Acompanhada de Ryan, Clara receosa seguia o loiro que levava um chá de camomila e torradas para o seu filho que estava sentado perto da janela.
A mãe de Pedro ficou preocupada ao notar a tristeza no olhar do seu filho, ele olhava para o céu como se procurasse por alguma coisa.
O loiro fintou a sogra que parecia estar esperando a aprovação dela para poder seguir em frente.
— Babe? — chamou baixinho e os olhos castanhos nublados de tristeza viraram-se lentamente até encontrar o loiro.
Os olhos castanhos de Pedro, nublados pela tristeza, lentamente se viram para Ryan. Ele observa o esposo e a mãe, mas a falta de ânimo é evidente. Sem dizer uma palavra, Pedro fixa o olhar na bandeja que Ryan deposita na mesa ao lado da janela.
— Obrigado pelo lanche, Ryan, mas não tenho fome — Pedro volta a encostar a cabeça nos joelhos dobrados, tentando se encolher ainda mais, como se quisesse desaparecer.
O medo tomava conta de si só de pensar em comer alguma coisa despertava as memórias dolorosas daquele fatídico dia.
Ele estava convencido que outra pessoa poderia tentar contra a vida do bebê que carregava no ventre. Se não tivesse sido tão ingênuo e confiado em Billy talvez os gêmeos chegariam a nascer saudáveis.
Clara observa o filho, seu coração apertado pela dor que vê nele. Ela se aproximou lentamente, puxou a sua cadeira de rodas porém se manteve a uma distância considerável como se temesse quebrar algo ao menor movimento.
— Meu filho, eu sei que está sofrendo… mas precisa se alimentar pelo bem do bebê que carregas e de ti mesmo — disse com a voz carinhosa tentando esconder a preocupação.
Pedro não responde de imediato, suas mãos tremendo levemente enquanto tenta processar as palavras de sua mãe. Ryan, que ainda está ao lado, se abaixou, ficando na altura do homem negro.
— Você tem a mim e o Ryan, seu marido. Deixe-nos ajudar você a carregar esse peso sozinho — ela continuou tocando suavemente as madeixas do seu filho.
As palavras de Clara começam a penetrar a barreira que Pedro criou ao seu redor. Ele levanta a cabeça lentamente, os olhos marejados, e olha para a mãe. O amor nos olhos dela faz com que Pedro sinta uma onda de emoção, como se uma pequena parte de sua dor estivesse sendo compartilhada e, portanto, aliviada.
— O meu bebê, mãe… tenho medo de perder o meu bebê, eu perdi um por ser tolo, não quero perder o outro — com a voz trêmula, finalmente disse o que vinha escondendo desde o momento que recebeu a notícia sobre um dos seus bebés não ter sobrevivido.
Ryan manteve uma expressão neutra porém o seu interior ainda fervia de desejo por vingança. Ele até cogitou acertar as contas com Billy assim que chegou a Nova Iorque mas Theodore o impediu alegando que iria cuidar de tudo.
Soltou os punhos que tinha cerrados para não transparecer a sua raiva. Pedro precisava de sua força agora, não mais dor.
O loiro tocou os joelhos do marido que tinha lágrimas molhando a faceta que encantava Ryan cada vez mais.
— Não, não, nada do que aconteceu foi culpa sua, meu amor — forçou um sorriso.
— A pessoa que fez isso com você vai pagar e não irei descansar até garantir que isso aconteça — disse sério.
Ryan estava ciente da culpa que Pedro sentia por ter aceitado aquela bebida oferecida por Billy mas não podia permitir que o seu treinador causasse tanto mal em Pedro.
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Jogadas Do Destino
RomanceRyan Hunter é um talentoso e jovem jogador de basquete que vive no topo do mundo, conhecido tanto por suas habilidades na quadra quanto por seu estilo de vida extravagante e irresponsável. Apesar de sua fama e riqueza, Ryan se sente profundamente so...