Céline e Gabriela se conhecem por meio de um aplicativo de encontro às cegas. Considerando-se preparada para finalmente ter um encontro verdadeiro com Céline, Gabriela toma a iniciativa de convidá-la para passar uma noite consigo em seu apartamento...
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17
— Você acha que este está bom? — Elaine pergunta enquanto se observa ao espelho em sua frente. A mãe de Gabriela procurava um vestido para usar na festa de Natal da família, e contava bastante com a minha opinião para tomar a decisão final.
— Eu gostei deste. — sorrio e a observo. — Todos caíram perfeitamente em você, mas este lhe entregou o toque ideal!
— Você está certa! — ela diz contente e sorrindo. — Não conte para Gabriela, mas você é bem melhor do que ela para me ajudar com roupas. Ela não tem muita paciência. — a mais velha comenta, me fazendo rir. — E você? Não vai levar nada?
— Ah... — resmungo sem uma resposta precisa para a resposta de Elaine. Observo aquela loja, em que tudo parecia tão caro que até mesmo passaria o valor que eu e Agnes pagávamos no aluguel de nosso apartamento. Arqueio as sobrancelhas em dúvida e volto o meu olhar para a mãe de Gabi novamente. — Eu acho que não. Aqui parece ser um pouco caro.
— Não seja modesta. "Pouco" é pouco. — ela cochicha e ri. Não deixo de fazer o mesmo. — Posso te dar um vestido como presente de Natal?
Imediatamente os meus olhos se arregalam e engulo um seco. Com todo o respeito, Elaine só poderia estar maluca, pensei. Dar tanto dinheiro em dois vestidos de uma vez me parecia fora de realidade.
— De forma alguma, mas eu agradeço! As coisas aqui parecem bem caras. — explico-me num leve tom de desespero, e a mais velha ri antes de virar a cabeça para os lados.
— É de coração. Tem tantos vestidos aqui que ficariam tão lindos em você. Além do mais, isso é o mínimo, pois mesmo de longe você tem feito a minha filha muito feliz. — ela sorri e me pede novamente com o olhar. — Por favor, aceite.
Me encontrei sem escapatória alguma com o carinho e a ternura que cerceavam o pequeno pedido de Elaine. Quando abri um sorriso, mesmo sem qualquer tipo de resposta verbal, a mais velha correu em pequenos passos até o vestido que ela havia idealizado para mim. Era preto, longo, de mangas compridas, além de um leve decote na região dos seios e uma fenda equilibradamente discreta e elegante.
— Você gostou deste? — ela pergunta contente ao lado do manequim. Era como se ela tivesse pensado que aquela roupa seria ideal para mim desde que pisamos naquela loja.
— Eu gostei, sim. É um pouco ousado, mas me cairia bem. — sorrio e observo o vestido mais de perto.
— Lhe cairia muito bem. Gabriela ficará descontrolada. — ela comenta e imediatamente coro. Permito-me rir após processar a fala de minha futura sogra.
Solicitamos à atendente a peça em questão para que eu pudesse experimentá-la. Eu e Elaine nos surpreendemos com o resultado, que ficou ainda tão bom quanto imaginávamos. Ela faz as suas observações, todas recheadas de elogio e bons comentários. Era incrível ter aquela experiência, visto que era raro ter esse tipo de experiência com a minha mãe. Por um minuto sinto-me culpada por pensar daquela forma, mas se era necessário pensar de maneira realista, aquilo nada mais era do que uma verdade absoluta.
