𝟳. 𝗰𝗲́𝗹𝗶𝗻𝗲'𝘀 𝗱𝗶𝗮𝗿𝘆

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— Olha o aviãozinho... — a menina brinca com a colher com iogurte de frutas vermelhas, mas mexo a cabeça em reprovação — Vai, linda, é a última colherada!

Gabi e eu estávamos no aeroporto, desta vez esperando o vôo para Santorini. No entanto, era um bom tempo de espera até o embarque, o que fez com que ficássemos fazendo absolutamente nada naquela madrugada fria em São Paulo.

— Você não precisa fazer isso. — começo, fazendo a menina expressar tédio. — Mas vou comer essa última, vai. — digo e ela sorri contente.

Desde o ocorrido com a minha mãe, Gabi vem tentando ser atenciosa em todas as oportunidades que tem. Ela se sentia mal, inclusive, pela forma que me tratou. Mas eu não poderia ser injusta e dizer que não entendia o lado dela.

— Me perdoa por ontem? — ela novamente pede. Faço que sim com a cabeça e abro um leve sorriso, mas ela não parece estar satisfeita.

— Eu já disse que está tudo bem, Gabi. Se você ficar me lembrando disso mais vezes, talvez eu fiquei um pouco mais pensativa sobre toda aquela situação. — explico e ela sorri fraco.

— Fui egoista com você, Céline...

— Mas você entendeu onde errou, e não vai fazer de novo. Eu confio em você e está tudo bem. Vamos pensar na viagem, meu bem.

— Tudo bem... — ela se dá por vencida, aparentemente. Após soltar um suspiro cheio, a menina rapidamente volta a falar. — Só posso te fazer uma pergunta?

— Já está fazendo uma!

— Besta! — ela diz, passando o restante de iogurte do potinho na minha cara. Começo a rir freneticamente, e ela me olha absolutamente feliz. A menina limpa o meu rosto que ela mesma sujou, utilizando alguns guardanapos que estavam em nossa mesa.

— O que você quer saber, hm? — falo, apoiando minhas costas na cadeira e cruzando os braços.

— Você costuma cuidar da sua saúde mental?

— Eu cuido, eu acho... — falo com certa dúvida. — Por que?

— Ontem não me pareceu que você tinha muito controle sobre a sua mente.

— Mas ter controle sobre a nossa mente é uma coisa um pouco difícil e complexa, você não acha?

— Com certeza, mas quando procuramos ajuda, as coisas ficam um pouco mais fáceis de serem colocadas em seu devido lugar.

— Você está certa.

— Isso é importante. Você desmaiou de febre, Cél. E de febre emocional ainda por cima.

— Eu sei, eu sei... Não é a primeira vez que acontece.

— É mais comum do que eu imaginei? — a menina pergunta, e assinto com a cabeça sem a encarar. — Você nunca me disse isso.

𝗺𝗮𝘁𝗰𝗵 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 ⋆ 𝗀𝖺𝖻𝗂 𝗀𝗎𝗂𝗆𝖺𝗋𝖺̃𝖾𝗌 !Onde histórias criam vida. Descubra agora