá-la até sentir que eu já tinha voltado ao meu estado normal. Eu sei que já fazia quase três anos do dia do acidente mas o meu irmão era o meu maior conforto e acho impossível esquecer uma pessoa como ele.
Quando chegamos a casa estava tudo apagado, a Jenna e o Lion devem estar a dormir ou a fazer sabe lá deus o quê.
- Queres que fique contigo ou que vá para minha casa? - Perguntou o Nicholas.
- Como quiseres. - Respondi enquanto vestia o meu pijama.
- Se eu fizesse o que eu quisesse, neste momento estaria a despir-te e a fazer-te gritar o meu nome.
- Não perdes uma oportunidade. - Digo com um pequeno sorriso.
- Tenho que te devolver isto. - Digo-lhe enquanto pego no American Express que me tinha dado antes de eu sair da cidade. Não usufruí daquele dinheiro, não precisei dele, tinha o meu próprio dinheiro que me dava e sobrava para o que eu necessitasse.
- Fica com ele, é uma forma de saber que estás sempre com dinheiro caso precises.
- Não preciso Nicholas, eu tenho o meu dinheiro que me chega perfeitamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Pesadelo
RomanceCassie Myller, a separação dos pais não lhe fez nada bem, nem a ela nem ao irmão, ambos destruídos psicologicamente, o apoio um do outro. Um pai abusador e uma rapariga de dezasseis anos a viver um pesadelo.